Incêndios: última hora

Serve o presente para informar todos os interessados que a exemplo do nosso PR e do nosso PM vou interromper as minhas férias para me deslocar a uma área ardida e de seguida a uma sala com alguns elementos da Protecção Civil devidamente fardados e acompanhados de jornalistas. A isto alguns chamam solidariedade. Outros preferem ver na coisa um populismo bacoco…

Adenda: Ups, não estou de férias…

Adenda 2: Avisem o Paulo, o Pedro, o Anacleto e o Sousa. Eles entram a seguir.

Obrigado.

Adeus, Estação da Trofa…

A partir de dia 15 deste querido mês de Agosto de 2010, os comboios deixaram de passar na patrimonial e mais-que-centenária estação ferroviária da Trofa. A nova abre no dia seguinte. É o fim de um ciclo e de uma certa cidade.

A protecção dos trabalhadores contra o fumo em segunda mão (fumadores passivos)

A ACOP exige revisão da lei antitabáquica.

Mercê da subversão das normas e da estranha opção que acabou por se sedimentar, os trabalhadores dos estabelecimentos de bebidas (cafés, snack bares e similares) “qualificados” como “azuis” (em que se fuma indiscriminadamente) não têm qualquer protecção.

Com a extrapolação da regra para os restaurantes, independentemente da área prevista por lei, fenómeno análogo se observa, vale dizer, durante o período laboral ficam expostos, sem remissão, ao fumo dos comensais fumadores, não se poupando aí sequer os menores que acompanhem os seus familiares.

Há locais de trabalho em que as zonas reservadas aos fumadores são contíguas (sem qualquer protecção acrescida) às que se consignam às tarefas laborais, o que subverte em absoluto o escopo da lei.

Não houve, por razões compreensíveis, qualquer investimento nas zonas de fumo das instalações laborais, o que causa natural incomodidade aos trabalhadores que fumam com as quebras sensíveis que se registam nos ritmos de trabalho e no rendimento específico de cada um e todos.

Situações de manifesta desigualdade e ausência de proporcionalidade entre os que fumam e os que resistem ao tabaco e aos produtos do tabaco.

Com a exposição dos trabalhadores, em situações climatéricas de ponta, às inclemências do tempo, as enfermidades disparam e o absentismo, ainda que não medido pelas estâncias do poder e as estruturas da saúde, cresce exponencialmente.

Referência ao facto de a OMS haver sustentado, desde sempre, que não há sistemas eficazes de extracção de fumos, mas o mais grave é que, por razões de economia, mesmo os precários sistemas implantados nos estabelecimentos de restauração, de bebidas, cafetaria e similares, só episodicamente funcionam com os efeitos negativos daí decorrentes.

[Read more…]

Ainda a "guerra atómica de JMF" no Blasfémias


Vivemos num mundo a abarrotar de gente manienta. Decidi encerrar o assunto de um post que resvalou para a esperada polémica digna de mesa de tasca, com estas considerações finais. E mais lá não voltarei. Não vale a pena.

“Relevando dichotes acerca da sanidade mental daqueles com quem tem esgrimido argumentos, deixo-lhes umas breves e derradeiras notas, encerrando este triste aniversário atómico, que pelo que parece, é susceptível de relativização. O senhor faz exactamente aquilo que o Kremlin fez em 1985, quando escondeu do mundo e do seu próprio povo, o colossal desastre de Chernobyl. O senhor faz precisamente aquilo que o Kremlin fez, quando exterminou milhões de ucranianos pela fome e pelos pelotões de fuzilamento, pretendendo que tudo se passou devido aos “condicionalismos de guerra”. O senhor passa assim uma carta em branco, à dinamitação das provas que um pouco por todo o Ocidente – Reich incluído -, eliminavam os resíduos de actos criminosos perpetrados contra uma massa imensa de gente que dentro do bolso, tinha a identificação que correspondia ao que designamos por Europa: alemães, polacos, russos, franceses, espanhóis, italianos, húngaros, holandeses, ingleses, checos, etc, etc.
Tudo relativo, não será assim?
[Read more…]

António Pocinho, 1958-2010

Morreu o Tó Pocinho. E não me apetece escrever mais nada. Roubo-lhe um texto:

Carta  a José Sócrates

No caso de eu ter sido baptizado com um nome destes, o de filósofo grego, a primeira coisa que faria quando chegasse a primeiro-ministro seria declarar: “Só sei que nada sei”. E daí, de esse acto de humildade e inocência tinha a minha carreira de governante automaticamente e em todos os casos perdoada. Durante as interpelações ao governo no Parlamento, em vez de mostrar cornos ou chamar nomes ao inimigo, poderia confrontá-los com um lapidar “conhece-te a ti próprio”, ou “senhor deputado, conheça-se a si próprio”, o que nem um “penso logo existo” de Paulo Portas conseguiria neutralizar. Isso daria ao adversário a possibilidade de reconhecer também a sua face oculta e a sua própria sucata. A declaração irónica de Sócrates certamente cairia muito bem num qualquer inquérito parlamentar, fosse ele na Comissão de Ética ou em qualquer das muitas comissões que o Parlamento tem para apurar a comida e a mentira. “Quanto ao caso Freeport (ou Porto Livre, em linguagem de piratas) senhores deputados, só sei que nada sei”. “No caso Face Oculta, senhor deputado, pois se ela é oculta, como a outra face da Lua, só os astronautas e as equipas de investigação da NASA a podem alcançar”.  “Quanto ao desemprego, ao défice, ao umbigo de Manuela Moura Guedes, só sei que nada sei”.

Como diria Sócrates, o filósofo ateniense: “A eloquência é a arte de aumentar as coisas pequenas e diminuir as grandes”.

publicado em para que serve o homem

Hotéis e clínicas médicas sem licença pode ser, bolas de berlim na praia é que não

bola-de-berlim_1203

 

O Diário de Notícias avisa-nos que o hotel de cinco estrelas Crowne Plaza, em Vilamoura, está a funcionar "sem alvará de utilização". É normal.

Acontece com hóteis, clínicas médicas, restaurantes e muitos outros estabelecimentos. Podem abrir sem legalização. E sem problemas.

Agora se for para vender bolas de berlim na praia, lá isso, não… Afinal somos um país europeu.

No PS há filhos e enteados (o que terá o candidato Manuel Alegre a dizer sobre o assunto?)


Pelos vistos, caro Rodrigo (como diria o outro, posso tratar-te por tu?), parece-te que é muito diferente participar com lista própria contra a lista do Partido nas Eleições Autárquicas ou participar em nome próprio contra o nome que é apoiado oficialmente pelo Partido nas Eleições Presidenciais.
Lendo o ponto 5 do Artigo 94.º dos Estatutos do PS, não me parece: «Considera-se igualmente falta grave a que consiste em integrar ou apoiar expressamente listas contrárias à orientação definida pelos órgãos competentes do Partido, inclusivé nos actos eleitorais em que o PS não se faça representar».
Ou seja, nos Estatutos do PS não há qualquer distinção entre listas partidárias e listas suprapartidárias. E sabes muito bem que, nas Presidenciais de 2006, os «órgãos competentes» do PS apoiaram expressamente Mário Soares.
O que será que pensa Manuel Alegre sobre o assunto?

Em tempo de berreiro…


Uma oportuna crónica, para ler aqui:
“Bombacci foi líder do Partido Socialista Italiano com Mussolini e, depois, um dos fundadores do Partido Comunista Italiano. Após a Marcha sobre Roma, com o consenso mussoliniano com o velho liberalismo, a Igreja e a Monarquia, Bombacci manteve-se fora. Com a ruptura do consenso, com a derrota militar e a criação da República de Salò- um Estado fantoche manipulado pelos alemães – deu-se aos “velhos fascistas” poder para reeditarem as premissas do movimento. Não podendo governar (os alemães não o deixavam), empenharam-se na “purificação” do fascismo. E o que nasceu desse esforço ? Republicanismo, defesa das nacionalizações, formulação de uma teoria de co-gestão empresarial, sindicalismo revolucionário, anti-catolicismo militante.
[Read more…]

Trabalhos Forçados a Limpar Matas, Apagar Fogos e Prisão Perpétua

E O MESMO PARA OS SEUS MANDANTES

.
A par das mais ignóbeis acções, a de incendiário merece nesta altura do ano, sempre e todos os anos, o mais veemente repúdio de toda a gente. Bem, de toda não, já que há muita gentinha que lucra enormemente com os incêndios e de entre essa, bastantes há, demasiados mesmo, que incentivarão outros para que os provoquem.
Também amiúde, um ou outro dos incendiários do nosso País, é apanhado. Uns com a boca na botija, vulgo em flagrante, e outros não. de uma maneira ou de outra, são considerados “alegados incendiários” e em pouco tempo andarão de novo em liberdade, para poderem continuar com as suas acções.
Em Portugal, os coitadinhos dos meliantes, mesmo os que tenham cometido [Read more…]

The Portuguese way

Entra hoje em vigor a lei que impõe limites ao teor de sal no pão.  Como se escreve no editorial do Público, «países como a Inglaterra ou a Finlândia conseguiram bons resultados apenas com campanhas, sem nenhuma lei, mas Portugal, que tem por hábito inventar leis para tudo, aprovou mais esta». O fim é de salutar mas os meios para lá chegar são discutíveis.

Será certamente por decreto que lá vamos. O facto de actualmente quem quiser comer pão sem sal o poder fazer sem problemas não tem importância. Urge, isso sim, uma lei de costumes à boa moda do Socialismo. Porque, como se sabe, o proletário é ignorante e precisa do Estado-Papá para lhe dizer o que pode ou não pode levar à boca.

Sai um decreto flambé, sff

image

Volta e meia, independentemente do ministro que esteja em funções, lá vem a conversa do Estado poder meter o nariz na propriedade privada. No caso presente, fala-se do Estado tomar posse de terrenos particulares. Antes, em 2008, foi Jaime Silva com uma teoria quanto às partilhas.

Atente-se nas declarações do ministro da Agricultura (via TSF): "(…) estão a ser estudados «alguns instrumentos» de «agravamento fiscal para quem não utiliza as terras, não as mantém, não as arrenda ou não as vende». Estão também em estudo «instrumentos mais agressivos», como «o Estado vir a tomar posse de determinada propriedade para mais tarde fazer uma concessão para privados com experiência na gestão de espaços florestais ou outros», acrescentou António Serrano". [Adenda: reacções à ideia do ministro]

Portanto, cavalgando o caos dos incêndios, aproveita o ministro para apresentar adicionais fontes fontes de receita, pelo agravamento fiscal e pelas concessões, que (aposto) não serão gratuitas.

[Read more…]

Porque teima Narciso Miranda em permanecer no PS quando não o querem lá?

A questão da disciplina partidária é sempre algo de muito melindroso. Há que pesar os aspectos de fidelidade ao partido e a componente de liberdade de pensamento individual, por exemplo.

O que tenho dificuldade em perceber é porque é que os ‘sócios’ dos partidos políticos que são alvo de processos de expulsão teimam em querer ficar num sítio onde (pelo menos num dado momento) não são desejados. É certo que é apenas um entre muitos, mas porque teima Narciso Miranda em permanecer no PS quando não o querem lá?

o dia de são lourenço é a festa de Vilatuxe

São Lourenço de Vilatuxe, mártir cristão, patrono de Viletuxe

Parte de um livro que escrevo na actualidade

O reino da Galiza tinha já sofrido diversas invasões. Como nas lembranças sociais de Victoria, nas de Pilar há também uma memória social que as repete. Mas, ao contrario que no caso de Victoria e os seus pares. Porque para Victoria, a Conquista é uma benção que permite que um povo Nativo, seja primeiro um Reyno, depois um Estado e República independentes, autónomo. O que, como Pilar, a sua família e os seus pares, sabem que não é assim na Galiza. A Galiza é Celta, é Romana, é Sueba, é Visigótica, é Castellana, é Lusa, é Española, é autónoma, como Estado parte do Estado Español, entre os séculos antes de Cristo e o dia de hoje. [Read more…]

Uma pequena achega para a história do cartoon em Portugal

Uma obra prima do grande Abel Manta. Criada logo no pós 25 de Abril (1974, nada de confusões) e que marca no humor nacional o tempo em que muito boa gente publicava anúncios nos jornais garantindo não ter tido nada, absolutamente nada, nem um bocadinho, de participação no regime na altura acabado de depor. Aliás, nesse tempo mesmo muito remoto, ninguém tinha alguma vez aplaudido o tal de Salazar.

Nesse tempo vincou a expressão vira-casacas, e  era mais por medo acorriam ao alfaiate. Mais tarde, ficou o clássico oportunismo, não caracterizando exactamente alguém se faz às oportunidades.

Estando as oportunidades, agora novas,  um bocado queimadas como expressão caracterizante do mesmo espírito e prática, temos de criar outra. A base para a inspiração é imensa. Não me afoito.

Claro que isto não vem exactamente a propósito das últimas ocupações umbiguistas do Paulo Guinote, embora me pareça que anda com falta de ilustrações para alguns dos seus postes (a malta é de História, ele é um bocadinho mais novo).

Mas estou de férias e apeteceu-me preparar uma aula para o ano lectivo que vem. Vícios.

A cona da mãe de Luis Horta

Pelos vistos, a ofensa de Carlos Queirós a Luis Horta, durante o estágio da Selecção, resumiu-se a algo como isto: «Se fosses fazer o controlo anti-doping na cona da tua mãe!»
Compreende-se que Luis Horta não tenha gostado e que tenha ido fazer queixinhas ao seu superior. Afinal, mãe é mãe e, imaginando-se a frase no seu sentido literal, a cena não se torna lá muito agradável.
Mas sejamos sinceros: em nenhuma parte do mundo essa frase seria justa causa para despedimento, sobretudo num mundo com as características do futebol (e já se esqueceram quem é Luis Horta?). Nem sequer uma razão atendível, seja lá isso o que for.
Querem despedi-lo por maus resultados e mau futebol? Força, mas então não inventem outras razões.