Aventar de forma delituosa

Foi um prazer escrever no Delito a convite. A todos os seus responsáveis, o meu Obrigado.

Fui jantar a um conhecido restaurante do Porto. Ao estacionar no respectivo parque de estacionamento deparo com um casal de velhotes. Estavam a um canto, um lugar estranho onde a pobreza grita. No meio deles alguns cobertores, várias tábuas e inúmeros pedaços de cartão castanho. Estavam a acender uma fogueira…continua AQUI

ver morrer

se eu for homem de fé, reagiria com violência ao afastamento do real que se faz com as criança

Nenhuma criança deve ser afastada do real. O adulto deve entrar na realidade, de mão dada com a criança. Os adultos que explicam merecem a criança. Os que mandam calar e sair do quarto, não merecem essa criança. Sentença inventada por mim

A morte é um facto. Acontece a todos. Donde, a morte é um facto social, não derivado da divisão social do trabalho conforme o mito. Temos um corpo que precisa de ser alimentado e para o alimentar, converte-se a matéria em bens que são mal pagos; o tempo gasto em salários, vai tirando força ao corpo, até este rebentar. Facto social cantado, pintado, escrito, referido. Em 1791, Mozart descreveu a morte em música, tal como fez Domingos Bomtempo em 1819, ou Franz Schubert em 1824, ao cantar a morte de uma donzela. [Read more…]

Faça você mesmo: baixar o défice

Teoria

  • Dica 18,971: Faça despesas este ano e contabilize-as apenas nos anos seguintes.
  • Dica 18,972: Aplique a dica anterior em ano de eleições para ficar bem visto. Quem vier a seguir, que pague a factura.
  • Dica 18,973: Se for um governo que encaixe no quadro "quem vier a seguir" referido na dica anterior, arranje forma de adiar o pagamento.

Casos práticos

  1. Compre submarinos. Arranje questões contratuais para adiar a entrega dos submarinos. Quando estes chegarem, «inscreva esta despesa no OE no ano seguinte ao da chegada do submersível, adiando assim um agravamento do défice que poderia chegar aos 0,3 por cento do PIB» (no Público).
  2. Mande fazer auto-estradas SCUT que só se comecem a pagar passados 5 anos. Chegada a factura, aumente os impostos para cobrir a despesa. Adie o mais que possa a introdução de portagens.

Exercícios

[Read more…]

PS, PSD e CDS de acordo: é preciso cortar na despesa pública

O submarino Tridente vai ficar fundeado em frente ao Ministério das Finanças: dali não sai nem mais um milhão.

Chama-se Tridente em homenagem ao trio partidário que o adquiriu. As instalações sanitárias foram batizadas Sala Portucale, por sugestão do líder do CDS, e serão inauguradas pelo seu conhecido apoiante Jacinto Leite Capelo Rego, ele mesmo, numa homenagem à sociedade civil e à forma como voluntariamente contribui para o financiamento partidário.

quem me dera ser criança, e perdoar…

ideia impossível, a de saber perdoar

Este título não é brincadeira. Refere factos que aconteceram há 37 anos e que não consigo esquecer nem perdoar. Factos que mataram uma autoridade eleita pelo povo, para o povo e do povo. [Read more…]

Mário Bettencourt Resendes (1952 – 2010), demasiado perto do poder

Mário Bettencourt Resendes sempre me pareceu demasiado próximo do poder socialista. Daí que as suas análises políticas, na minha opinião, nem sempre tivessem o rigor e a isenção que são exigíveis a um jornalista. Nos últimos anos, quase que pedia desculpa quando tinha de criticar – ao de leve – o primeiro-ministro. A ligação ao «DN», órgão do regime, não terá sido um dos factores que menos contribuiu para isso.
Não significa que não gostasse de o ouvir – na SIC ou na TSF. Discurso fluente e escorreito, interessante alinhamento das ideias. Da mesma forma que não significa menor consideração pelo homem e pela perda que a sua morte representa.

Mala aviada

film strip - Causa atendível

A notícia: «FPF sem justa causa para  despedir Queiroz» na RR.

Foto de fundo: Louis Vuitton “Soccer” Monogram Bag

A Cultura em África

Nossa Senhora das Águas da Barragem

Nossa Senhora das Águas da Barragem

(ou a Ministra da Incoerência)

“A Cultura é um elemento indispensável para o desenvolvimento das capacidades intelectuais e para a qualidade de vida, factor de cidadania e instrumento fulcral para a compreensão e conhecimento crítico da realidade.”

É assim a Cultura. Eu ainda sou do tempo em que a cultura em Portugal era uma coisa autêntica, das pessoas e dos sítios, ancestral. Depois criaram-lhe uma Secretaria de Estado da mesma cultura. Mais tarde, a Cultura passou a ser um ministério, o Ministério da Cultura. E eu a pensar que a Cultura seria sempre um insuspeito ministério, o dos artistas, sempre lá seu mundo de artistas, alheado das vagabundices terrenas, sublime, espiritual, etérea, cultural, a Cultura…

Foi-me preciso acordar na África Negra para descobrir uma Cultura que financia (via RTP) as touradas, que diz, à tarde, que o vale do Côa não é património de Foz Côa ou de Portugal, Foz Côa é Património da Humanidade!!!! (colocar ênfase lisboeta na leitura, pf) quando, de manhã, a mesma “Cultura” diz que a classificação do vale do Tua como monumento nacional não impedirá a construção de uma barragem que, ooops, apagará o vale em vias de classificação cultural…

Feneceu uma talentosa Ministra da Cultura. Ganhámos, ao menos, uma Mercenária by EDP. Vergonha…

Vende-se Pedra Monumental

Vende-se Pedra Monumental

(mesmo)

Favor contactar o insuspeito Ministério da… Cultura!

Cortem-lhe uma orelha


Toca piano e fala francês. É Ministra, mas não sabe de quê. Talvez seja Ministra… da EDP.
Paga para defender a cultura e o património nacional, é a primeira a vir garantir que o processo de classificação da Linha do Tua não impedirá a construção da Barragem. Podemos estar descansados: a Linha será Monumento Nacional, mesmo que desapareça.
E se é dramático Portugal ser dirigido por um ignorante iletrado, mais dramático é ter uma Ministra da Cultura inculta que pensa que está no cargo para defender os interesses da companhia de electricidade. Não, ela não é Ministra da Economia.
Se fosse, seria a substituta de Manuel Pinho, o tal que gosta de fazer cornos aos outros deputados.

Pois, por falar em cornos, já sabemos que a Ministra que toca piano e fala francês é uma aficionada. Sim, para ela a tauromaquia é cultura (uma Barragem também é cultura).
E se ela gosta tanto de touradas, e já vimos que não serve para dirigir seja que Ministério for, seja em que país (terceiro-mundista) for, só nos resta uma solução: teremos de a lidar, primeiro com a sorte de varas e depois espetando-lhe umas bandarilhas. No fim da lida, fazer-lhe uma pega como manda a tradição. Para terminar o espectáculo, à boa maneira espanhola, cortamos-lhe uma orelha e recambiamo-la para fora da arena. Olé!