saber- camadas de ideias heterogéneas

parte de um livro meu.. que em estes dias trabalho…

Steven Stoer (1991 e 1998), Luiza Cortesão(1995 e 1988)), Luís Souta (1997), de entre os meus próximos na pesquisa, ficavam encantados com uma situação de objecto científico como esta. Encantados, porque é uma situação multicultural, á qual eu acrescentava, multitemporal. Porque a multicultura, não é apenas a etnia diferente. É também o tempo diferente, as gerações diferentes dentro do mesmo tempo, e, mais ainda, o saber diferente. Victoria, Pilar, Anabela, estão a retirar o seu saber para avaliar, das camadas de ideias que, um dia, ficaram todas coladas. Coladas pela sua sedimentação no tempo, pelo sincretismo que a população teve que organizar, para juntar normativas condutoras do comportamento, provenientes de outras épocas. Bem como, de outros Continentes. E de outras terras do mesmo Continente. E de outras experiências conjunturalmente mutáveis. E de outros costumes, credos e leis. Embora, sintetizadas de forma subsumida, á época actual. Subsumida á Historia, á sua interpretação, á cronologia que vou referir  mais em frente, como tempo. Dentro de um conjunto heterogéneo de experiências comportamentais. Onde, como diriam Goody (1986) e  Scribner & Cole(1981 e Gough(1981) e Locke (1690), a escrita abafou á oralidade. Uma oralidade que fez os mitos(Levi-Strauss(1962b),Godelier(1984), Freud(1913), lembrados apenas nos factos da troca reprodutiva, na orientação da afectividade,  nos santos, e nas festas. De facto, para Victoria é normal que um homem tenha muitas mulheres. Um homem sem muitas mulheres, acaba por não ser do género masculino. O papel do homem é coordenar o trabalho reprodutivo, quer do conhecimento tecnológico, quer do trabalho das pessoas, quer ainda, do tempo. [Read more…]

O Xarajib de Silves

Santi Palacios

Uma visão das “Mil e Uma Noites”. foto Santi Palacios

“O palácio do Xarajibe, de Silves, foi, no Ocidente, uma autêntica visão das “Mil e uma Noites”. Cantaram-no os poetas com o mais alto requinte, adornaram-no os artistas com obras de estranho lavor, celebraram-no os historiadores, como encantadora residência principesca. Dessa harmonia chegam até nós os ecos apagados, num suave murmúrio…E o Xarajibe esplende, de novo, rebrilhando em vivos fulgores. Ficaram célebres as suas noites de festa e de música, de poesia e de dança, de encantamento sem par; as suas tardes suaves e mornas, de doces afagos, de reflexos violetas e de branda penumbra; os seus dias claros e ardentes de tragédia e de luta, em que os pátios e os mosaicos das salas se tingiram do sangue da vingança e do crime; as suas madrugadas de terrores, de suspeitas e de alucinações; as suas manhãs de iluminura, aureoladas pela esperança de novas e felizes alianças; as suas horas de fogo e de guerra, em que tudo se joga e tudo se ganha ou perde. Evocar o Xarajibe é evocar uma época, um estilo de vida _ a época e o estilo de vida dos luso-árabes.”

In “Atlântico” por José Garcia Domingues (DOMINGUES, 1997, pág. 155) [Read more…]

Ex-ministro, a melhor profissão em Portugal

Manuel Pinho vai ensinar energias renováveis para uma universidade americana. E agora descobre-se que a cadeira é paga pela EDP (3 milhões, ao que consta).

Deve ser a isto que eles chamam um investimento estratégico.

Blasfemando


No Blasfémias, Helena Matos chama-nos a atenção para um texto de JMF, apontando as razões pelas quais existem tantos incêndios no nosso país. Como se fosse preciso recorrermos aos bons ofícios de JMF, para destrinçarmos as causas das calamidades de verão. Já há mais de quarenta anos, anda Ribeiro Telles a apresentar as falhas, as negociatas, os crimes, o desleixo e principalmente, as urgentes soluções para o reordenamento do território. É este o problema fundamental que arrasta atrás de si todos os outros, desde a desertificação, liquidação dos recursos agrícolas, deterioração das águas e até, a própria estrutura política de um Estado, sem rei nem roque. Neste país onde existem “comissões ad-hoc” para tudo e mais alguma – invariavelmente “encartes” para amigos, amigas e primos e primas, camas e mesas várias -, Telles sabe o que diz. Tem um projecto e faltam apenas, os poderes para o executar.

Tenho JMF em boa consideração, mas, francamente, virem agora “descobrir a pólvora” num artigo do Público? Isso é uma blasfémia, Helena.

Serviços de valor acrescentado: a trapalhada do costume, a vigarice de sempre…

O n.º 3 do artigo 1.º do DL 175/99, de 21 de Maio, que rege em matéria de publicidade e de prestação de serviços de audiotexto, introduzido pelo DL 63/2009, de 10 de Março, veio aditar o texto que segue:

 “São serviços de valor acrescentado baseados no envio de mensagem os serviços da sociedade de informação prestados através de mensagem suportada em serviços de comunicações electrónicas que impliquem o pagamento pelo consumidor, de forma imediata ou diferida, de um valor adicional sobre o preço do serviço de comunicações electrónicas, como retribuição pela prestação do conteúdo transmitido, designadamente pelo serviço de informação, entretenimento ou outro.”

Mas, ao contrário do que sucede no audiotexto – no suporte do serviço fixo de telefone -, os serviços de valor acrescentado com base em mensagens suportadas nos serviços de comunicações electrónicas, em lugar de serem proibidos, são lícitos e inverteu-se a tendência natural (a saber, a de só se poder receber mensagens se se inscrever o nome em lista adoptada para o efeito) para se consentir que os operadores disparem em todas as direcções, a menos que os consumidores se auto-excluam.

E, para o efeito, o DL 62/2009, da mesma data, acrescentou estes números ao artigo 22 da Lei do Comércio Electrónico, de 7 de Janeiro de 2004:

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Insossos por decreto

film strip - sal no pão

Mais: The Portuguese way.

Imagem de fundo: Creative Food Sculptures.