Uma crise humanitária sem precedentes – O Equilíbrio do Terror #12

Ouço na rádio que vem aí uma crise humanitária sem precedentes, nunca antes vista. Sorte a nossa, o Iémen não existe, não é real. Tal como não são reais os 14,5 milhões de iemenitas que passam fome, os 20 milhões a precisar de ajuda humanitária urgente e os 377 mil mortos, desde que o conflito começou, em 2014. Sim, eu sei, não passa no telejornal. Não há edifícios iluminados com a bandeira do Iémen, grandes recolhas de donativos ou manifestações com jotas abraçados em frente à embaixada da Arábia Saudita. Mas está a acontecer e 70% das vítimas mortais são crianças. 264 mil crianças, levada pela guerra, pela fome ou pela doença, que nunca souberam o que é ser criança e que não nos merecem o mínimo esforço voluntário ou indignação.

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Arábia Saudita: Razões para os ataques no Iémen.

unnamedHá duas noites que se iniciou mais uma intervenção militar externa contra a minoria houthi, no Iémen. Digo mais uma, já que a História demonstra que já houve várias, sendo que uma delas foi liderada pelo então Piloto da Força Aérea Egípcia, Muhammed Hosni Said Mubarak, a partir de 1962, quando a recém-criada República Árabe do Iémen (do Norte) pedira ajuda ao Egipto de Gamal Abdel Nasser para eliminar as tribos que se mantinham fiéis à Monarquia de Muhammed al-Badr, 3º Rei do Iémen.

Curiosamente, à época, a tensão não era entre sunitas e xiitas, mas sim entre repúblicas e monarquias. De tal forma, que o Reino da Arábia Saudita lutava ao lado dos monárquicos xiitas houthis, que hoje bombardeia! A proxy war que durou entre 1962 e 1970, foi entre o Egipto aliado à URSS e a Arábia Saudita aliada à Grã-Bretanha. [Read more…]

Iémen. Razões para o massacre.

O ponto de partida para uma melhor compreensão das dinâmicas actuais no Iémen, deve passar por uma leitura prévia do texto publicado a 23 de Janeiro, A Crise no Iémen.

As razões para o massacre da passada 6ª-feira em duas mesquitas xiitas de Sana’a (entre 137 e 142 mortos, as fontes contradizem-se), uma vez mais de forma quase telegráfica, sem no entanto ser simplista, são as seguintes:

1º É necessário clarificar, relativamente a um dos dados do referido texto, que a demissão do Presidente Abd-Rabbu Mansour Hadi não foi irrevogável, continuando no cargo. Após a tomada de controlo da capital Sana’a pelos houthis, a Presidência, o Governo, as Embaixadas e demais instituições públicas, abandonaram a capital e rumaram até Áden, no sul, num movimento táctico, cujo objectivo principal foi o da procura da legitimação por parte da Comunidade Internacional, garantido de imediato e em simultâneo, já que as Embaixadas e respectivo pessoal, acompanharam institucionalmente o Governo legitimo do Iémen; [Read more…]

A crise no Iémen

aqap

Apesar da crise permanente que o Iémen vive desde o início da “Primavera Árabe”, em 2011, a demissão do Presidente Abd-Rabbu Mansour Hadi, nesta 5ª-feira 22 de Janeiro, apanhou todos/as de surpresa, sobretudo após a minoria xiita houthi ter ocupado o Palácio Presidencial na 3ª-feira 20 e, de na 4ª-feira 21, ter sido assinado um acordo no qual ambas as partes se comprometiam a redigir uma nova Constituição, inclusiva e, os houthisa retirarem as suas forças que sitiavam edifícios públicos, bem como a entregarem são e salvo, o Chefe do Gabinete Presidencial, entretanto raptado.

Oficialmente, o que precipitou a demissão presidencial, foi a demissão do Primeiro-Ministro Khaled Bahah, mas acontece que os houthis também deram o dito por não dito, pressionando por mais concessões não estando de acordo também, com o projecto de federalização do país em 6 Estados, querendo apenas a existência de duas regiões distintas. Ora esta posição vem reforçar, de certa forma, as exigências do Harak Janouby, a Vanguarda Separatista Sulista, liderada pelo socialista Ali Salim al-Beidh, que quer a independência do sul, num regresso à geografia política da Guerra Fria, aquando da existência do Iémen do Norte e do Iémen do Sul. Um projecto diferente das propostashouthis, sendo que nas horas seguintes à demissão do PR Hadi, 6 líderes de 6 províncias do sul, já afirmaram que não obedecerão a Sana’a, a capital, nem aos houthis. Já há registos, aliás, de ataques a postos e carros de polícia em Áden, principal cidade costeira do sul.
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O Obama matou mais um

Líder da Al-Qaeda no Iémen morre assassinado em raide com avião telecomandado. Change we can believe In.

Egipto, Tunísia e Países Árabes: a Revolução Dominó

Depois de fazer tudo o que os tiranos sempre fizeram nestes casos, -a velhinha repressão musculada, detenções arbitárias, etc. – o regime de Hosni Mubarak avançou com as medidas que os tiranos de hoje em dia tomam e cortou o acesso à internet e telemóveis. Mohamed ElBaradei, que regressou ao Cairo e se colocou ao lado dos protestantes, parece estar em prisão domiciliária (segundo a Antena1 há momentos), ao contrário do que afirmam notícias como estas.

As confrontações estendem-se já a várias cidades do país e vão continuar a alastrar. Depois da Tunísia e do Egipto, as manifestações por uma mudança de poder começam a fazer ouvir-se no Iémen e noutros países árabes.

Sem pretender fazer futurologia e sem arriscar prever o que se seguirá ou que tipos de regime surgirão, é certo que a geografia política do Norte de África e Médio Oriente está a mudar nestes dias. Está a fazer-se história nas ruas e assistimos em directo a uma revolução-dominó. [Read more…]

Irakafeganiémen

 

Irakafeganiémen, a paradisíaca trilogia dos bons e dos justos

Um velho clínico da aldeia, meu amigo, dizia-me:”antes quero que me considerem mil vezes tolo, do que uma só vez burro”. De facto é deprimente a gente sentir que algumas pessoas tentam comer as papas na nossa cabeça, considerando-nos lorpas, e rindo-se ainda por cima.

Eu li que a CIA começara há cerca de um ano a treinar comandos iemenitas, e li que o conselheiro antiterrorista John Brennan, durante as férias de Obama no Hawai, lhe transmitiu que o general Petraeus, comandante das forças americanas no Iraque e Afeganistão, tinha tido um encontro muito “produtivo” com o presidente do Iémen.

Eu li que a CIA começou há cerca de uma ano a treinar comandos iemenitas, e que Brennan e Patraeus se deslocaram várias vezes ao Iémen desde o verão.

Eu li que a ajuda militar dos EUA ao governo do Iémen era em 2006 de 4,6 milhões de dólares e em 2010 vais ser de 190 milhões.

De acordo com Sebastian Gorka, perito norte-americano em operações especiais citado pela CBS, as operações militares terrestres de 17 e 24 de Dezembro, e o bombardeamento com mísseis, foram executadas pelos EUA, com o apoio do governo iemenita.

Entretanto, um argelino, homem solitário vindo do deserto e do interior do Iémen, vence a sofisticada tecnologia da maior potência mundial e engana os serviços secretos mais poderosos do mundo, enfiando-se num avião, em pleno dia de Natal, com explosivos agarrados às cuecas, e que não explodem.

A CIA sabe tudo quando lhe interessa, mas “falha” nos momentos “apropriados”. Eu li que A CIA já estava informada do plano através da embaixada dos EU no Iémen e já tinha previamente a identidade e o curriculum do indivíduo, os quais foram divulgados imediatamente a seguir à tentativa de atentado. [Read more…]

Parece que estou a ver umas armasitas de destruição maciça

Parece que estou a ver umas armasitas de destruição maciça no Iémen!!!

 Eu até posso ser burro, mas não gosto nada que me comam as papas na cabeça e que me façam passar por lorpa. Leio eu algures, que a tentativa de atentado confirma o Iémen como a terceira frente na luta contra o terrorismo. Peritos em contraterrorismo e forças especiais dos EUA estão desde o início do ano a operar naquele país.

 Tenho a sensação de que me estou a engasgar! Batam-me nas costas, por favor!

 O Iémen é um país árabe que ocupa a extremidade sudoeste da península arábica, limitado a norte pela Arábia Saudita, a leste por Omã, a sul pelo mar da Arábia e pelo golfo de Áden, e a oeste pelo estreito de Bab el Mandeb e pelo mar Vermelho que permite ligação à Eritreia.

 Que local porreiro para fazer uma quinta! Ou um Rancho!

 Apesar de se dizer que o Iémen é um pequeno produtor, 95% das suas receitas são do petróleo. O Iémen é classificado dentro dos países que estão crescendo menos, no entanto, é considerado um país cheio de grandes recursos económicos que não têm sido explorados, em especial no domínio do petróleo, do gás, dos recursos minerais e das pescas. As reservas de petróleo, a seguir: [Read more…]