O dia em que o Corporações voltou a ter um ministro no governo de Portugal

Título oferecido, o qual agradeço profundamente, que assim me sara as saudades que o dito blog deixou.

Agora vamos ver se este ministro tem daquelas pilhas que duram, duram e duram e se se aguenta mais tempo do que o seu antecessor.

Falta saber é que tipo de pilhas serão essas, já que se forem de lítio poderão existir problemas no futuro.

Ou como diria o chefe da trupe, casos e casinhos. Ele bem avisou para nos habituarmos.

PS: aproveitai para ler o Paulo Guinote sobre os casos e casinhos, perdão, sobre este tema.

O passageiro Cabrita

Costa insistiu, até ao limite e para lá dele, em não remodelar. Cabrita, há muito sem margem para manobra, auto-remodelou-se. O que é muito conveniente para António Costa, na medida em que tem agora a desculpa perfeita para não integrar Eduardo Cabrita no próximo governo – caso vença as eleições e consiga congregar uma maioria parlamentar em torno do seu projecto – sem ter que admitir que errou ao segurar, vezes demais, um dos ministros mais trágicos da história da democracia portuguesa. Como Pilatos, Costa pode agora lavar as mãos, mas o tempo e a história, sempre implacáveis, tratarão de o julgar.

[Read more…]

Respeitar os Professores

É, por exemplo, dar tempo para fazer a mala! Sr. Ministro, vai demorar muito a publicar as listas?

O mérito de saber ouvir

aferecalendario

Há uns tempos escrevi que

Há de facto um tempo diferente, há alguém que é verdadeiramente Ministro da EDUCAÇÃO e não apenas um secretário do Ministro das Finanças e com uma visão salazarenta da escola. A Avaliação serve para melhorar as aprendizagens e não para encostar a um canto (cursos vocacionais) alguns alunos. Feliz por este sinal.

E também não deixo de afirmar, sempre, que prefiro aferição a exames.

Hoje, o Ministério da Educação publicou uma nota informativa (pdf) que vem esclarecer algumas dúvidas que se tinham instalado: [Read more…]

Educação: o que há para mexer

É um lugar comum em Portugal – na Educação mexe-se muito e essa instabilidade é um dos problemas mais decisivos para as dificuldades que, em particular a Escola Pública, vai sentindo. Costumo dizer que a Escola funciona apesar do Ministério da Educação.

E, em boa verdade, nunca a Escola mudou tanto como com Nuno Crato que fez letra morta da Lei de Bases do Sistema Educativo (uma espécie de Constituição para a Educação), o que, na ausência de um tribunal constitucional para o sector, permitiu todo o tipo de barbaridades. E, quando atribuo a Nuno Crato esta capacidade falo do centro da Escola, da sala de aula, dos conteúdos, daquilo que é suposto os alunos aprenderem.

Com a mudança de governo chegou um Ministro com um perfil surpreendente – um jovem cientista que passou uma parte importante da sua vida fora do país e de quem, em boa verdade, nunca se ouviu ou leu, uma linha sobre Educação. Nos primeiros dias manteve um silêncio que se mostrou prudente e, há uns dias, quando falou, na Comissão Parlamentar, revelou uma surpreendente capacidade política que é, em boa verdade, aquilo que se exige a um Ministro – ser político.

Mas, o primeiro momento verdadeiramente político aconteceu com a comunicação às escolas da proposta de alteração na avaliação do ensino básico – repito o que antes escrevi: é um texto que subscrevo integralmente e, nem sequer sou muito sensível aos argumentos de quem diz que a mudança, a acontecer, deveria coincidir com um ano lectivo. Levar essa regra ao extremo impediria o Ministério da Educação de trabalhar de setembro a julho e, em boa verdade, errado seria obrigar alunos a fazer uma prova que está completamente desajustada.

Tiago Rodrigues tem em mãos uma tarefa ingrata. Até Nuno Crato houve um acordo não escrito entre o PS e o PSD para gerir as grandes questões da Educação, nomeadamente ao nível curricular – foi havendo uma linha condutora que Nuno Crato, de forma radical, quebrou. O novo Ministro tem, por isso, muito onde mexer: [Read more…]

Mais um logro curricular laranja

BMacaes

Na sua conta no Twitter, o ex-secretário de Estado dos Assuntos Europeus Bruno Maçães apresenta-se como “Former Europe Minister in Portugal“, cargo que não existiu durante a vigência dos XIX e XX governos constituicionais, sendo a secretaria de Estado tutelada por Maçães uma dependência do Ministério dos Negócios Estrangeiros. Não surpreende esta adulteração do jovem ex-ministro ex-secretário de Estado, mas a verdade é que estamos perante um logro, na senda de outros logros curriculares com a chancela do PSD como o de Miguel Relvas, Rui Machete (o ex-ministro “patrão” de Bruno Maçães) e Franquelim Alves, tendo no caso dos dois últimos sido omitida a passagem pela SLN, dona da famosa mega-fraude BPN. Mas fica sempre muito bem na fotografia. Pena não ser verdade.

Captura de ecrã via Os truques da imprensa portuguesa

O capitão Grancho

não foi o último a sair do educanic

Azia

Ou indigestão ou…
É só um palpite!

Se não souber qual é o estado do Relvas

É só clicar!

Escolas sem aquecimento contra a Constituição

2qx3kfd

Não era a casualidade que me levara a ler o jornal ontem. São-me enviados todos eles por correio eletrónico. O que li, fez-me terrorizar, estudantes agasalhados em sala de aulas de escolas feitas em lata, tijolo ou madeira, sem aquecimento. As escolas fecham não apenas por falta de docentes não colocados, bem como por falta de aquecimento no interior. Visitava uma em Trás-os-Montes, distrito de Alfândega da fé, aldeia de Vale, e a professora, do seu muito curto salário, comprava lenha para aquecer a sala de aula feita em madeira. Os pais, interessados no futuro dos seus filhos e a saber que a docente pagava o aquecimento, começaram a trazer lenha para o pequeno fogão da pequena escola. O frio e a pobreza que hoje recebemos por parte do governo, especificamente do Ministro de Educação Nuno Crato, antigo estudante do Collège de France e da Sorbonne, em Paris, nos tempos em que Pierre Bourdieu, Maurice Godelier e eu ensinávamos ai, é um matemático e faz as contas do orçamento baixo outorgado ao seu ministério, acumula o do Ensino e o da ciência e quem paga a conta é o grupo de docentes, pais e estudantes, ele não larga um tostão a mais para assegurar o que a lei manda.

[Read more…]

Um Ministro pré-Marcelista

Nuno Crato não respeita a Constituição, os Direitos Humanos e as Recomendações da UNESCO

A memória é muitas vezes um processo doloroso – esquecemos o que queríamos recordar e recordamos o que queríamos esquecer.

Queria recordar um ano letivo que tenha começado sem estar envolto em confusão. Só me lembro de Maria do Carmo Seabra. Confesso que só de ouvir este nome – Maria do Carmo Seabra – sorria. Pensei que seria impossível repetir-se a história, mas os factos cá estão para, mais uma vez, para comprovar que é possível a água passar duas vezes debaixo da mesma ponte.

Nuno Crato, o ex-comentador do Plano Inclinado, agora Ministro da Educação colocou-se ao nível de Maria do Carmo Seabra na incapacidade de desenvolver um concurso de Professores sem erros. Neste aspeto, Nuno Crato marcou a diferença clara para as duas ministras anteriores. Para pior.

Nuno Crato aparece também como o rosto de um conjunto de mudanças nas nossas escolas que visam destruir a Escola enquanto Património da República e da Democracia. [Read more…]

Pontaria

É tudo uma questão de pontaria!

De qualquer modo é sempre a somar: foi o Crato, o Gaspar e agora a Farmgirl.

Preparem-se boys and girls!

Parece que o povo acordou!

Sobre Miguel Relvas: Conhecimento vs. Conhecimentos

Miguel Costa, licenciado em 5 anos

Acima da ideologia de cada um está a essência de cada qual.

Passo a explicar. Não é por alguém ou alguma coisa se identificar com qualquer crença nossa que estamos isentos de a podermos escrutinar. Muito pelo contrário. Acresce-nos a responsabilidade de o fazer.

Posto isto, tenho umas palavras a dizer.

Se há uns tempos muita tinta correu sobre uma hipotética licenciatura domingueira tirada por um alegado engenheiro que por sinal nos veio a (des)governar, hoje podemos falar sem menos pejo de outra alegada licenciatura tirada em modo de “Novas Oportunidades” por outro (des)governante nosso.

A diferença é que as “Novas Oportunidades”, tão faladas pelo antigo governante, dariam a qualificação necessária para uma habilitação mínima, necessária para desempenhar (em alguns casos de forma legal) tarefas que essas mesmas pessoas já desempenhavam. Agora esta questão foi refinada. Levada à sublime perfeição de conseguir, com a experiência de vida e repetição da acção, qualificar com uma licenciatura um qualquer português que com o conhecimento empírico também tenha os conhecimentos certos. Daqueles conhecimentos que consigam, habilmente, contornar a lei. [Read more…]

Correto e afirmativo, sr. Miguel

Eu não diria melhor e por isso estou cada vez mais convencido dos méritos do Programa de Novas Oportunidades que permitiu a Vossa Excelência a aquisição de tão qualificada licenciatura:

“Tem que se prestar contas,…, tem que se ser responsabilizado”

Palmas para o simpático

Algures pelo norte do país, ali a cair para o centro, aconteceu história!

Tomaram posse as Comissões Administrativas Provisórias  dos novos mega-agrupamentos, algo a que ninguém queria pertencer, mas cuja exclusão é agora motivo para reclamações e afins. Nada que espante.

Como também não estanho os aplausos – tal como se leu no Aventar, as Escolas tinham que comunicar aos serviços centrais, até dia 6, quem eram os docentes que teriam horário zero. Como o senhor secretário deu mais uma semanita, os senhores e as senhoras presentes aplaudiram efusivamente! (Informação direta de alguém que assistiu ao acontecimento)

Ai… o Campo Pequeno!

Em defesa e simplificação de Álvaro Santos Pereira

Também me dá muito jeito que caia, é costume ler-se como sinal de o governo ir atrás, embora preferisse decifrar o mistério das sondagens desaparecidas.

Mas a forma como este ministro deste repelente governo, onde manda um homem que não sabe soletrar para si próprio filho da puta, tem sido tratado, causa-me a repulsa que a palavra dignidade impõe. De todos os ministros  foi o que menos estragos fez, digam lá que foi por nada fazer, mas os outros fizeram, e andamos pagar por isso.

Um governo que tem uma Cristas que defendia ontem o que hoje se esquece, ou um Mota a dar aos caridosos o que não dá aos pobres, um Crato que não faz absolutamente nada do que andou anos a escrever, um Aguiar Branco que na defesa até perdeu a pronúncia do norte, um governo que se pode resumir em ter um Relvas, ao pé do qual a memória de Augusto Santos Silva se transforma na de alguém sério, um governo de profissionais da politiquice juvenil decorada com o acne do oportunismo não pode ser bombardeado pelo lado de quem nunca dela viveu.

Que tenham ido buscar o Álvaro para bobo da corte, até entendo, como estratégia de comunicação foi um achado.

Mas muito simplesmente não alinho nisso. E sim tem que ver com uma vaga solidariedade académica. A diferença entre o Álvaro e a maioria dos seus colegas de governo começa em ter-se licenciado numa universidade a sério, e séria, que também é a minha. Séria e a sério, neste governo, poucos mais se podem gabar disso, em universidades e em vida. Ia apostar que este sai de ministro e volta para onde estava. Os outros já sabemos a lusoponte que os espera à esquina da carreira.

Educação de serviço público

Os exames para este ano têm calendário disponível.

O grande destaque vai para a novidade Crato – exames no 2º ciclo (antigo ciclo preparatório) a matemática e língua portuguesa.

Eis a síntese das datas mais significativas:

Provas de aferição do 1ºciclo (4º ano) : língua portuguesa – 9 de maio; matemática – 11 de maio;

Prova final de 2º ciclo (6ºano): 18, 19 e 22 de junho;

Prova final de 3º ciclo (9ºano): 21 de junho;

Ensino Secundário, 1ª fase: 18 a 26 de junho; 2ª fase: 13 a 18 de julho.

Vai trabalhar malandro

Está-lhe no sangue, a nossa direita vende Portugal por 10 reis de mel coado. Este Gaspar vende por menos, vende pelos mercados, e demonstra aqui que a crise não passa de uma oportunidade para arrasar com direitos laborais, privatizar tudo, regressar ao pior do capitalismo português. Se o deixarmos, é claro.

Ministro tem aulas de introdução à política

O Álvaro, o ministro que mais aspeto tem de fazer parte dos 99% mas que ainda assim consegue ser o que pior resultado tem nas sondagens relativas às preferências do povo mostrou neste sábado que anda a ter algumas aulas de introdução à política.

A propósito de uma vista de protesto, disfarçada de janeiras, por causa do ramal da lousã e aproveitando o facto de já ter anunciado previamente medidas que iam ao encontro do que os protestantes pediam, lá surgiu o ministro, em modo casual friday, como deve gostar mais de andar, junto com a familia a deixar palavras simpáticas para todos os media que lá estavam.

Correu-lhe bem, esperemos que o resto do trabalho no seu mega-ministério também corra.

Artigo de Pezarat Correia censurado pelo DN

Os jornais do amigo Oliveira censuram, republica-se. Como diz o Tiago Mota Saraiva, assim até tem mais leitores. Ainda por cima relembra um facto muito esquecido. Não o de que Paulo Portas mente no exercício da sua actividade política, isso toda a gente sabe, mas a invasão do Iraque, este tempo todo depois, bem necessita de ser relembrada.

PAULO PORTAS MINISTRO?

Ana Gomes provocou uma tempestade mediática com as suas declarações sobre Paulo Portas. Considero muito Ana Gomes, uma mulher de causas, frontal, corajosa, diplomata com muito relevantes serviços prestados a Portugal e à Humanidade. Confesso que me escapa alguma da sua argumentação contra Paulo Portas e não alcanço a invocação do exemplo de Strauss-Kahn. Mas estou com ela na sua conclusão: Paulo Portas não deve ser ministro na República Portuguesa. Partilho inteiramente a conclusão ainda que através de diferentes premissas. [Read more…]

Carta da AAP

Exmo. Senhor

Ministro dos Negócios Estrangeiros

Dr. Luís Amado

ministro@mne.gov.pt

Cc. gmne@mne.gov.pt

Palácio das Necessidades, Largo do Rilvas

1399-030 Lisboa

Senhor Ministro Dr. Luís Amado:

A Associação Ateísta Portuguesa (AAP) ficou perplexa e indignada com o teor do recente discurso de apresentação das Cartas Credenciais do novo Embaixador de Portugal junto do Vaticano que, no nosso entendimento, aproveitou a ocasião para exprimir a sua subserviência e devoção pessoal à Igreja em desrespeito do seu dever de representar este país laico e soberano.

Assim, a AAP vem junto de V. Ex.ª solicitar que se digne informá-la se o discurso do Sr. Embaixador representa o pensamento do Governo ou se, pelo contrário, foi um discurso que merece a reprovação do Governo de Portugal, por se apresentar o Sr. Embaixador como «o intérprete da arreigada devoção filial do Povo Português à Igreja e a [Sua] Santidade», ignorando o pluralismo ideológico, os princípios de liberdade religiosa, e uma boa parte da população do País que o Sr. Embaixador foi incumbido de representar.

Para o Sr. Embaixador pode ter sido a maior honra pessoal e profissional da sua vida dirigir-se ao «Beatíssimo Padre», mas o embaixador Fernandes Pereira não foi nomeado para representar um grupo de peregrinos. Portugal é um Estado laico, não um protectorado do Vaticano, e muitos portugueses reprovam o mal que as políticas de cariz teológico desta Igreja têm feito à humanidade, nos países onde a SIDA dizima populações, nas posições em relação à contracepção e planeamento familiar, à saúde reprodutiva da mulher, à sexualidade e à igualdade de direitos entre os sexos.

A alegada emoção do Sr. Embaixador com a canonização de D. Nuno Álvares Pereira também não é partilhada por muitos portugueses que, uns pela sua descrença e outros pela sua crença, consideram que declarar milagrosa a cura do olho esquerdo da D. Guilhermina de Jesus, queimado com uns salpicos de óleo de fritar peixe, é uma decisão pouco digna e menos justificável ainda. A AAP reconhece ao Sr. Embaixador o direito de ter a sua opinião acerca desta matéria, mas exige de um Embaixador de Portugal que represente o seu País e não apenas a sua opinião pessoal. [Read more…]

Carta aberta ao Ministro dos Negócios Estrangeiros

Exmo. Sr. Ministro dos Negócios Estrangeiros,

Não nos restando muito tempo para evitar o pior, vou directamente ao assunto e vou ser muito frontal. Peço-lhe que não o considere uma falta de respeito. Vou lhe falar de ESTRATÉGIA.

A ideia de que Portugal, para tornar o PEC suportável e bem sucedido, precisa de mais receitas provenientes do crescimento da economia é, em princípio, correcta. Neste sentido, desde há mais de 15 anos postulo que Portugal “reforce relações”. Infelizmente a “euro-farra” toldou a visão para este objectivo fundamental. Agora chegou a hora da verdade!

Desculpe que lhe diga: a sua frase “sobretudo quando a situação económica exige que Portugal mobilize todos os seus recursos para vender mais”, não acerta, em termos estratégicos, no objectivo certo. Por isso, quanto muito, poderá ter sucessos passageiros. [Read more…]

Harmonia conjugal

Então imaginem que andam a trabalhar como cavalos, que não têm tempo livre para as pessoas e para as coisas de que gostam e que decidem borrifar-se em todas as obrigações e ir passar uma tarde com a família num sítio de que gostam muito. Vá lá, imaginem que é Serralves. E imaginem que enquanto andam a correr atrás do vosso filho, num daqueles momentos idílicos –  família, natureza, quality time –  se deparam com o ministro das Finanças. [Read more…]

A Neve em Portugal…e os tomates do Ministro

É nestes momentos que me torno crente. Foi mão divina, estou certo, que nos deu a alegria de ver um Ministro da Nação, ou seja, um alto administrador do Terreiro do Paço, literalmente preso numa das nossas auto-estradas do interior por causa da neve. Deus seja louvado!

Ao contrário do que pensam os senhores de Lisboa, a neve não é um fenómeno raro nas seguintes auto-estradas: A7, IP4, A24, A25. A estas podem somar todo um vasto conjunto de estradas nacionais e municipais nas zonas do Gerês, Alvão, Marão, Serra da Estrela, entre outras. O único fenómeno estranho é o corte das auto-estradas mal caem os primeiros flocos. Repito, flocos. Um fenómeno português. Mas para que não se pense que estou a falar de cor, aqui vai um exemplo: a auto-estrada galega denominada de Auto Pista das Rias Baixas. Todos os anos, ou quase, na zona de Puebla de Sanabria, os nevões (daqueles a sério) sucedem-se. A auto-estrada raramente é fechada por um motivo simples: existem cerca de 8 camiões limpa-neve, uma força policial devidamente equipada e uma consciência clara da necessidade de ter meios para combater o fenómeno, tão típico das zonas interiores do Norte e Centro da península ibérica.

E nós? Somos uma vergonha cujo exemplo máximo se chama Serra da Estrela. Ao primeiro nevão: acesso à torre fechado. É por isso que já dei para esse peditório e sempre que quero passar uns dias na neve fujo da Serra da Estrela como o diabo da cruz. O amadorismo é de tal ordem que só os crentes acreditam em passar férias de neve em tal inferno. Quando vejo os autarcas da região falarem na aposta no turismo de neve na Serra da Estrela riu a bom rir. Como? Sem meios de limpeza das estradas? Sem forças policiais devidamente equipadas e preparadas? Só em sonhos.

Todos os meses utilizo a IP4, a N101 e a A24, todos os anos (ou quase) por esta altura (ou por alturas do Natal e do Carnaval) existe a forte possibilidade de nevar. Felizmente utilizo um veículo com tracção às quatro rodas, dos a sério (baratos, feios e maus) não os da moda (os SUV cuja maioria nem tracção às quatro quanto mais redutoras) e por isso lá vou circulando mas sabem uma coisa? Tenho reparado que, tirando um velho e vetusto limpa-neve na IP4, nunca vi os chamados meios de limpeza de neve. Nem cheiro nem rasto. Uma vergonha.

Mas agora que o Senhor Ministro e a sua comitiva ficaram retidos na auto-estrada por causa da neve, certamente com os tomates regelados, pode ser que se dignem a obrigar as concessionárias a investir em meios de limpeza e se acabe de vez com esta pouca vergonha. Só peço ao divino que não se esqueça de nós, meros utentes, e faça gelar todas as partes pudicas do ilustre representante da Nação e respectiva comitiva. A bem da Nação.

Portugal no seu melhor.

Fundação Em Vias de Extinção?

.
SER-SE EX-MINISTRO, ÓPTIMA PROFISSÃO
.
A Fundação Luso-Americana é agora presidida pela ex-ministra que, durante o seu consulado, quase destruiu as escolas públicas em Portugal.
Como prémio, SócratesII O Dialogador, nomeou-a para substituir Rui Machete, agora que, se calhar, convém destruir a Fundação.
A partir do primeiro de Maio logo veremos o que vai acontecer.
De uma forma ou de outra, ter-se sido ministro, mesmo que mau ou até péssimo, como foi o caso, é o necessário para se obterem muitas e boas benesses.
Continuam os «Jobs for the Boys» (neste caso particular «for the Girl»). Tudo muito bem pago e muito bem caladinho.
A sinistra ministra está de volta, e bem encaminhada.

.

O Desencantado

 

O jovem Barão Karl-Theodor zu Guttenberg era Ministro da Economia da Alemanha no governo alemão findo em Setembro 2009. Tinha mostrado nítidos sinais de ter salvaguardado o são juizo humano no meio da confusão que já então reinava em Berlim.

Escrevi-lhe um mail no qual expressei o meu desejo que ele folgasse por algum tempo nos seus cargos políticos não aceitando novas resposabilidades no novo governo da Sra. Merkel. O meu recado era para ele se preparar para o “depois” não se deixando queimar inutilmente num governo que por perseguir objectivos errados só tinha a hipótese de gerir o declínio cada vez mais acelerado da Alemanha. De facto, tudo o que ele fizesse por mais brilhante que fosse, só poderia surtir efeitos negativos.

Infelizmente não deve ter recebido ou lido a minha mensagem ou então não gostou do meu conselho. Facto é que ele aceitou no novo governo alemão o posto de Ministro da Defesa onde no meio do “ruído antes da derrota” herdou todos os problemas relacionados com o infeliz e estúpido envolvimento da Alemanha na guerra do Afeghanistão. Resultado: Depois de ter ganho no passado uma imagem de competente e “portador de esperanças”, irá aparecer na capa do DER SPIEGEL 51/2009, que sairá na segunda-feira, sob o título

O Desencantado

Isto fez-me lembrar um pouco o caso do antigo ministro das finanças Prof. Campos e Cunha que teve a coragem de demitir-se logo quando viu para onde a “viagem” ia.

RD

DER SPIEGEL 51/2009

Aber kein Problem, denn für das „Danach“ werden sich zu geg. Zeit noch genügend fähige Leute finden um das Blatt noch zu wenden – und zwar solche die heute noch belächelt oder sogar wütend bekämpft werden.

 

 

Preciso de dois Secretários de Estado

Pode tocar o telefone e não estar preparado, fora das jotas não se consegue ninguem. O problema é que nas Jotas encontram-se jovens que sempre foram velhos, nunca trabalharam e tiram cursos ao domingo e, ainda por cima, é como meter o cavalo de Tróia no Ministério, com a estrutura toda do partido lá dentro.

 

Mas onde se encontram dois jovens capazes e que queiram ser secretários de Estado? Alguns deles não vão abandonar Londres ou Amesterdão, onde trabalham, para virem para um governo que o Primeiro Ministro quer que caia o mais depressa possível.

 

Outros estão a meio dos seus cursos das Novas Oportunidades, não vão hipotecar o seu futuro, só para dizerem ao pai que estão no governo. Os que restam têm a sua vida, não querem nada com o governo nem com a política.

 

É esta a minha agonia, o indigitado só convida se avançar a equipa toda, sem secretários de Estado nem pensar, não está para levar mais negas, já reduziu o governo o máximo possível mas se continua, só fica ele, e o Pereira, que agora tambem lhe deu querer ir para a Administração Interna, diz ele que todos os que passaram naquela pasta são todos grandes empresários, cheios de dinheiro.

 

Para as obras Públicas ninguem quer ir, já lá está um que se chama Jorge Coelho, não se pode dizer não e para dizer sim, ele não precisa de Ministro. Para a Justiça vai o Júdice que está a ponderar levar o Marinho, mas o que ele queria era a Empresa Frente Tejo, anda obcecado que este convite se trata de uma compensação. Menor!

 

Nas Finanças, nos Negócios Estrangeiros, nas Forças Armadas, e na Cultura nunca teve ninguem, não é agora que quer lá alguem. Na Saúde teve lá um e deu-se muito mal, colocou lá uma que tambem não está lá e na Segurança Social, o homem portou-se bem quando anunciou a sustentabilidade do que não é sustentável.

 

Vou para onde, ainda por cima sem secretários de Estado?