A leitura da entrevista de Pedro Reis ao i provocou reacções alérgicas. É bom sinal, como já escrevi no Albergue.
Quando se corta uma laranja ao meio ficam duas partes e em ambas existem caroços e esse é um dos problemas da nossa economia, para lá dos dois apontados por Pedro Reis – que se esqueceu dos ditos.
Ou seja, convinha não esquecer a fuga ao fisco, seja ela a coberto de especialistas fiscais (algumas vezes no duplo papel de consultor fiscal e de legislador fiscal e já estamos perante a típica esperteza saloia à portuguesa), seja por via religiosa: a fé do típico empresário na fuga ao fisco como modo de vida empresarial. Aliás, a chamada “economia paralela”, segundo alguns cálculos conservadores, deve representar 20% do total.
Ora, Pedro Reis, empresário e independente, apresenta algumas soluções. Umas excelentes, outras boas e uma má: a descida em 15% dos salários. Existe uma mentira que de tantas vezes repetida alguns julgam que se tornou verdade, mas não. Nem a Função Pública é bem paga em Portugal. Isso foi chão que deu uvas. Ora, os baixos salários praticados em Portugal podem não ser “a causa” mas são uma das principais causas da baixa produtividade e essa só se combate com estímulos ao trabalhador. Daí não concordar, neste ponto, com Pedro Reis.
Quanto ao resto, totalmente de acordo: descida de 15% nos impostos; privatizar as empresas públicas e legislar de modo a termos um Estado regulador forte e que salvaguarde a concorrência e transparência dos mercados. Fico à espera das conclusões e apresentação do “Livro Branco das Empresas”, mais um importante contributo para um programa de governo do PSD.
Já mais engraçado é ver alguns bloggers situacionistas considerar que Pedro Reis deveria ouvir, igualmente, os trabalhadores. É fazer de conta que não perceberam o que lhe foi pedido. Claro que os “abrantes” e o Daniel Oliveira perceberam, só estão é a desconversar. Claro que sabem que, dentro do PSD e dos TSD, esse estudo está, igualmente, a ser feito.
Não os tinha como seguidores do estilo e métodos de propaganda do Paul Joseph. Estamos sempre a ser surpreendidos…
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