Serão os bichos como as pessoas?

   

É a grande dúvida que sempre tive. Desde o dia que as minhas filhas queriam gatos e porcos de índias ou hamsters em casa, também denominados marmotas-da- alemanha, para tratar e tomar conta deles em casa.Com um carinho, que era impressionante! Eu sempre tinha gostado de cães e cavalos, mas fora de casa, no seu sítio, como essas casotas para os cães e o estábulo para os cavalosMais impressionante ainda, eram as comidas especiais preparadas por elas, mas compradas pelo pai. Há também esse mencionado antes, o porco de índias, que eu pessoalmente adorava ter, acarinha e tentar domesticar, mas eles sempre fugiam e moravam escondidos em sítios escuros e sombrios, quase negros por serem

 

cegos à luz do dia. Também são denominados cuyi, bichinhos que habitam apenas na América Latina. Entre todos estes bichos, há um que eu sempre gostei: o coelho. Nem sei se era por ter sido um presente do meu Senhor Pai, ou porque é uma animal adorável. Eram um macho e uma fêmea, que,  com os meus inúmeros irmãos e os filhos das nossas nanas, baptizamos, e  chamamos  à fêmea, Panchita, diminutivo para Francisca em Portugal. Essa Panchita, toda branca e de orelhas pretas, foi a nossa adoração e andávamos sempre a espantar o macho, tanto era o amor pela nossa coelha, que um dia qualquer, sentados à nossa mesa de crianças, a nossa Nana Griselda, troce um estufado que queríamos comer.Mas, mal vi as patas, saltei e gritei: É a Panchita, Nana, como pudeste…..  e lá sairam sete crianças a chorar e fazer luto, sem comer o dia todo. Os nossos adultos não pareciam entender que um, para eles, animal qualquer, causara tanto alvoroço. A explicação da Nana principal era a fertilidade da Panchita, que comia as hortaliças da quinta, as videiras e outros frutos que ela cultivava. Foi uma crucifixão para todos nós, apenas no dia seguinte recuperamos o apetite e adoptamos a filha mais velha da Panchita, como uma espécie de segunda vía.,que nunca substituiu ao nosso querido bicho e ao seu namorado,  

muito semelhantes a estes: A nossa paixão eram esses bichinhos, de dia estavam a saltitar pela quinta, de noite, devíamos guardá-los numa casa especial…mas fugiam, Apenas as coelhas grávidas eram fáceis de agarrar. A casa dos coelhos para nada servia: eles, já mais de trinta, tinham furado a quinta toda e fácilmente caiamos nos buracos, o seu refúgio, conectados todos entre eles. Éramos pequenos, a mais nova, com três anos apenas. Mas de ginecologia, passámos a saber imenso, até a pequenita, hoje avó de pelos menos cinco netos. A criança dos coelhos ensinou a ela como tratar aos seus filhos e netos,  

como a todos nós.  A nossa terra passou a ser esta espécie de buraco….mas esse imenso grupo de roedores, eram o nosso grande amor.

A história da nossa coelhada acabou de forma simples, passado os anos: foram vendidos a um vizinho nosso, Ramón Vázquez, quem os comercializara. Desde esse dia, nunca mais quisemos saber de coelhos: davam trabalho e faziam sofrer. Passamos a gostar de gatos e cães, mas sempre de apenas um de cada espécie. A “Iturrada” não queria mais trabalho, só brincar com eles para se divertir Especialmente um cão preto, um poodle, que chamámos Toqui, palavra mapudugun que em Castelhano quer dizer Chefe. E o nosso Toqui, ai se nã mandava em nós…ladrava, mordia, tinha demarcado um espaço numm dos pátios da quinta, onde ninguém podia entrar. De facto, nós brincávamos com ele  

como se fosse um boi a ser toireado. Ficava doido e defendia-se!

E foi essa a nossa experiência com os bichinhos….Devo confessar que entendo que os bichos ensinam às crianças, como nós aprendemos com tantos que tivemos. Mas, de todos, apenas um bichinho sempre me interessou em todas as minhas idades da vida que, comparado ao nosso cão, estava longe de ser agressivo: Esse bichinho embalado pelo seu pai!

Comments

  1. Raul Iturra says:

    Hola linda,
    decidi no llamarte mas. Estás o siempre muy ocupada, o quieres estar en paz e sosiego com tu amado. La verdad es que queria mucho comentar contigo recuerdos de infáncia, como ese fox.terrier que escogí, el famoso Toqui. Y la Panchita! Pero como estás con mucho trabajo, no voy a interrumpir ti tiempo. No sé si este nuevo site te avisa que tienes un comentário mío a los #bichitos. Por si así no fuera, o lo encuentras en el Google escribiendo aventar.eu, bien como te lo envio por e-mail una cópia de este texto.
    Con ese cariño inmenso, to hermano Raúl

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