A cona da mãe de Luis Horta

Pelos vistos, a ofensa de Carlos Queirós a Luis Horta, durante o estágio da Selecção, resumiu-se a algo como isto: «Se fosses fazer o controlo anti-doping na cona da tua mãe!»
Compreende-se que Luis Horta não tenha gostado e que tenha ido fazer queixinhas ao seu superior. Afinal, mãe é mãe e, imaginando-se a frase no seu sentido literal, a cena não se torna lá muito agradável.
Mas sejamos sinceros: em nenhuma parte do mundo essa frase seria justa causa para despedimento, sobretudo num mundo com as características do futebol (e já se esqueceram quem é Luis Horta?). Nem sequer uma razão atendível, seja lá isso o que for.
Querem despedi-lo por maus resultados e mau futebol? Força, mas então não inventem outras razões.

Comments

  1. XicoAmora says:

    E se tivesse sido ao contrário?


  2. Só percebi ontem, e não foi pelas declarações do Pinto da Costa: aquele blogue corporativo do governo quer mesmo correr com ele (non, não linko que isso é só para pessoas).
    Ora, lá se foram algumas (poucas) dúvidas que podia ter.


  3. Claro que querem correr com ele mas faltam-lhes os tomates (e o dinheiro das indemnizações, possivelmente).


  4. Quem são estas pessoas de que fala o texto?

  5. carlos fonseca says:

    Desculpa lá, amigo Ricardo, mas o insulto do Queiroz a Luís Horta é impróprio de quem ocupa o cargo de ‘seleccionador nacional de futebol’ e deve ser punido. O futebol português está podre de há muito tempo, com os Pintinhos, os Vieiras, os Madaill, os Loureiro, os Oliveirinha e outros que vivem ou viveram à sua custa.
    O que me surpreende é ver gente culta e inteligente seguir cegamente os ‘yatollas’. Não viram, por acaso, a diferença de postura entre Alex Fergurson e Pinto da Costa? Foi eloquente.

  6. Ricardo Santos Pinto says:

    O Ferguson, aquele que passa o jogo a mascar uma chiclete como se fosse um ruminante numa pose tão encantadora? Aquele que abriu a testa a um dos seus jogadores com um sapato que lhe atirou? Aquele que fala com desdém – sorriso irónico na face – sempre que joga com uma equipa portuguesa? Escolheste mal o exemplo, Carlos.
    Punido? Sim, com uma multa, não mais. Muito mais grave foi o murro que o Scolari deu a um jogador da Sérvia em pleno relvado sem que lhe acontecesse nada.

  7. carlos fonseca says:

    Ricardo, sejamos objectivos: referi o comportamento de Fergurson após o testemunho prestado a favor de Carlos Queiroz. Comparando-o às declarações de Pinto da Costa. Se, então, decidirmos fazer a história de um e de outro, não sei sinceramente quem dos dois ficaria em primeiro lugar, por más razões. Quanto a Scolari, também reprovei na altura a atitude que deveria ter sido digna de punição mais pesada.
    O facto de estar fora da esfera dos “3 grandes” também facilita juízos mais distanciados das superestruturas da bola nacional. Queiroz é um técnico banal – o melhor de todos, como sabes, é José Mourinho. E quanto a Scolari, apesar dos resultados na selecção portuguesa, também ainda ontem perdeu diante do Vitória do Baía e coleccionou o 6.º. jogo sem vencer:

    http://oglobo.globo.com/esportes/mat/2010/08/11/na-bola-parada-vitoria-vence-palmeiras-917375683.asp
    Isenção, meu caro amigo, isenção!

  8. Ricardo Santos Pinto says:

    Eu sou isento. O Carlos Queirós é-me totalmente indiferente, nem gosto dele, mas se não fizeram nada ao brasileiro – ainda foram defende-lo junto da FIFA – tambem nao podem fazer ao Queirós por algo muito menos grave.
    Fico feliz pelo facto de o brasileiro não ganhar há 6 jogos e de ontem ter perdido contra o Vítor Baía. Só vou ficar mais feliz quando for despedido. Quem diria, fez um trabalho tão bom no Uzbequistão!

  9. José says:

    “em nenhuma parte do mundo essa frase seria justa causa para despedimento”
    Sério?
    No RU não seria demitido porque teria a hombridade de se demitir.
    Nos EUA teria, provavelmente, um processo de indemnização, para além de se ter que demitir.
    Aqui, toda a gente acha perfeitamente normal insultar uma autoridade pública – é o caso dos médicos em causa – em plena função… já agora, porque não bater-lhe?

  10. Ricardo Santos Pinto says:

    Bater é um bocadinho diferente de insultar. Digo eu…

  11. José says:

    É, é diferente, e é a sequência natural da agressão verbal, quando ela é entendida como normal…
    Já agora, e crendo que seja professor, como reagiria se os seus alunos lhe respondessem com frases semelhantes? Em nenhuma parte do mundo seria justa causa para ser castigado?

  12. Ricardo Santos Pinto says:

    Há uma «ligeira diferença». Ali não havia posições hierárquicas. Luis Horta não era superior hierárquico de Carlos Queirós.

  13. José says:

    Ó Ricardo, por favor!
    Desde quando um professor é superior hierárquico dos alunos?!
    Desde quando os alunos são funcionários?!
    Por essa lógica, nada melhor do que responder assim a qualquer autoridade pública quando a sua actuação não nos agrade.
    Não gosto do polícia? Não gosto da sentença do juiz? Não gosto da actuação do professor do meu filho? ‘bora insultar a genitália das mãezinhas deles!
    Essa “ligeira diferença”e a continuação da sua lógica, permite que o pai de um seu aluno o insulte, pois não é seu “inferior hierárquico”
    O professor na sala de aula deve ser visto como uma autoridade pública, tal como é o caso dos médicos em causa. Não nos esqueçamos que ambos os intervenientes estavam em plenas funções profissionais.
    Querer defender que aquela frase, dita para um profissional em funções, é um fait-divers, não colhe.
    Quer que lhe diga? Nem acredito que estou a ter esta troca de argumentos.

    • Ricardo Santos Pinto says:

      Ó José, um aluno deve obediência a um professor da mesma forma que um um arguido deve obediência a um juiz. Pode não ser hierárquico, mas vai dar ao mesmo.
      Neste caso, não é a mesma coisa. O médico anti-doping não é uma autoridade pública a quem Carlos Queirós deva obediência, pelo menos segundo os Estatutos da Federação à data dos acontecimentos.
      Não estamos a falar de educação e civismo, claro. Eu, por exemplo, nunca na vida diria algo de semelhante a quem quer que seja.

  14. Carlos Palma says:

    Lembram-se da atitude do Scolari ? e ?
    Quantas vezes em jogos transmitidos pelas televisões vemos os jogadores mandarem o árbito para o cara….? e ?
    Quantas vezes vemos os treinadores chamarem f..p…aos árbitos e outros dirigentes ? e ?

    O futebol é assim, deixá-lo estar só tenho pena é que por vezes sejamos tão pequenos que não possamos avaliar a mediocridade que nos rodeia…apenas porque somos mediocres. VIVA A POLITICA, esses sim são educados, vejam as cenas da Assembleia da Républica e…….? nada, apenas nada se passa.

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