Sem Internet no Alentejo e na Vida – Uf!

Vida serena, a de Ribeira das Vinhas, minha aldeia adoptiva. Tem cerca de quatro dezenas de casas dispersas. Nem sempre habitadas. Parte da população é flutuante. Os residentes fixos, ao todo, não excedem três dezenas e meia, com poucas crianças. Vivem na companhia de galinhas, patos, perus, coelhos, ovelhas e o porco; sim, o pobre porco condenado à matança no ritual da festança anual – Ah! E os inevitáveis cães. Amanham a terra e praticam a agricultura de subsistência.

Alfacinha de gema, sinto-me filho daquela aldeia alentejana. Hoje não tem sequer um estabelecimento aberto. O último a encerrar foi ‘a venda’ do senhor ‘Maneli’. Não escapou ao furacão feroz e omnipresente das superfícies modernas, na cidade mais próxima. Com o fecho da loja, evaporaram-se os fins de tarde regados a tinto ou cerveja, acompanhados de torresmos caseiros, azeitonas e do casqueiro alentejano; e ainda de farpas e queixumes contra políticos, esquecidos daquela gente. Excepto em tempos de campanha eleitoral, claro.

O espírito de aldeão transformou-se em deleite do meu dia-a-dia alentejano, embora tenha de percorrer 3 km, até Galveias, para tomar um café. É um hábito mais, cumprido sem sacrifício, diga-se. Dois dedos de conversa no café e, de regresso a casa, repito uma das praxes diárias. Acciono o portátil, acedo à Internet. Só que naquela malfadada tarde, e de súbito, a ‘net’ despejou-me ou despejou-se do computador. Verifico o ‘modem’ e confirmo a existência do sinal, via ADSL. “Bom, a merda do computador pifou!”, desabafo de mim para mim. Desfalcado de meios de sobrevivência de cibernauta, fiquei destroçado e em ebulição. Tive vontade de destruir tudo à minha volta. Ímpeto passageiro.

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Nadadores-Salvadores, Uma Espécie de Trabalhadores Sem Formação Adequada?

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OS NADADORES-SALVADORES QUE TEMOS

Hoje, num dia de uma temperatura alta, diria mesmo, num dia escaldante, resolvi ir almoçar a um restaurante de praia, daqueles onde ainda se consegue comer com um custo baixo.
Atravessei Leça em direcção ao Cabo do Mundo, e, antes da pista de Karts, resolvi parar. Praia, restaurante e aparcamento remodelados recentemente.
Prato do dia, que isso eles também têm para preços económicos, massa com molho de tomate e frango. Bastante bem servido, a quantidade dava perfeitamente para duas pessoas. Pelo mesmo preço, também servem a sopa e uma bebida à escolha.
Para adiantar pormenores, e encurtar a história, devo dizer que comi tudo a que tinha direito, que era uma hora da tarde, e que a esta hora, quatro da tarde, ainda estou «enfartado».
Ao meu lado, no restaurante, um nadador-salvador. Rapaz dos seus vinte e poucos anos, bem constituído, alto e moreno do sol. Comeu o mesmo que eu, com a diferença de que, enquanto eu deixei alguma comida no prato, tanta ela era, ele comeu até à última partícula. No fim, do mesmo modo que eu, tomou um café. Levantou-se, saiu e logo de seguida foi substituído no repasto por uma nadadora-salvadora, que curiosamente comeu o mesmo que ele. Não fiquei à espera de saber se tinha comido tudo até final.
Agora, depois de ter presenciado isto, pergunto-me: [Read more…]

Nem se Via o Sol

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Neste fim de semana resolvi ir dar um passeio pelo Douro Vinhateiro. Meti-me a caminho, no sábado após o almoço, que a carteira só dava para um dia de folga e no sábado de manhã ainda há quem trabalhe.
Tinha marcado estadia para uma unidade hoteleira muito boa entre a Régua e o Pinhão, e ansiava por lá chegar e deitar-me ao sol, na piscina de onde se vê uma curva e mais um bocado do rio.
No Porto estavam trinta graus e o calor apertava.
Auto-estrada fora, ar-condicionado ligado, velocidade de cruzeiro de cento e dez, cento e vinte e um sorriso nos lábios.
O termómetro do carro marcava já trinta e oito, e a subir, como eu, na IP4. O sol nem se via graças a algumas nuvens. Trinta e nove, quarenta, mas dentro do carro estava-se bem.
Chegados ao alto do Marão, resolvi parar. Abri a porta do carro e um sopapo de ar quente atingiu-me, misturado com o cheiro a incêndio. As nuvens que eu via a tapar o sol mais não eram que fumo dos inúmeros fogos espalhados pela região. Continuei o meu caminho já com uma atenção virada para essa realidade.
Chegado ao hotel, ainda tentei ir para a piscina, onde a exemplo de todo o caminho e também das horas que se seguiriam, o sol não se via e o chão estava coberto de cinzas, juntando a isso um calor abrasador.
Já no quarto e ligada a televisão, soube que muitos dos incêndios tinham começado de noite (????) e [Read more…]

a criança, esse valor de câmbio

uma das crianças sujeitas ao que anda na moda: a pedofilia

Para a escola de Belas

Estou empenhado em duas lutas, em duas frentes diferentes. Um, é mostrar aos leitores, como pensavam os fundadores da nossa ciência da Antropologia, especialmente em etnopsicologia da infância; a outra, em desmascarar os adultos abusadores de crianças. Este texto tem por objectivo a luta por crianças sãs e a viverem no seu lar.

O que acontece na faixa de Gaza e quotidianamente no Afeganistão, esses Talibãs que não apenas matam, mas abusam das crianças. Como na Madeira….

Temos hábitos. Hábitos de conceitos. Hábitos de significados. Hábitos emotivos. Os primeiros, são de grande facilidade de definir: um conceito diz o que uma coisa é, uma actividade ou um facto. O significado, diz-nos a abstracção dessa realidade. Como valor, o tempo usado em fabricar uma mercadoria. Como câmbio, a utilidade de trocar um bem que eu faço por um bem que não tenho, intermediado pela abstracção dinheiro ou capital. E fica assim, rapidamente tudo definido e no seu sítio racional. Os emotivos, nem conseguem ser hábitos. Ou, por outra, temos o hábito de ter emoções e sentimentos, como referi no jornal de Julho deste ano. Texto que referia conceitos abstractos de sentimentos. E, como refere a dedicatória, bom para o que eu costumo denominar processo de ensino e aprendizagem.

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As amigas são para as ocasiões


Cândida Almeida travou equipa mista liderada pela PJ para investigar o Freeport

Como Se Fora Um Conto – A Minha Tristeza e a Dona Ana da Casa Grande

Se estiver triste ou alegre ou se se sentir assim-assim, ou ainda se estiver mais sensível do que de costume, não leia. Esta é uma história penosa.

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É quase noite e é forte, a dor da tristeza. É sempre assim, não importando a razão porque se está triste. Desta vez em nada é diferente. Estou triste, e o tempo que tudo cura demora a passar.

É chato o estar triste. E ainda por cima as pessoas olham-nos de través e se tiverem oportunidade, fogem de nós. Para tristeza, basta-lhes a que carregam, não precisam de se aborrecer com a dos outros. Até eu me olho de través, e nessas alturas, se pudesse, ia-me embora de mim, e não voltava.

«Lembro-me que nos meus tempos de miúdo, perto da casa de meu avô, vivia uma senhora que estava sempre triste. Era uma mulher muito rica que vivia sozinha num enorme casarão, sem marido, sem filhos, sem qualquer familiar. Chamavam-lhe dona Ana da casa grande. À sua passagem, falava-se baixinho, comentando o que ninguém sabia. Amores antigos e impossíveis, diziam uns, enquanto outros se inclinavam para as hipóteses de assassinatos múltiplos, [Read more…]

Contadores de Verão

film strip - Contador de incêndios

A notícia: «Mais de 2000 incêndios nos últimos seis dias em Portugal continental», Público, 07.08.2010

E também:

  • «Falta de dinheiro retira vigilância do Parque Nacional da Peneda-Gerês», TSF, 06 de Agosto de 2010
  • «Continua activo incêndio no Parque Nacional Peneda Gerês», i, 08 de Agosto de 2010
  • «Fogo: Mata do Cabril em perigo na Peneda Gerês», i, 08 de Agosto de 2010

As habituais e inúteis soluções sazonais pela via legislativa: «Tutela quer penalizar abandono das florestas», RTP, 08 de Agosto de 2010. Que de resto já tinham sido tentadas, sendo de sublinhar que o próprio Estado se esquece de fazer a sua parte na limpeza dos seus baldios (notícias de 2009 e 2005).

Foto de fundo: Chevrolet