O capitalismo liberal e financeiro nesta crise mostrou a sua face a todos-embora já muitos o tenha denunciado ,desde há muito-agora, ficou claro perante milhes de pessoas desempregadas,exploradas com trabalho precário,e exploradas nos seus direitos,que há uma ideologia que defende e pretende obter o máximo do rendimento dos seus capitais, sem se importar com as consequencias socias, ambientais,e humanas que isso pode acarretar.
Por outro lado, também ficou claro que perante esta crise ,nem a esquerda ,nem os grupos progressistas,nem a cidadania, nem os movimentos sindicais tiveram qualquer capacidade de resposta perante o seu desenrolar .
Os Estados, no início, tiveram de ajudar os bancos que ameaçavam falência,receando um efeito em cadeia, com o destroço total da economia,e quanto maiores eles fossem maior era o perigo, mas fizeram- no sem lhes perguntar porque é que tinham chegado áquela situação, e sem lhes exigir contrapartidas futuras,ou regras de funcionamento mais claras.
Depois, entraram em cena novos capítulos do espírito neo liberal, traduzidos para nós, nos Pactos de Estabilidade,exigindo reduções drásticas dos deficits públicos dos Estados.
A liderar esta filosofia aparece a Alemanha ,depois do esforço que fez para integrar a sua zona Oriental,e quem encabeça esta luta e´o partido Democrata Cristão da Senhora Merkel ,virando-se desta feita para os três estados do Sul da Europa,onde há ainda governos sociais democratas, Espanha,Grécia e Portugal,depois da derrota trabalhista em Inglaterra.
Estes Estados perante a correlaçao de forças internacionais e europeias,não tiveram alternativas senão submeter-se aos ditames da política europeia , personalisada no Banco Central Europeu, encarnação bancária da ideologia neo liberal.
Entretanto,nem os sindicatos,nem os intelectuais de esquerda,nem os partidos progressitas, conseguiram até ao momento, encontrar um manifesto conjunto ,uma plataforma de acção que expressasse o seu protesto, e o seu desespero,perante medidas tão violentas impostas aos que menos responsabilidade têm na crise,mas são, os que mais a vão pagar,todos os trabalhadores em diferentes escalões da sociedade.
Enquanto as forças neo liberais tratam os seus problemas a nível global,vidé europeu,a esquerda e as forças progressistas ainda não sabem trabalhar sequer, a nível Ibérico,quando mais europeu!
Era necessária uma resposta conjunta , articulada do movimento sindical,uma resistência legítima ,com os partidos de esquerda e progressitas ,sem populismos,mas apresentando respostas possiveis para a conjuntura .
A crise está para durar , logo, é tempo dos sindicactos em díalogo com todas as forças políticas progressistas e descontentes com a situação, sem esquecer a Cidadania ,fazerem propostas conjuntas a nível da solidariedade europeia para estancar o ataque sem freio, das multinacionais e da ideologia neo liberal ,mas não esqueçamos que o problema é político, e não exclusivamente sindical
Se a esquerda europeia ,se quer opôr a isto tudo, tem de saber articular -se, e a lutar e trabalhar. Desde já, nós aqui ,ao nivel ibérico, logo depois, à escala europeia. E toda a esquerda ao nível europeu.
António Serzedelo
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