Faz de conta

Na Bélgica, onde o governo é liberal (partido Open VLD, do grupo dos Democratas e Liberais na UE), decidiu-se, tal como em Espanha, Reino Unido e Itália, taxar as margens de lucro das empresas de energia e dos bancos.

Aqui, em Portugal, onde o tão afamado governo “socialista” impõe uma ditadura maoísta, segundo alguns dementes liberais, parece que PS é o melhor amigo das grandes empresas e dos grandes grupos económicos.

E assim se prova que os nossos social-democratas e os nossos liberais são de marca branca. Não servem nem para lavar canos.

Marxismo cultural na República Bolivariana da Alemanha

Um governo que resulta de um acordo entre os homólogos alemães do PS, PAN e IL decidiu aumentar o salário mínimo em 25%, criar um programa de construção de 400 mil habitações sociais, para baixar as rendas, e legalizar a cannabis, entre outras medidas progressistas. Se acontecesse por cá, logo surgiria um palerma qualquer a gritar:

  • Extrema-esquerda! Marxismo cultural! Venezuela!

Ou outra dessas palernices que mantêm a direita radical e extremista divertidas. Como acontece num país onde a maioria da população já atingiu a maturidade política, a coisa circunscreve-se aos primos neo-nazis do CH, devidamente afastados dos democratas por um robusto e bem-definido cordão sanitário. Lá chegaremos. Estamos há tempo demais no jardim de infância.

O futuro será emocionante

Primeiro eles ignoram-te, depois riem-se de ti,

depois combatem-te, depois tu ganhas.” –

Mahatma Gandhi

Entre o feedback positivo pela minha recente mensagem mail em alemão “Bye, bye Copenhaga”, recebi um mail de um de dois jornalistas alemães de alta craveira bastante conhecidos na Alemanha, com os quais tinha tido contacto há tempos. Curioso, voltei ao website deles onde encontrei o seguinte texto de apresentação que mais abaixo traduço para português.

Eis a descrição perfeita do perfil básico de uma pessoa capaz de tirar o carro do atoleiro, porventura no contexto de um governo de salvação nacional que, cá ou em qualquer outra parte da União Europeia, venha a ser necessário. É o perfil genérico de uma pessoa de fora do baralho que não faz parte da “casa sem pão”. Faltam só os nomes – de civis, oxalá, e não de generais.

Os jornalistas e escritores Dirk Maxeiner e Michael Miersch são o vivo exemplo daquilo que se chama pensadores inconformados ou cibernéticos sociais! Tiro-lhes o chapeu.

RD

“The future is open

and will be

thrilling…

We are too optimistic and anti-ideological for the greens, too progressive and unpredictable for the conservatives, and too subversive and market-economy friendly for the social democrats.

Above all we are too cheeky and not serious enough for any of them, since Germany confuses gloom with profundity. We would rather join those who are looking forward to being part of a dynamic, evolutionary, and never-ending process of changes. The future is open and will be thrilling. Inventive talents, individual responsibility, and freedom are the best qualities and attributes for this.”

http://www.maxeiner-miersch.de/index_e.htm

“O futuro está em aberto

e será emocionante…

“Para os verdes somos demasiado optimistas e anti-ideológicos, demasiado progressistas e imprevisíveis para os conservadores e demasiado subversivos e amigos da economia de mercado para os social-democratas.

E sobretudo somos demasiado audaciosos e não suficientemente sérios para qualquer um deles, uma vez que na Alemanha se confunde obscuridade com profundidade. Preferimos juntar-nos àqueles que estão ansiosos para fazer parte de um processo dinâmico, evolutivo e interminável de mudanças. O futuro está em aberto e será emocionante. Talentos inventivos, responsabilidade individual e liberdade são as melhores qualidades e atributos para isso.”