… daqui a uns anos, visto pela perspectiva de duas empresas,
Telefónica:
Shell, depois do corte [Read more…]
Expor ao vento. Arejar. Segurar pelas ventas. Farejar, pressentir, suspeitar. Chegar.
… daqui a uns anos, visto pela perspectiva de duas empresas,
Telefónica:
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Então a Vivo não era estrategicamente muito importante para o futuro da PT?
– Oi?
Então a presença da PT na Vivo não se enquadrava numa afirmação dos interesses financeiros portugueses na América Latina?
– Oi?
Então a «golden share» não foi usada exactamente para evitar a venda da Vivo por parte da PT?
– Oi?
Então o primeiro-ministro que era contra a venda da Vivo à PT agora já é a favor?
– Oi?
Então a Oi não é infinitamente mais pequena do que a Vivo?
– Oi?
Então foi tudo um golpe do pândego do primeiro-ministro para parecer que é de Esquerda?
– Oi?
Os implacáveis defensores dos investidores da PT estão de parabéns. Viram as ambições concretizadas. A PT vendeu a Vivo à Telefónica, segundo a comunicação social portuguesa (PUBLICO e TVI) e espanhola (EL PAÍS).
Com o fecho da operação, o interesse nacional (espanhol) ficou preservado. Os investidores portugueses – coitados, sempre a bater-se pela defesa dos ‘centros de decisão nacionais’ – venceram a barreira da ‘golden share’. Antes, no acto de boa fé de compra das acções, nem sequer se aperceberam da existência de uma ‘golden share’ detida pelo Estado, estatutariamente definida quanto aos respectivos poderes e limitativa do preço de venda de cada acção.
A UE, através do Tribunal Europeu, também acorreu em socorro dos ofendidos investidores, não repetindo a permissividade impeditiva da aquisição da Telecom de Itália justamente pela Telefónica. Situações iguais, critérios diferentes.
No final da história, é curioso notar que o Dr. Ricardo Salgado e companheiros extraíram benefícios do uso da ‘golden share’ pelo governo de Sócrates. A Telefónica subiu o preço de compra para 7,5 mil milhões de euros e os pobres investidores acabaram por “abichar” mais 350 milhões de euros.
Os portugueses estão todos mais felizes e o caso é digno de júbilo: “Viva a venda da Vivo!”, “Viva a Golden Share que nos rendeu mais uns cobres”!
Quando vier o dinheirinho espanhol, lá vai a PT investir um valor entre 20 e 25% do capital da também brasileira Oi, porque, contradições à parte, o mercado brasileiro sempre tem carácter estratégico. No nosso entendimento, é melhor sermos prudentes e ficarmos na expectativa de saber se, daqui a uns tempos, não se dirá: “Oi que nos enganámos!”.
O mercado é isto. Vender activos nacionais pagos por muitos, em benefício de poucos – lembramos que a entrada da PT no Brasil foi resultado de diplomacia económica eficaz, facilitando-se a operação pelo baixo preço que a dita PT pagou pelas infra-estruturas de rede e que dilatou o valor efectivo dos activos da operadora portuguesa e facilitou o financiamento externo. Tudo isto é o sagrado mercado.
Não querem vender mas pedem para que a Telefónica não retire a proposta! O que é isto?
Com uma maioria de accionistas a votarem a favor da venda e o Sócrates a agitar a “golden share” temos aqui uma confusão “à PS”. Na tal empresa onde o governo não manda, os accionistas maioritários e a administração fazem tudo para mostrar ao governo que este caminho não leva a lado nenhum. Só aos tribunais ou, antes disso, a uma OPA à própria PT!
Percebe-se que Sócrates só não quer sair da confusão chamuscado, já fez o número dele de defesa do interesse estratégico nacional, agora é só arranjar uma saída condigna, mas a Telefónica não está para fazer fretes ao Primeiro Ministro. Por isso, é muito divertido ver a administração da PT a querer ganhar tempo para não deixar fugir a oportunidade de vender e a Telefónica a apertar com o nosso José.
Quem manda o engenheiro técnico meter-se em engenharias de telecomunicações que não domina?
O acórdão do Tribunal de Justiça da União Europeia e o presunçoso discurso de Durão Barroso no Estoril confirmam o que prevíramos aqui no Aventar. Não nos ufanamos de autoria de prognose mágica, ditada por inspiração divina. Foi mera ratificação, ab initio, de que a União Europeia privilegia a ‘liberdade de circulação de capitais’, em prejuízo da ‘coesão económica e social’ que diz estar na primeira linha dos objectivos que se propõe atingir – este último enunciado é um exercício de continuada demagogia.
No portal da UE, e sob o título ‘empregos e assuntos sociais’ é possível aceder a um arrazoado de intenções e objectivos da União, no domínio das políticas sociais. Uma vez lidos e equacionados com as práticas da Comissão, do Parlamento e do Tribunal de Justiça resultam naquilo a que, em português vernáculo, poderíamos designar por ‘conto do vigário’.
A ‘Estratégia de Lisboa’ é focada a torto e a direito, no sentido de mostrar preocupação pelo bem-estar social nos 27 Estados-Membros da EU; legítimo seria pensar que os princípios e políticas implicassem o correspondente empenho em promover pragmática homogeneidade económica e social – a tão apregoada coesão – em respeito pela inclusão de todos os países em processo de desenvolvimento global europeu. Mas não é assim. O poder financeiro e o conceito de mercado é que contam.
As autoridades europeias no caso ‘PT – Telefónica – Vivo’ demonstraram, à evidência, que a citada Estratégia de Lisboa é letra morta. Efectivamente, sem ponta de xenofobia, parece-nos legítimo argumentar que a PT, em termos de desenvolvimento económico, tecnológico e de emprego, tem para Portugal relevância especial – a capitulação do sinistro trio, BES, Ongoing e Visabeira, valha a verdade, igualmente traiu o País a que esses investidores dizem pertencer.
A trilogia ‘PT – Telefónica – Vivo’ converteu-se em romance. Com contornos de maior ‘suspense’, após o uso pelo Estado Português de poderes conferidos pela golden share na PT. Os discursos e intervenções subiram de tom. Uns a favor, outros contra. E aguarda-se a deliberação de Bruxelas, mesmo sem eficácia imediata.
Os opositores ao uso dos citados poderes, em geral, refugiam-se no argumento de que não foram respeitados os interesses dos accionistas – e eu exclamo e que espécie rara de accionistas! BES, Ongoing e Visabeira. Todos adquiriram acções da PT, sabendo da posse da golden share pelo Estado, assim como dos direitos e consequências inerentes. Agora, os mais usurários revelam surpresa e discordância à opinião pública.
De tantos ditos e contraditos, há até comportamentos de pasmar. Há um mês, o sinistro banqueiro de todos os regimes, o Dr. Ricardo Salgado do BES, defendia que o Estado deveria accionar a golden share para contrariar a compra da Vivo pela Telefónica; ontem, em declarações proferidas em Cabo Verde, disse o contrário e mais: agora há o perigo da operadora espanhola lançar uma OPA sobre a PT. De patriótico, já muitos sabíamos, Ricardo Salgado não tem migalha ou gota, como há semanas fazia notar a insuspeita escritora Rita Ferro. E está bem acompanhado por ‘compagnons de route’ de refinada ética, os empresários da Ongoing e da Visabeira. ‘Day after day’, as coisas mudam. Hoje o jornal ‘i’ anuncia que Salgado também terá dito que se houver uma OPA da Telefónica sobre a PT, o Estado deverá opor-se através da ‘golden share’. Enfim, contradições atrás umas das outras.
Deixemos, agora, a negociata dos ilustres accionistas, atraídos por parte de 7,15 mil milhões de euros – o país e as suas gentes beneficiariam imenso. Centremo-nos na crítica do arrevesado Rui Ramos na última edição do ‘Expresso’. Famoso historiador e doutorado em Ciência Política por Oxford, o ilustre académico entende que a decisão do Estado é um acto de “socialismo neocolonial”. Equivalente, escreve ele, à decisão “do país manter, não companhias de telemóveis no Brasil, mas a administração portuguesa nas terras de África” (sic). Esta visão transcendental só poderia sair de um cérebro genial.
Temos um negócio em que 75% do capital accionista está a favor da venda e um estado, o português, que junta o que falta e quer impedir o negócio. Pateticamente, Sócrates vem com a golden share, quando já sabe que dia 16 próximo a União Europeia vai anunciar o que já todos sabem há muito tempo. As golden shares não são legítimas nem legais!
Entretanto, com a economia a entrar num período tão mau que ninguem se atrevia a antecipar, os accionistas, os tais do interesse nacional estão prontos para vender. Porquê? Porque os bancos não conseguem financiar-se, não têm dinheiro, e a Telefónica paga muito e bem. Desapareceu o interesse nacional, num golpe de magia!
O estado está a financiar-se, por favor, junto do BCE que nem é da sua missão financiar países e muito menos a tesouraria, empresta para não deixarmos de pagar o dia a dia, estamos vigiados de perto, o FMI anda por aí. Lembram-se quando se dizia aqui no aventar que as obras públicas eram um crime? pois é, agora estamos a pedir dinheiro para pagar à porteira e ao padeiro, longe vão os fumos de grandeza deste atrasado que nos governa.
Mas o Presidente da República tem muitas culpas no cartório, não faz nada, anda por aí a dizer que isto é insustentável, já sabíamos há muito tempo, ele se lesse jornais e visitasse o Aventar já tinha tomado uma atitude, agora está preocupado com a reeleição, já não faz nada e, entretanto, estamos a afundar-nos.
O negócio da PT para quem não quer meter a cabeça na areia é o negócio de ocasião, é como comprar o carro do vizinho que está “sem cheta” e um gajo compra-lhe a bomba por tuta e meia, e vai com muita sorte, se não deixa de pagar ao padeiro, vende quem está teso, compra quem tem dinheiro, e compra barato porque o país bateu no fundo.
Lembram-se do interesse nacional? Podíamos ao menos ter alguma dignidade, não ser o “bombo” da festa, usar a golden share que não vale nada, a Telefónica mantem o negócio até ao fim do mẽs porque sabe que a partir do dia 16 fica o Sócrates a tocar “harpa” e com a golden share a enfeitar-lhe a fronte de engenheiro técnico…
E ainda resta a OPA que pode avançar se e quando o “interesse nacional” estiver resolvido nos bastidores desta opereta bufa…
PS: pode-se usar a categoria “portugal arruinado”?
…à medida que sobe o preço oferecido pela Telefónica, de 5,7 mil milhões passaram para 6.5 mil milhões e a saída da posição accionista que tem na própria PT de 10%. A Telefónica não desiste dos 50% da Vivo na posse da PT, e a administração desta já reuniu hoje de urgência. Já se ouve dizer, pela administração, que o preço ainda não reflecte o valor estratégico, é preciso mais, o que juntando ao que Faria de Oliveira já afirmou publicamente, palpita-me que “o valor estratégico” é sinónimo de “mais massa”.
Como já disse aqui, é só o vil metal que está em jogo, o resto é conversa fiada, faz-me lembrar a história dos “centros de decisão nacionais” quando se tratou das privatizações, compradas as empresas por ” tuta e meia” logo venderam os centros de decisão nacionais a quem deu mais (rima e é verdade!).
Nós, por cá, é que caímos uma e outra vez na conversa fiada de quem nos goza a seu belo prazer, o Estado agita a “golden share” como se a maioria accionista aceitar o preço , seja possível impedir a OPA. Vão fazer o mesmo que fizeram com a anterior OPA da Sonae, convencer e comprometerem-se a remunerar “principescamente” o accionista, para isso cá estamos nós a pagar as telecomunicações mais caras da Europa!
É só estratégia e patriotismo!
A “road show”, como diria o outro, está na estrada! A fina flor está em Nova Yorque a tentar convencer os accionistas e tudo o que cheire a dinheiro que cá a gente, está para dar e vender, não é nada como nos andam a difamar, que temos problemas, que não vamos conseguir pagar o que devemos, invejosos, é o que é…
A Telefónica quer a VIVO toda( 46 milhões de clientes), já tem metade, a outra metade têm-na a PT, é uma questão de dinheiro, mais tarde ou mais cedo. O que está em jogo é uma empresa, no Brasil, que já é a maior contribuidora de lucros no universo da empresa Portuguesa, cresce num mês, em termos de clientes, o que a PT cresce num ano, num país que cresce a um ritmo seis vezes superior ao nosso.
A Telefónica, que já é uma das principais accionistas da PT, oferece um preço muito superior à cotação em bolsa, tentando desta forma convencer o Estado português, que tem uma “golden share” que pode travar tudo, a vender e assim ver os seus problemas das contas públicas resolvidos. Mas vender seria vender os dedos e os anéis. Perante isto , a Telefónica lançou uma OPA hostil, sobre 100% do capital da própria PT! Agora quer a PT e a VIVO!
A Telefónica é cerca de quatro vezes maior que a PT e moram ambas num condomínio onde imperam as regras, que têm que ser cumpridas. Não podem viver nas bolsas de Nova Yorque e Londres com regras próprias, como é essa história das “golden shares”, em que um accionista ultraminoritário pode decidir se sim ou não a uma OPA!
Mesmo que seja um Estado!
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Debate político entre Aventadores. A Esquerda, a Direita, e não só.
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Debate sobre política, sociedade, actualidade, entre outros.
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implica a ilegitimidade do projeto. O Acordo Ortográfico de 1990, efectivamente, não existe.
Pode assistir em directo aqui à intervenção do Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky via ARTV, o canal do Parlamento.
O respeitinho é muito bonito.
Paulo Núncio acha que o novo imposto sobre empresas com lucros “aleatórios e inesperados” corresponderá ao primeiro grande erro da nova governação socialista. Arre, Núncio, já ouviste falar da função de distribuição?
São a favor do cheque-ensino, querem introduzir o cheque-saúde, mas dizem que são contra a ideia liberal que o PS teve: o cheque-combustível. “Muita burocracia”, dizem.
Na verdade, não são contra. A Iniciativa Liberal só ficou chateada porque o Partido Socialista teve uma ideia liberal muito mais rápido que eles. Mas há que ver pelo lado racional: antes de existir IL, já o PS se tinha rendido ao neo-liberalismo.
A crónica de Daniel Oliveira na TSF é um excelente exercício que merece ser lido ou ouvido. Não estamos imunes a igual desfecho.
“Vladimir Putin terá de ser julgado por crimes de guerra, é inequívoco. Mas se quisermos fazer uma análise independente, realmente independente, então teremos de dizer que também George W. Bush terá de ser julgado por crimes de guerra, Tony Blair, etc, por causa da guerra no Iraque… e até em Portugal haverá quem possa ser julgado, por colaboração com os EUA.”
Anabela Alves, especialista em Direito Internacional, foi a primeira advogada a participar em julgamentos de crime de guerra no TPI, em entrevista ao Jornal de Notícias.
Então o Ventura leva um puxão de orelhas na Assembleia da República, e Rui Rio não teve o cuidado de suavizar a coisa?!
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