A espanholização da banca segue dentro de momentos
PT – até já!
Não querem vender mas pedem para que a Telefónica não retire a proposta! O que é isto?
Com uma maioria de accionistas a votarem a favor da venda e o Sócrates a agitar a “golden share” temos aqui uma confusão “à PS”. Na tal empresa onde o governo não manda, os accionistas maioritários e a administração fazem tudo para mostrar ao governo que este caminho não leva a lado nenhum. Só aos tribunais ou, antes disso, a uma OPA à própria PT!
Percebe-se que Sócrates só não quer sair da confusão chamuscado, já fez o número dele de defesa do interesse estratégico nacional, agora é só arranjar uma saída condigna, mas a Telefónica não está para fazer fretes ao Primeiro Ministro. Por isso, é muito divertido ver a administração da PT a querer ganhar tempo para não deixar fugir a oportunidade de vender e a Telefónica a apertar com o nosso José.
Quem manda o engenheiro técnico meter-se em engenharias de telecomunicações que não domina?
A Telefónica quer vivamente a PT!
A “road show”, como diria o outro, está na estrada! A fina flor está em Nova Yorque a tentar convencer os accionistas e tudo o que cheire a dinheiro que cá a gente, está para dar e vender, não é nada como nos andam a difamar, que temos problemas, que não vamos conseguir pagar o que devemos, invejosos, é o que é…
A Telefónica quer a VIVO toda( 46 milhões de clientes), já tem metade, a outra metade têm-na a PT, é uma questão de dinheiro, mais tarde ou mais cedo. O que está em jogo é uma empresa, no Brasil, que já é a maior contribuidora de lucros no universo da empresa Portuguesa, cresce num mês, em termos de clientes, o que a PT cresce num ano, num país que cresce a um ritmo seis vezes superior ao nosso.
A Telefónica, que já é uma das principais accionistas da PT, oferece um preço muito superior à cotação em bolsa, tentando desta forma convencer o Estado português, que tem uma “golden share” que pode travar tudo, a vender e assim ver os seus problemas das contas públicas resolvidos. Mas vender seria vender os dedos e os anéis. Perante isto , a Telefónica lançou uma OPA hostil, sobre 100% do capital da própria PT! Agora quer a PT e a VIVO!
A Telefónica é cerca de quatro vezes maior que a PT e moram ambas num condomínio onde imperam as regras, que têm que ser cumpridas. Não podem viver nas bolsas de Nova Yorque e Londres com regras próprias, como é essa história das “golden shares”, em que um accionista ultraminoritário pode decidir se sim ou não a uma OPA!
Mesmo que seja um Estado!
A Cimpor a fazer tijolo…
Uma guerra em que o Governo, como se nada tivesse para fazer e nenhuma preocupação , está a travar como se fosse o dono da empresa.
É esta a política deste governo no que às empresas diz respeito, quer mandar, controlar, ter lá os seus homens de mão, uma vergonha, com a CGD pelo meio, uma OPA falhada e grupos privados sem estratégia perante um Estado de que tanto dependem. Isto só vem dar razão a quem, perante a falta de decoro, já propôs ao Presidente da República que as nomeações de boys e girls, sejam controladas por um comissário independente dos partidos.
O governo, de uma vez por todas, deve sair da economia, deve nomear reguladores actuantes e independentes e deixar que os mercados funcionem. O que se passa nas empresas públicas está a deixar profundas marcas, tanto nas próprias empresas como na sociedade. É tempo de o governo tirar as mãos de onde não lhe cabem competências , onde não tem obtido bons resultados, em que afunda o nosso dinheiro e deixar de brincar aos empresários .
A OPA à Cimpor
Os accionistas não se entendem, tal como não se entenderam no BCP com as consequências conhecidas. É, pois, natural que se jogue o livre jogo do mercado, como eles gostam tanto de dizer quando lhes interessa e dá dinheiro.
Mas a ladaínha de sempre, logo veio politizar a questão, que é e devia permanecer empresarial, num mercado livre e concorrencial. Vão à Bolsa buscar milhões e ganhar milhões mas deviam aceitar que onde há regras as deviam cumprir. Há ou não gente interessada no preço oferecido pelos empresários brasileiros? Vendem?
Mas não, quando se agita a hipótese da “árvore das patacas” fugir ao controlo, logo se começa a gritar pela necessidade de os centros de decisão económica ficarem nas mãos de portugueses! E como se impede que uma OPA não tenha êxito? Ou por uma “golden” qualquer coisa que o governo tira do baralho ou alguem vai perder dinheiro, porque se não vende por um preço que lhe interessa, alguem o vai compensar mais tarde.
Na OPA da Sonae sobre a PT alguns dos “playeres” eram os mesmos, muito dinheiro dos bancos, especialmente da CGD o que à partida dá uma série de argumentos ao governo, pois há muito dinheiro alinhado, é fácil impedir a OPA por maioria de accionistas que não vendem.
A Cimpor, num país sem indústria, é muito importante, porque é uma empresa de sucesso, a estratégia de gestão de crescimento e de internacionalização tem obtido bons resultados, apesar dos accionistas não se entenderem.
Mas ter accionistas brasileiros impede a boa “performance” da empresa? É um negócio de quatro mil milhões de euros que mais uma vez está nas mãos do governo, apesar das duas empresas interessadas directamente, serem privadas.
Daqui a uns tempos todos vamos conhecer os negócios “finos” que o governo protegeu.
Comentários recentes