Um buraco na rede

(adão cruz)

(Dedico este conto, verdadeiro, à amiga Andreia Dias, em homenagem ao seu trabalho e como libelo contra os caçadores) .

 Um buraco na rede

Acordei a meio da noite e não fechei mais os olhos. A insónia levou-me onde bem lhe apeteceu.Gemi ao estalar do coração de uma mãe, senti o amargo do choro convulso de um pai, reabsorvi a minha dolorosa resignação…um barco e as amarras que o prendem aos olhos esbugalhados do cais, amarras que se despedaçam, pois ninguém lhes sabe desfazer os nós.

A madrugada de hoje começa a clarear. Quem olha através da rede da janela sem vidros julga que vai nascer uma amena manhã de primavera, mas em breve ela parecerá vomitada do ventre de uma fogueira.

Passarinhos coloridos salpicam de gorgeios o silêncio morno do amanhecer. Um grande insecto marra nervosamente de encontro à rede, numa volúpia incontida de liberdade. Eu e aquele moscardo, à procura de um buraco na rede! De um salto, corri da cama até ao chuveiro improvisado que borrifava sobre mim os mais deliciosos minutos do dia. Enquanto a água escorria em fios esganados, eu ia antevendo o prazer de uma caçada matinal às rolas. Iria pedir a carabina ao libanês Senhor Heyle, o qual, àquela hora, ensonado, não se lembrava que não gostava de a emprestar. De qualquer forma, a mim nunca a recusaria, pois precisava de mim como médico. [Read more…]

Tu pias, ele pia e…

…eu hoje também pio no PiaR.

Um piar sobre o Pacheco Pereira, o José Sócrates, o Pedro Passos Coelho, o Jornalismo com e sem aspas e as agências. Sem esquecer a Britney e a Pamela. “inde ler”, sff.

A águia, o milhafre e a borboleta

(Recebi dois mails muito interessantes, que resolvi transformar em posts, com a devida autorização da Andreia. Este é o primeiro. As reticências significam que suprimi algum texto. Amanhã publicarei o segundo).
Dr. Adão:
 
Sou a Andreia, de Arouca,  bióloga e trabalho com águias de Bonelli. Estive no seu consultório em Julho passado e fiquei de lhe enviar fotografias das belezas que vou vendo nesta nossa encantadora Natureza. Peço imensa desculpa por só agora o fazer, mas como ando sempre a saltar de terra em terra, tinha deixado o seu contacto em Arouca.    (…) e já me sinto muito melhor. Estou cheia de energia para lutar e rapidamente voltar a estar apta a subir montanhas e fazer a minha vida normal.
 
Em anexo envio uma foto de uma águia de Bonelli que capturámos em Maio para colocação de um emissor/GPS. Pode ver o site do projecto em http://www.ceai.pt
 
Um milhafre-real que fotografei nos Pirinéus no ano passado, mas que existem também em Portugal. Eu estava num abrigo de um alimentador artificial de abutres e o milhafre apareceu para se alimentar também.
 
Por último, uma borboleta que fotografei em Fornos de Algodres. Foi a 2ª que vi, tendo sido a primeira observação no Gerês, onde trabalhei alguns anos. É uma “pavão-diurno” que põe os ovos nas urtigas.
 
Espero que aprecie.
 
Um abraço e até breve,

Andreia
P.S. Comprei e já estou a ler o livro ” O espectáculo da vida ” de Richard Dawkins e é realmente fascinante. Obrigada!

(Águia de Bonelli)

(Milhafre real)

(Inachis io)

O Décimo Túnel da Linha do Minho

Já circulam os comboios no 10º túnel da Linha do Minho e respectiva nova estação da Trofa. Abriu ontem.

A ACOP propõe ao governo a proibição da publicidade a brinquedos nos programas infantis e nos canais destinados exclusivamente a crianças e jovens

A ACOP propõe ao Governo a  restrição da publicidade a brinquedos não só nos programas infantis e em canais destinados prevalentemente a crianças e jovens, mas também em canais generalistas, das 06.00 às 24.00 horas.

Trata-se de uma medida menos gravosa que a de Países como a Suécia e a Noruega onde se proíbe toda e qualquer publicidade dirigida a menores de 12 anos, mas que se justifica porque o assédio de que os menores são alvo representa algo que a própria Directiva das Práticas Comerciais Desleais condena, com expressa alusão às exortações dirigidas a um tal estrato sócio-etário, que de todo se vedam.

Quem não berra não come

Os fundos comunitários desviados das regiões mais pobres para Lisboa já ultrapassam 154 milhões de euros, o suficiente para construir três centros materno-infantis no Porto. Foi um aumento de seis milhões em meio ano, tendo o ritmo de aprovações abrandado.

In Jornal de Notícias

A isto não se chama desvio, concentração, opções políticas ou estratégicas. Nem sequer se chama ‘país a duas velocidades’. Chama-se uma vergonha!

Cada vez me convenço que, no seu jeito truculento, Alberto João Jardim tem razão. Quem não grita, quem não berra ou ameaça não come.