Esta semana a plataforma (FB) bloqueou o acesso à ProPublica, um serviço noticioso de investigação que se especializa na investigação da qualidade cívica e que já ganhou um Pulitzer de Serviço Público. O que a Propublica fazia era um ato de transparência: expunha aos utilizadores a forma como os seus perfis eram utilizados no Facebook e que anúncios chegavam a quem, permitindo o escrutínio e forçando a transparência que são essenciais nas sociedades liberais.”
O modelo de negócio das grandes empresas digitais assenta na recolha e utilização da maior quantidade possível de dados pessoais, frequentemente de forma ilegal e certamente anti-ética. E depois usa esses dados com um determinismo sócio-tecnológico que nega o reconhecimento do indivíduo.
A Amazon, que alberga a grande maioria da internet no seu negócio de servidores, tem contratos de milhares de milhões com os serviços militares e de segurança do governo americano; a Google, que domina o negócio das nossas personagens digitais (desde as pesquisas na internet ao conteúdo dos emails) faz o mesmo e negoceia individualmente com governos vários o acesso a informações sensíveis.
A vigilância transforma-se rapidamente em controlo de formas que são cada vez mais cinzentas, como já acontece em França numa parceria entre o Eliseu e o Facebook para policiar o discurso de ódio. Some-se a isto as tecnologias de reconhecimento facial e de voz e temos todas as características de um estado policial em formação.” [Read more…]
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