O que está por trás de toda esta luta dos professores, para além, da quota mensal dos sindicatos, é a ideia que são especiais de corrida. Eu, por mim concedo, que se estivéssemos numa sociedade perfeita os professores deviam ser os mais bem pagas profissionais, ou dos mais bem pagos. A educação de crianças e adolescentes tem influência para toda a vida dos próprios e da sociedade.
A conceder estes direitos a sociedade teria que exigir deveres e é aqui que a "porca torce o rabo". Os professores não querem, ou melhor dizendo, os sindicatos não querem. Até aqui, quizeram convencer-nos que todos os profissionais podiam ser avaliados menos eles e as escolas. E porquê? Porque o universo de alunos e o ambiente geral em que labutam, são de tal ordem dispersos e exigentes que não seria possível uma avaliação de mérito, minimamente justa.
Perante a evidência que esse argumento é tão pobre que a sociedade não está disposta a aceitar ( o velho ditado, cada um sabe de si e Deus de todos) agarraram-se a um erro burro que a ex-ministra cometeu, o de dividir a carreira entre "titulares" e os outros. Foi um pretexto para recuarem sem perder a face. Mas voltam à carga.
Até aqui todos os professores chegavam ao topo da carreira. E agora? Agora tambem! Basta cumprirem um determinado número de anos numa dada categoria e ter "positiva" na avaliação" ( aplauso, já falam em mérito!) e não querem " constrangimentos administrativos" ! E o que são estes constrangimentos ? Não há fixação de vagas nos 3º, 5º e 7º escalão nem exame de ingresso na profissão.
E quando já estão no 8º escalão, ganham 3 364 euros que é alguma coisa como 673 contos /mensaisx 14 :12 = 710 contos/ mês. Isto num país onde se sabe quanto ganham a maioria dos trabalhadores. Reparem que não estou a dizer que é muito para profissionais de alto gabarito, com resultados após resultados avaliados e que chegam ao topo ou perto disso. Não, o que contesto é que mais uma vez, apesar daquela coisa da avaliação,( mesmo que medíocre) todos podem chegar ao topo e ganhar como tal!
Mais uma vez. Num hospital todos os médicos chegam a chefes de serviço e a directores? Numa empresa, todos chegam a chefes de serviço e a directores? Na função pública chegam todos a chefes de serviço e a directores?
Bem sei que há carreiras, como na Justiça, onde foi constituído um feudo que tudo consegue e que na política há outro, e que há muitas injustiças neste pobre país, mas não é a seguir os maus exemplos que endireitamos isto.
A avaliação além de objectiva, participada e justa, TEM que ter consequências na carreira dos professores, entre os excelentes e os muito bons, entre os bons e os suficientes…
A pirâmide dos recursos humanos é isso mesmo, estreita em cima e vai alargando para baixo.
É preciso estar de boa fé!
zzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzz
Quotas administrativas Luís. Significa que, através de uma fórmula que ainda se desconhece a progressão na carreira vai congelando para uns e não para outros, à mercê dos ciclos eleitorais e afins.A questão da avaliação não é para aqui chamada, basta leres o que diz a Fenprof sobre o assunto.
João, a FNE então, propõe que os professores fiquem num escalão uns quantos anos e passam todos, sem contingentes, sem vagas.Admitem a avaliação mas ainda não se sabe o que é que isso quer dizer.