Sim, foi no Egipto

egipto

Efectivamente, no Egipto.

Informação relevante: ‘egípcio‘ é relativo ou pertencente ao/natural ou habitante do ‘Egipto’ e, em português europeu, como escrevi em 2009 (p. 60), a grafia ‘Egito’ existe, sim, mas para o Gonçalves.

Mais considerações serão tecidas e outras informações serão prestadas quando houver a tal “discussão mais focada sobre as matérias mais controversas”.

Exactamente, as matérias mais controversas.

Afinal ainda existe justiça para católicos no mundo árabe

Tribunal egípcio condena 71 pessoas a perpétua por queimarem igreja cristã” (Expresso)

O Egito e o Egipto?

Sim, o Egito e o Egipto. Efectivamente: o Egito e o Egipto. Exactamente.

O Egito, o Egipto e o Estado Islâmico

Exactamente: o Egito e o Egipto. Efectivamente.

o egito e o egipto

 

Faz sentido

As democracias ocidentais sancionarem déspotas, apertando o cerco ao fundamentalismo islâmico, procurando retirar do poder nos seus países governantes sem o mínimo respeito pelos Direitos humanos. Sem dúvida o Egipto é hoje uma terra de Justiça, capaz de julgar de forma célere 529 cidadãos apoiantes do criminoso presidente eleito, felizmente já deposto por uma junta militar. Por onde anda a Liberdade que justificou Tunísia, Líbia ou Síria, apregoada aos 4 ventos nos gabinetes de Washington ou Bruxelas, esta última verdadeira marioneta de Paris?

Bad Ass Badie

Mohammed BadieRepare-se no padrão: quanto mais islamizante e islamizada uma sociedade, mais incompatível com a tolerância e a democracia. Se o Egipto quiser parecer-se mais com a Turquia e menos com o Afeganistão ou o Irão, terá de purgar-se da histeria exclusivista da Irmandade, um presente envenenado a tender para a teocracia. De resto, não creio que o exército seja insensível ou indiferente às forças seculares e moderadas, a maioria da população. São, têm sido, o último recurso contra os riscos de terror e morticínio que a Irmandade, liderada pelo bad ass Badie, vende por atacado.

Egipto:

“Uma sociedade extremamente dividida, a precisar urgentemente de um entendimento político de compromisso entre os militares e os islamistas.” Uma análise de Hugh Miles. no dia em que se prevê que a situação se torne incontrolável por excesso de radicalismo de parte a parte.

Egipto: o longo caminho para a democracia

Ismail Serageldin

Ismail Serageldin, o director da nova Biblioteca de Alexandria, esteve recentemente em Portugal para receber o Prémio Calouste Gulbenkian 2013. Entrevistado para o jornal Público, falou daquilo em que acredita: no poder das ideias, e no pluralismo. No seu país vivem-se por estes dias momentos de confronto entre os partidários das velhas e das novas ideias, entre islamistas (que pretendem impor no Egipto a vontade da Irmandade Muçulmana) e todos os outros, que representam cerca de metade dos cidadãos eleitores. Islamistas que não costumam aparecer nos debates promovidos pela Biblioteca Alexandrina, “encontros de teor tendencialmente liberal [e não falamos de economia]”, diz Serageldin, de que compreensivelmente não participam, imaginando talvez que dessa forma essas outras ideias perderão relevância na sociedade. [Read more…]

Dilma, Morsi e o Dr. Soares

A rua está a falar cada vez mais alto. Gritou na Turquia. Vociferou no Brasil. Berra agora no Egipto, rejeitando um presidente eleito, o islamista Mohamed Morsi, cujos passos políticos foram dados no sentido, não de uma reconciliação nacional, mas de um absolutismo islamizante, pé ante pé, medida ante medida. A rua é soberana no século XXI? Depende. Alguns, na Esquerda Impostora e Nihilista Portuguesa, convocam-na e ela não acontece. Nunca. A não ser que, num primeiro momento, se disfarce de movimento cívico Que se Lixe a Troyka para logo se expor e gerar desmobilização dado o facto de os portugueses odiarem ser manipulados do Sofrimento Real para o Nada Garantido, típico das Esquerdas Raivosas, do BE ao PS. A rua não se empertiga em Portugal. Não acontece em Portugal. Mário Soares, por exemplo, tomando a nuvem por Juno, considerou que os insultos organizados pelo Bloco de Esquerda e os arrufos promovidos pelo PCP, à chegada e à partida dos Ministros em eventos e encontros oficiais, chegariam e sobrariam para derrubar o Governo Passos. Não. [Read more…]

Mais uma da Madame Blavastky

Garante hoje o DN ter sido descoberta mais uma “pirâmide”, desta vez tão colossal que é três vezes maior que aquela que um dia foi erguida por ordem do faraó Queops. Fantástico, pois ainda por cima, esta novidade tem apenas três lados! Cá está mais uma para o Canal de Estória, vamos a ver se aproveitam a coisa para mais um a dose de programas. Pirâmides há muitas, mas a que hoje se notícia e a outra que um dia como tal se designou na Bósnia, são mesmo únicas. Aliás, as obras da mãe natureza são todinhas extraterrestres…

A falsa história do sexo de despedida

Desmontada pelo Marco Santos. Acrescento que tratando-se de muçulmanos vale tudo e todos os disparates passam. A caça ao mouro em todo o seu esplendor.

Ir ao futebol e morrer

Por mais que tente, há coisas que não consigo compreender. No Egipto, morreram cerca de oitenta pessoas em confrontos no final de um jogo entre o Al-Masry e do Al-Ahly.

Aparentemente, segundo o treinador Manuel José, a equipa de arbitragem terá deixado nervosos os adeptos da casa e, após vitória do adversário, a revolta terá estalado, o que explicaria, em parte, os confrontos.

Não explica. Nada explica o inexplicável, nem o resultado desportivo, nem rivalidades antigas, nem a suspeita de aproveitamento político por parte de seguidores de Hosni Mubarak.

Nada explica que se vá assistir a um jogo de futebol e se morra por isso. Nada. Alguém morrer por ir ao futebol é tão dramático como, por exemplo, morrer de fome. Há coisas que pura e simplesmente não deviam acontecer.

Eis o video

Bem Vindos ao Cairo 005

O bairro onde vivo, é um grande pequeno lugar do Cairo, junto ao Nilo, chamado Maadi.
É onde estão algumas das embaixadas, a Escola Americana, a Escola Britânica e o
complexo de habitação e trabalhos especiais para americanos.
É onde mora grande parte dos estrangeiros.
É um bairro do início do seculo XX criado por uma empresa britânica dos caminhos de ferro,
feito de moradias ricas, para britânicos abastados e judeus ricos.
Depois da abolição da monarquia, em 1953 e da retirada das tropas britânicas em 1954,
o bairro transformou-se completamente, tendo sido nacionalizado em 1961.
Os amplos jardins, fora transformados em quarteirões de edificios altos.
Os canais de água desapareceram, o urbanismo manteve-se na sua maioria, mas nas novas zonas construidas,
a arquitectura adulterou-se bastante. [Read more…]

Bem Vindos ao Cairo 004

Estou com algumas dificuldades em pensar na forma  mais correcta de vos falar do cheiro, do sabor e da cor da fruta.
Quando aqui cheguei e fui fazer o reconhecimento do meu bairro, a primeira coisa que me chamou a atenção
e fez toda a diferença na construção da imagem do
sitio onde iria viver uns meses, foram os carrinhos de fruta,
esquina sim, esquina sim, com aquele cheiro que se sentia
20 metros antes e entrava no cérebro como uma mensagem:
come-me, eu sou o néctar dos néctares.
Imediantamente me apaixonei pelas vendas ambulantes de fruta,
que fucionam desde o por-do-sol até para lá da meia-noite.
Às vezes, de manhazinha, há também as tipicamente conhecidas carrroças ambulantes puxadas a burro.
Miudos com idade para brincar, tentam ganhar algum numa vida tristemente miserável.
Mas são felizes parece-me. Sorriem para as fotos, e pedem-nos para comprar tomates, alfaces e batatas.  [Read more…]

Bem Vindos ao Cairo 003

Há duas coisas que os portugueses costumam fazer com frequência quando saem do país.

Não sei em quantas culturas é normal isto acontecer, mas tenho a noção que nós estamos perto do exagero.

Quantos de vocês é que já deram conta que estão a medir a qualidade do café  e a qualidade e quantidade de comida por preço praticado, quando saem de Portugal?

Eu acho que somos capazes de fazer isto dentro de portugal, quanto mais fora.

Sim, acredito que cada um de nós é especialista gastronómico,  segundo parametros pessoais estabelecidos desde muito cedo pelos nossos hábitos e influências das nossas mães e avós.

Desde que cheguei ao Cairo, comecei a  medir imediatamente a qualidade versus quantidade versus preço do que me era dado a experimentar. [Read more…]

Bem Vindos ao Cairo 002

A primeira visita é sempre cheia de recomendações para quem não conhece o país, as gentes, a cultura.
Começa logo com os nãos.
Algumas, são apenas observações minhas, de entre o que vou vivendo e o que me vão explicando.
Estou aqui há um mês.
Não se pode beber água da torneira.
Não é permitido vender bebidas alcoolicas nos supermercados.
Não há bebidas alcoolicas nos menus dos restaurantes e embora alguns as sirvam,
é preciso saber que locais as têm.
Não há regras de trânsito, literalmente.
tem prioridade quem passa primeiro e quem buzina mais. ´
Caótico!
Até hoje, ainda só vi 3 sinais de trânsito:
“proibido falar ao telemóvel”
“proibido buzinar” e
“sentido proibido”
Ainda assim, é de longe o melhor caos organizado que conheço.
Não há muita liberdade para se vestir o que se quer, pelo menos da parte das mulheres.
Eles dizem-se modernos e a caminhar para a aproximação ao mundo ocidental,
mas ombros e joelhos à mostra, ainda são mal vistos pela maioria da população.
Há quem não faça caso disso, mas os nomes atribuidos a essas mulheres daquela forma sorrateira, não são os mais bonitos.
Eu sou, claramente, uma dessas mulheres.  [Read more…]

Bem Vindos ao Cairo 001

Imaginem uma cidade amarela, cor de areia.
Com  grandes construções em tijolo, arranha-céus à americana, casas rasteiras em adobe,
casinhotas de chapa de zinco e contraplacado de madeira.
Imaginem uma cidade quente, repleta de carros, cheia de gente.
Uma cidade que cheira a coisas. Cheira a tudo.
Uma cidade grande, que não dorme. [Read more…]

Testes de Virgindade: O Facebook e a idade das trevas

Enquanto muitos egípcios – usando o Facebook, as redes sociais e a tecnologia digital – procuravam uma revolução modernizadora que os catapultasse para a contemporaneidade, os militares mostravam como se pode viver na idade das trevas, mesmo com armas modernas na mão, telemóvel no bolso e coca-cola nos momentos de descanso.

Líbia: a solução passará pelo Egipto?

Depois de a Liga Árabe ter avançado com a zona de exclusão aérea, desenha-se agora uma intervenção militar terrestre do Egipto.

É uma boa solução. Os militares egípcios gozam, por enquanto, de boa fama, pela sua não intervenção contra os manifestantes no Cairo.

E alguém tem de travar o canalha gadafiana, que esmaga o seu próprio povo em armas.

Por outro lado o maior país árabe coloca-se deste modo como seguro de vida das revoltas árabes, e para os lados sauditas não devem achar muita graça à ideia.

Não gosto de intromissões estrangeiras num país soberano, mas há excepções. Tal como em Timor, ocupado, eu sei, na Líbia, onde o regime se defende com mercenários estrangeiros, é a desproporção de forças entre o povo, mal armado e sem treino militar, e a canalha que tem gasto o petróleo para seu proveito próprio. Espero que venha o dia em que o petróleo líbio seja mesmo dos líbios, todos.

 

O comentador Pinguim sobre as visitas de Sócrates

o comentador pinguim - as visitas de sócrates

Que horror filha, até vão fazer uma revolução em Marrocos

Está a correr bem. No Egipto a tropa avisa educadamente que “os protestos neste momento delicado conduzem a resultados negativos”, perante “greves nos caminhos-de-ferro, nos correios, no serviço de ambulâncias, em vários media, nas indústrias têxtil e do aço…”.

Os nossos irmãos do sul começam no domingo, com 50 000 polícias já metidos ao barulho, aliás já começaram:

sit-in Solidarité Egypte Rabat Maroc

Egipto, amanhã começa o amanhã

Cheguei a declarar-me egípcio e a celebrar antecipadamente, ontem. Agora, enquanto todos festejam, felizmente, chegou a hora de fazer de advogado do diabo e dar  aos egípcios uma pequena notícia: este foi o último dia em que o processo no Egipto foi deles.

Amanhã, muito cedo, começam a aterrar os representantes das internacionais ideológicas e partidárias. Vão organizar o processo. Vão criar partidos, encontrar líderes, instruir filiados, implantar-se no país. Virão representantes dos EUA e da Europa domesticar a transição, garantir os fluxos, proteger Israel e os reinos sauditas, manter posições, garantir permanências.

Virão também outros, representantes de interesses económicos diretos e indiretos, ONGs, farsantes, bem-intencionados, extremistas de todos os extremismos, turistas das revoluções, negociantes de armas, oportunistas espertalhões, voluntários de causas politicamente corretas, etc., etc., etc.

Os peões (os egípcios, regime incluído) avançaram. Alguns comeram, outros foram comidos. Agora começam a sair os cavalos, os bispos, as torres, mas este é um xadrez com muitas casas e cores, há muito que acabou o xadrez das pretas contra as brancas.

Hoje festeja-se na Praça Tahrir. Ainda bem. Amanhã os egípcios começam a lutar por uma democracia que lhes convenha. É melhor que o saibam cedo, do que tarde.

O Faraó Mubarak deixa os militares encalhados

Sem resignar explicitamente o cargo, o presidente egípcio e familiares deixaram o Cairo  para se refugiarem no palácio do clã, na estância balnear de Sharm el-Sheikh. Mubarak reinterpretou, na história contemporânea, o papel do Faraó do Antigo Egipto: um rei absolutista a que o povo da antiguidade obedecia com veneração. De facto, como chefe político supremo, o Faraó, reza a História, estava impregnado de poderes divinos; de tamanha transcendência que lhe era reconhecido o poder milagroso de fazer repetir as cíclicas cheias do Nilo e da consequente renovação anual da fertilidade nas margens que orlam o extenso rio. [Read more…]

Adoro o cheiro do povo na rua pela noite, pela manhã

apoesiaestanarua

O suor, o fedor a povo, a comunhão humana que só as revoluções fabricam, a solidariedade, a fraternidade.

Adoro revoluções naturais, sem partidos da classe operária e outros aditivos tóxicos.

A terra dos escravos que ergueram as pirâmides, dos camponeses que lavraram o vale do Nilo, pela primeira vez é sua, deposto o último faraó.

Que seja mesmo o último. Façam o favor de não gritar o povo unido jamais será vencido, conselho de amigo, dá azar.

Uma bem conhecida lição


Com a crise do Egipto aprendemos uma coisa: nos americanos não se pode confiar.

Mubarak Abandona o Poleiro

Mubarak resignou-se e desceu da cadeira; nasce hoje uma nova esperança para vários outros regimes democráticos do Norte de África…

A teimosia de Mubarak e a obstinação do Povo Egípcio

Praça Tahrir - CairoOntem, em diversas cidades egípcias,  havia imensa esperança na retirada de Mubarak. No santuário da revolta, a Praça Tahrir no Cairo, a expectativa do povo estava ao rubro. Quem pôde e quis, à volta do globo, testemunhou. A complementar as imagens,  notícias de diversas fontes, da BBC à Reuters, indiciavam que Mubarak estava prestes a demitir-se.

Cerca de 22:00 horas no Cairo, finalmente, via TV, o ditador surgiu a discursar às massas. Ao ruir das expectativas, eclodiu a imensa frustração dos cidadãos na Praça Tahrir; e certamente em muitas outras praças, ruas e ruelas do Cairo, de Alexandria, do Suez e de, sabe-se lá, quantas mais localidades e povoações do país. Mubarak confirmou-se disposto ao sacrifício de prolongar os 30 longos anos de presidente, até Setembro próximo. Prometeu  alterações da lei constitucional e respeitar, agora sim, um povo,  que ele próprio desprezou ao longo de três décadas. A Omar Souleiman, o vice-presidente e homem de confiança dos EUA, delegará poderes no sentido da democratização do Egipto. [Read more…]

Egipto, para já ganha o povo

Para já ganha o povo, o futuro logo se verá. Para já ganha a civilização contra a barbárie. Para já ganhamos todos.

17h27 Paulo Moura, enviado especial do Público, no Cairo: “A praça Tahrir está a encher-se de gente, está a ficar completamente cheia. Não há caos. As pessoas continuam organizadas, estão a fazer os piquetes do costume, são civis que revistam as pessoas para ver se não têm armas. Para entrar na praça é preciso passar por uns 15 checkpoints destes. Na praça as pessoas estão num grau de excitação enorme, dão beijos umas às outras, há um clima de vitória.”

17h21:Mubarak está de saída (especialmente desde que o ministro da Informação o negou)”, escreve o antigo editor de Médio oriente do “Guardian”, Brian Whitaker. Mas exército e Suleiman lado a lado a governar o Egipto é um cenário que não agradaria à maioria dos egípcios.

17h19: “Praça Tahrir, agora: cânticos, música, assobios. Isto já não é um protesto, é um enorme concerto”, escreve no Twitter Arabzy.

A Internacional Socialista não expulsou o partido de Mubarak

A Internacional Socialista diz que expulsou o PND, mas para o fazer, segundo os seus estatutos, tem de reunir em congresso e juntar dois terços de votos. Tudo muito bem explicado no 5 Dias.

Não fossem representados pelo PS em Portugal e até podíamos ficar admirados.

Son of a bitch (?)


Há muitos anos, nos tempos da controversa administração da política externa de Roosevelt, um membro do Departamento de Estado dizia cobras e lagartos do ditador Trujillo. Roosevelt contemporizava…

– “But, mr. President, the man is a son of a bitch!”

– Yes, I know, but he is OUR son of a bitch!”

Perceberam a mensagem?