Duplo Hulk

Duplo Hulk e um início de Campeonato que promete. Calma, rapaziada, como diz o nosso Presidente, longos dias têm 100 anos… e ainda faltam 27 jogos.
http://rd3.videos.sapo.pt/play?file=http://rd3.videos.sapo.pt/unguHH4KgKp3rWv3zNcP/mov/1

A cultura de Marcelo(2)

Não creio que tenha dado a ideia de maniqueísta, essa forma simplista de pensar, em que o mundo é visto dividido entre o bem e o mal. Sabemos que a simplificação pode ser uma forma primária de pensamento, reduzindo os fenómenos humanos a uma relação de causa e efeito, certo e errado.
Mas não é disso que se trata. Deixei bem claro que há patamares de cultura, graus de cultura, profundidades de cultura, “qualidades“culturais que não se podem comparar. Não quero dizer com isto que os mais cultos e os menos cultos não mereçam o seu devido respeito e não tenham o seu merecido valor. O que me dá comichão é tentarem vender-me gato por lebre. Marcelo tem o valor que tem, ninguém lho tira, mas não tem aquele que tentam mostrar que tem. A sua actividade como comunicador da televisão não deve ser confundida com incultura,  mas  também não deve ser confundida com cultura, pelo menos no sentido da cultura que eu creio que Marcelo Rebelo de Sousa não tem. Não penso que Marcelo possui uma cultura sólida. Não o conheço suficientemente bem, mas penso que não tem nenhuma cultura especial para além da que lhe é necessária como comunicador privilegiado pelas circunstâncias e não pelo valor. Posso estar enganado mas nada me faz chegar à conclusão de uma cultura sólida. Se nele eu me apercebesse de que valia a pena ouvi-lo, sou suficientemente humilde para o confessar. Gostava de o ver, por exemplo, na TV, comentar, mas de forma convincente, o fenómeno da vida, o sentido da existência, o materialismo e o espiritualismo, ler e comentar de forma que valesse a pena ouvir “O espectáculo da vida” de Richard Dawkins, “Razão e Prazer” de Jean Pierre Changeux, “A alma está no cérebro” de Eduardo Punset (como ele, advogado), e não apenas a mostrar a sua habilidade histriónica no manejo de um enciclopedismo balofo.

as minhas memórias do ISCTE, hoje IUL

Edoficio Antigo do ISCTE

Construido nos anos 70, hoje são mais de quatro prédos imensos

Convidado pelo Instituto de Ciências da Fundação Gulbenkian, apareci em Portugal, pela primeira vez na minha vida, em Dezembro de 1980. Vinha da Universidade de Cambridge, onde fiz os meus graus, até ser Doutor e Agregado. Ainda sou membro do Senado dessa Britânica Universidade, na qual, actualmente, trabalham a minha filha mais nova e o seu marido. Não sabia Português, mas conhecia profundamente o Galego. Tentei falar em língua luso-galaica, mal entendida entre luso – portugueses. Mudei de imediato para o inglês, a minha melhor língua, por estar relacionado com a Grã-bretanha desde os meus vinte anos (sou casado com uma inglesa e as minhas filhas são britânicas).

Mal soube o ISCTE da minha visita, vários membros do Instituo Gulbenkian, também docentes no ISCTE, convidaram-me para a “Escola”, como era chamado, e ali proferi uma conferência, no único anfiteatro dos anos 80 do Século passado. Foi necessário falar em luso-galaico e castelhano: os discentes não sabiam inglês, como vários docentes. As minhas palestras versavam sobre a vida rural; a Antropologia Social e histórias de povos denominados primitivos, elo da nossa ciência, especialmente sobre os seus mitos e ritos. O auditório ficou, penso eu, fascinado ao ouvir falar de povos estranhos (não africanos) e dos seus costumes, comparados com povos europeus que eu tinha analisado, durante anos, na Escócia, em França, na Galiza e os nativos do Chile. Enquanto contava histórias, ia teorizando. Os cientistas sociais gostaram da minha análise da família, todos Sociólogos, Advogados ou Gestores, para estes últimos referi especialmente como eram feitas as contas, pesos e medidas, entre etnias como os Tallensi, os Lo-Dagaba e os Lo-Wiili da antiga Costa do Ouro, hoje Ghana, e as dos Incas do Peru que para contarem fazem nós numa corda, enquanto os Mapuche do Chile [Read more…]

Quando os diques cederam

Faz hoje anos que o furacão Katrina arrasou Nova Orleães e uma boa forma de recordar o que se passou nessa altura é ver o documentário de Spike Lee chamado “When the Levees Broke – A Requiem In Four Act“.

Este documentário que saiu quando se estava a completar um ano dessa tragédia é uma extensa (4 horas) apresentação do que foram os dias/meses seguintes bem como o que poderia/deveria ter sido feito para prevenir o que se passou.

Fica a ideia do sub-investimento em infraestruturas importantes, do esquecimento de Washington em relação a uma população maioritariamente pobre e negra, da não percepção da gravidade… um pouco a imagem de Bush depois de receber a notícia do ataque no 11-setembro.

Ver em http://en.wikipedia.org/wiki/When_the_Levees_Broke

“The film points out that the disaster in New Orleans was preventable, caused by levees poorly designed by the United States Army Corps of Engineers, with the suffering afterwards greatly compounded by failures at all levels of government, most severely at the Federal level. These points are in line with mainstream investigations, including the bipartisan U.S. Congressional report “A Failure of Initiative” and the Army Corps of Engineers’ own studies.”

Mineiros do Chile

«Só então o homem se deu conta de que aquilo era uma mina e a vergonha tomou conta dele. Para quê tentar? Não haveria trabalho… Em vez de se dirigir para o edifício, decidiu escalar o terreno onde ardiam os três fogos de hulha em tachos de ferro fundido que serviam para alumiar e aquecer os homens no trabalho. Os operários encarregados do desaterro certamente tinham trabalhado até tarde, ainda estavam retirando o entulho. Agora ouvia os carregadores empurrando os vagonetes sobre os trilhos montados nos cavaletes, divisava sombras que se moviam descarregando os carros ao lado das fogueiras.

— Bom dia — disse ele aproximando-se de um dos fogos. [Read more…]

Roberto, Deus, Jesus, A Bola e os burros do presépio

“Deus mandou mais que Jesus”, diz hoje o jornal A Bola, só porque Roberto defendeu uma grande-penalidade no jogo entre o Benfica e o poderoso Vitória de Setúbal, ontem.

Do jornal oficial do Benfica não se espera grande coisa (ia-me saindo ‘grande merda’) mas esperava-se um pouco de contenção e de vergonha. Há uns dias estavam a crucificar o guarda-redes por causa dos ‘frangos’, hoje, porque defendeu um penalti depois de ter começado o jogo no banco, estão a coloca-lo como o espírito santo que iluminou o caminho de Jesus na obtenção dos primeiros três pontos.

Será que o jornal quer dizer que Deus protegeu Roberto e provocou a sua reabilitação no altar da catedral? Se assim é, Jesus levou uma reprimenda do pai por não ter colocado o jogador a titular? E isto faz do Vitória de Setúbal o quê? O exército de Satanás?

E o jornal A Bola e o brilhante autor do título são os burros do presépio? Espero que não, é que tenho muito respeito pelos burros.

Água