Aldrabices…

Quantos portugueses terão recebido amáveis convites da banca, sempre desejosa em satisfazer a clientela? “Quer ir de férias? Vá e pague durante os próximos cinco anos! Quer um pedaço de lata nova com jantes de liga leve? Vá ao stand e quando estiver pronto para a troca, faremos outro crédito!”

Os portugueses habituaram-se a aderir. Passivamente aderiram ao 5 de Outubro e entusiasticamente adeririam ao 28 de Maio, 25 de Abril, 11 de Março, 25 de Novembro, NATO, CEE, etc. Aderem a tudo o que lhes é proposto. Até à moda das férias a crédito, coisa absurda e fora de cogitação para qualquer mente mediana.

A campanha presidencial já terá começado de forma mais ou menos declarada. À guinada à direita que Manuel Alegre de Mello Duarte terá protagonizado, juntou-se a “adesão” à República do até agora membro da Causa Real, o Dr. Fernando Nobre. Apesar do seu republicanismo de pacotilha – diz que continua a ser simpatizante – ficámos sem saber se ainda é, ou não, membro da Real.

É a reserva mental a funcionar a toda a força, esperando enganar uns tantos incautos. Pois não contem com qualquer colaboração.

Agora chegou a vez de Cavaco Silva, aconselhando os portugueses a fazerem “férias cá dentro”. Com a profusão de carteiras vazias, que remédio…!

Devido a inexplicáveis lapsos de memória, o residente de Belém anda a precisar urgentemente de um tratamento à base de fosfoglutina. Aquilo que aconselha aos outros, rejeita para si próprio e respectiva família. Quem já se esqueceu da hilariante viagem à Capadócia, terra montanhosa e distante que lhe emprestaria o cognome pelo qual ficará conhecido para a micro-história?

Quem já se esqueceu das recentes “bacánces” familiares na Ilha do Bazaruto (Moçambique), num resort de exclusivo luxo, à beira Índico e com todas as mordomias de que os velhos colonos jamais puderam desfrutar?

Para nem sequer referirmos os tais tostões acumulados e ainda mais relevante, o subrepticio “adiantamento” de mais 4.000.000 de Euros, para juntar à verba de 17.700.000 de Euros auferidos por Belém.

Começou o eleiçoeirismo da patetice encartada em Instituição. Durante uns sete ou oito meses, o ruído será ensurdecedor e apenas teremos de esperar pelos próximos episódios.

Comments


  1. Os portugueses são parvos… bastante parvos.
    Bom, nem todos.
    Viva a República.

  2. António Soares says:

    …Qual República,qual Monarquia,(qualquernada)andam uns milhões,nas ruas da amargura…essa é a única certeza que tenho!!!

  3. Luís Moreira says:

    Os pobres e os desempregados podem esperar.


  4. Os Portugueses não mudam.
    Há mais de cem anos, muito mais que são assim. São parvos.
    Já o eram no tempo da Monarquia, continuaram a sê-lo durante as três Repúblicas.
    Bom, nem todos, diz o amigo Dario.
    Mas se não são todos, poucos serão os que o não são. Tão poucos e por certo tão longe de todos os que nos rodeiam que nem de binóculos os conseguimos ver.
    E o grito de “viva”, esse que muitos de nós gostamos de clamar, que seja para Portugal.