O trigo e o joio

(adão cruz)

O trigo e o joio

(Jesus disse: O Reino dos Céus é semelhante ao homem que semeia boa semente no seu campo…).

“Nos braços ou à cabeça, são milhares os sacos de trigo que os peregrinos trazem e deixam em Fátima durante a missa internacional da Peregrinação do Migrante e Refugiado. A oferta, que se repete todos os anos no 13 de Agosto, destina-se ao fabrico das hóstias do Santuário e assegura parte da produção anual. No ano passado, ultrapassou as seis toneladas.

Os peregrinos, incluindo muitos milhares de emigrantes, saíram ontem de Fátima mais leves depois da missa de encerramento, ao final da manhã. No Santuário ficam algumas toneladas de trigo – 6440 quilos em 2009 e 5543 no ano anterior – que servem para fabricar parte das 20 mil hóstias e quase milhão e meio de partículas (hóstias pequenas) consumidas todos os anos no Santuário”. [Read more…]

Assinar o Expresso online: uma grande banhada

Quer deitar dinheiro fora? assine o Expresso.

Primeiro porque a versão que disponibilizam aos assinantes é do pior que há no mercado: só o pode ler mesmo online, num formato onde a utilização de um monitor com menos de 20 polegadas transforma a leitura num suplicio. Ainda gozam connosco no momento em que mudamos de página e ouvimos o som de um jornal em papel, como se a leitura digital fosse uma mera transposição do mundo do Gutenberg para outro suporte.

E depois porque como acontece hoje, e é recorrente, o site assineja está em manutenção. As manutenções começam regularmente nas sextas à noite, e podem prolongar-se por todo o fim-de-semana. Acresce que já várias vezes tive de mudar a password, já que o site se esquece da que tinha, e se torna na única forma de contornar o problema. Reclamar resulta em receber vários dias depois uma mensagem garantindo que nada aconteceu, está tudo bem, e insinuando que nós é que nos esquecemos da dita cuja (mesmo que tenhamos feito copy past dela).

Quando a minha assinatura acabar não a renovarei, é certo. Como a razão de o ter feito (quilos de papel que nunca lerei, e não falo só de publicidade), o Expresso perderá um leitor, que com alguns intervalos vem do primeiro número. Assim suicidas as tuas empresas Balsemão. É pena.

A ACOP pretende que as isenções de taxas de justiça e custas em vista de uma justiça acessível e pronta sejam repostas

A ACOP – associação de consumidores de Portugal -, de interesse genérico e âmbito nacional, sediada em Coimbra num gritante desafio à centralização que continua a perspectivar o “País como paisagem” porque só Lisboa encarna essa vocação – a de ser País e nada mais que País -, recorda que os consumidores viram esvaziado de conteúdo o direito a uma ”justiça acessível e pronta”.

Com efeito, o DL 34/2008, o qual baixou o Regulamento das Custas Processuais, ao revogar, no seu artigo 25, as disposições em contrário, cometeu essa vilania – a de fulminar de modo ínvio o acesso do consumidor à justiça, no que isso tem de fundamental para a vida do dia-a-dia, para a vida dos cidadãos.

Todos, até o Ministério da Justiça, parecem ignorar o que o artigo 25 do invocado diploma legal prescreve e cumpre lembrar:

“1- São revogadas as isenções de custas previstas em qualquer lei, regulamento ou portaria e conferidas a quaisquer entidades públicas ou privadas, que não estejam previstas no presente decreto -lei.”

E o que dizia o artigo 14.º da LDC – Lei de Defesa do Consumidor?

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O fim da pausa na política

Incêndios e calor à parte, assim como a revolta da impotência para contrariar tais calamidades, sentimos e gozamos, nesta quinzena de Agosto, a costumada paz política estival. Políticos de férias, uns cá dentro, outros lá fora, e os cidadãos acabam por beneficiar do silêncio das vozes que gritam e os agitam, mesmo quando os discursos se fazem em surdina. Estamos também libertos da prosa jornalística de políticos, ora amistosa, ora polémica. Depende dos efeitos e audiências a que se destinam, em cada momento.

Rodeados de imagens de labaredas, de corpo cálido, húmido e de volta e meia refrescado por dentro e por fora, cá vamos desfrutando da serenidade devida à ausência dos políticos para banhos. Banhem-se à vontade! Nós, no vagar próprio da calmaria do Agosto na cidade, mergulhamos com suavidade em saborosos prazeres do nosso contentamento. Pode ser na leitura, num filme, na navegação pela Internet; ou mesmo em conversas de amigos, agora despidas da política, temporariamente arquivada. Uns pensam isto e outros defendem aquilo, mas a controvérsia, agora, não se senta à mesa connosco. Retirou-se também para férias.

Que felicidade sublime me traz esta pausa política! Não pela política, que essa, coitada, não tem culpa alguma. As responsabilidades recaem, sim, sobre aqueles que a usam para trepar na vida. Traçam caminhos nodosos, porque, tristeza das tristezas, boa parte deles está convencida de saber o que desconhece. E decide! Simula segurança para ocultar a ignorância. No fundo, está na moda a produção de um tipo de políticos que até seria desprezível, se não tivesse a força de imposição, a muitos, de caminhos difíceis, proporcionando, a poucos, grande fatia de privilégios. Ah é verdade: e, ‘como quem parte e reparte e não fica com a melhor parte ou é tolo ou não tem arte’, um conjunto deles também se serve do melhor. Tem essa suprema arte.

Infelizmente, esta paz é temporária. Está prestes a exalar-se do nosso dia-a-dia. Os principais artistas, pouco falta, estarão de volta e… “the show must go on!”. Com o nó-de-adão bem esticado, lá voltarão os ditos e gritos sobre a revisão constitucional, o PEC, o OGE e tudo o mais que nos trama a vida, porque a solução é recorrentemente mal escolhida. Se assim não fosse, até os saudaria: “Bem-vindos neste vosso regresso!”. Porém, tenho de reconhecer que há muita gente que os saúda com votos. É o tributo próprio da democracia.

Um país que arde…

portugal queimado