Prognóstico no final de um jogo:

A falta que Ricardo Costa vai fazer ao Benfica esta temporada.

Já agora: espero que a TVI seja multada. Se é para transmitir um jogo é com som e tudo, e não para deixar que os comentadores do Canal Benfica ocupem a cabine, embora lhes tenha escutado lágrimas, verdadeiras, escorrendo pela cara, o que provoca um ruído engraçado tal como esta frase,

O Benfica não mostrou a sua habitual capacidade goleadora

do Público, como rescaldo, também tem a sua piada.

Vai fazer uma falta do caraças.

Touradas

A análise e os conhecimentos que tenho sobre a independência da Catalunha, País Basco etc. permitem -me, quando muito, uma opinião, e não uma certeza sobre qual dos lados tem razão, e sobre o caminho a seguir. Isso, na realidade, é para quem lá vive, para quem sente de perto os problemas e para quem sabe verdadeiramente o que quer, e mesmo esses…muitas vezes contradizem-se. A quem está de fora, é difícil uma tomada de posição acertada. Mas todos temos direito à nossa forma de ver as coisas.
Quanto á opinião da Carla e do A. Pedro Correia de que a abolição das touradas na Catalunha não passa de uma manobra política para pôr de fora o último grande símbolo do Estado espanhol, não estou de acordo. Não quer dizer que não venha a jeito, mas tal maneira de interpretar só se torna redutora, ao fim e ao cabo,  de uma luta e de um movimento de resistência tenaz, que está acima de mera finalidade política, contra o sofrimento inútil e bárbaro de um ser vivo, para deleite de uma assistência sadomasoquista. É um movimento com 25000 assinaturas, emque se empenham directamente 180000 cidadãos, e em que Parlamento catalão decidiu, por 68 votos a favor, 55 contra e 9 abstenções, que as corridas estão fora da lei na região. Ou melhor, estarão a partir de 1º de janeiro de 2012. Abandonadas até por aficionados da velha guarda, as touradas sobrevivem à custa de subsídios do governo, o que não seria mau se as touradas fossem, como entende a nossa pianista da cultura, um caminho cultural.
A criminalização da tourada não foi, portanto, ao contrário do que muitos espalham, um golpe parlamentar, uma jogada política eleitoreira, uma manobra nacionalista visando distinguir a Catalunha do resto da Espanha, mas a última faena de uma dura luta popular, democrática, histórica, seguindo os trâmites exigidos pela ordem jurídica, após amplo debate canalizado institucionalmente desde novembro de 2008, à luz de depoimentos de cidadãos os mais diversos, etólogos, filósofos, toureiros e defensores dos direitos dos animais.

5 Cubanos

(adão cruz)

Solidariedade com os cinco cubanos presos nos EUA

No passado dia 21 de Julho, o cidadão cubano Gerardo Hernández, preso há 12 anos nos EUA, foi encerrado numa cela de dois metros por um, sem ventilação e onde a temperatura atingia os 35 graus, privado de quaisquer bens pessoais, mesmo dos mais elementares artigos de higiene, proibido de receber visitas, inclusive do seu advogado – numa situação que, como incisivamente sublinhou o Presidente do Parlamento cubano, Ricardo Alarcon, «equivale a tortura». [Read more…]

Aldrabices nucleares


Entre berreiros indiciados por maiúsculas, lendas e narrativas de propaganda de diverso corte, mentirolas de café, preconceitos e maluquices, temos uma plêiade de maníacos comentadores de inexistentes verdades. Ora leiam o texto de JMF AQUI, continuem a deleitar-se com os comentários e se tiverem paciência, deixem a vossa opinião. Realmente, a propaganda resulta, especialmente quando é oportunista e mentirosa, bastante conveniente para o bípede comum. Deixei alguns longos comentários e em resposta aos do costume. Em vão.

Dias Lourenço (1915 – 2010), o operário de Vila Franca

Dias Lourenço, o segundo a contar da esquerda, ao lado de Tito de Morais, Palma Inácio e Manuel Serra.

António Dias Lourenço da Silva nasceu em 1915 em Vila Franca de Xira. Morreu hoje.
Operário, aderiu ao PCP em 1931. Viveu na clandestinidade entre 1941 e 1949, situação interrompida pela primeira detenção. Torturado, encarecerado em Caxias e depois em Peniche, foi condenado a mais de 8 anos de prisão. Fugiu antes de cumprir metade da pena, passando de novo à clandestinidade. Participou na preparação da fuga de Álvaro Cunhal (v.), em 1961, mas no ano seguinte voltou a ser preso, sendo desta vez condenado a 23 anos. Preparava uma nova fuga quando se deu o 25 de Abril. No regime democrático, foi Deputado à Assembleia Constituinte e à Assembleia da República entre 1976 e 1987, tendo sido eleito nas 4 primeiras Legislaturas.

Touradas e Catalunha

Apesar deste meu poste, cujo conteúdo mantenho inteiramente, não quero passar por aquilo que não sou: um paladino quixotesco da actividade taurina. No entanto, esta reflexão da Carla Romualdo e a ligação que ela faz entre o meu texto e a recente proibição das touradas na Catalunha, trazem-me de novo à vaca fria ( já que regressar ao touro quente poderia ferir susceptibilidades).

A recente proibição das touradas na Catalunha, disfarçada, como e bem diz a Carla, de “preocupação com os direitos do animal”, mas que  “não deve ser mais do que as ganas de pôr fora do território catalão o último grande símbolo do Estado espanhol” faz-me notar uma terrível, e para mim insanável, contradição: alguns dos argumentos que aplicam ao fim das touradas deveriam ser dirigidos à vontade independentista.

Entre outras razões, afirmam os proibicionistas ser anacrónico, nos tempos que correm, a manutenção das faenas. Ora, é precisamente isso que eu acho da independência da Catalunha – totalmente anacrónica nos tempos que correm. Não ponho, sequer, em causa que  existem razões históricas para que esse sonho se manifeste e tivesse toda a razão de ser até há três ou quatro décadas. Concordo com a vontade autonómica, a revitalização da língua, a valorização de usos e costumes (de que, curiosamente, a tourada faz parte). Mas a independência da Catalunha, no actual quadro europeu e no futuro desenho federalista da europa, faz tanto sentido como a independência das Berlengas ainda que se lhes acrescentasse a Madeira, Porto Santo e as Selvagens. Ou seja, não faz sentido nenhum.

Tendo a Catalunha autonomia crescente e estando os estados europeus em fase de progressiva diluição de poderes, a criação de um estado  independente na Catalunha não passaria de um ridículo espectáculo em que o touro catalão seria morto em plena arena ao fim uma vida brevíssima, que não justificaria, nem de longe, nem de perto, o bilhete que os aficionados pagariam pelo ingresso (não se cria um país para durar vinte ou trinta anos). [Read more…]

Climas temperados, ar condicionado e estupidez natural

Um outro excerto do Grande Livro do Pensamento Único assegura-nos que Portugal tem um clima temperado, sem excessos, seja lá o que isso for.

Como consequência directa, naquela meia-dúzia de dias em que faz mesmo frio ou muito calor é de senso comum ligar-se o ar condicionado, incluindo os estabelecimentos comerciais.

E aqui começa o problema. Como o clima é temperado e os excessos escassos, o povo não está habituado à ideia de uma loja poder estar aberta mantendo a porta fechada. Claro que tendo o ar condicionado ligado e a porta aberta a temperatura do ar dentro do estabelecimento pouco muda, mas isso não tem qualquer tipo de importância. O facto de o consumo de energia disparar também é irrelevante, no fundo quem há-de aumentar os lucros da EDP é o cliente do comerciante, que se limita a a incluir a factura da sua estupidez  no preço do que vende.

Ainda existe a possibilidade de os nossos comerciantes, como o clima é suave e temperado, estarem desta forma a tentar amenizá-lo nas ruas, o que devia ser considerado serviço público. Mas não é. Se a estupidez pagasse imposto e o comércio nunca fugisse ao fisco até era.

Da imagem: no comércio dito tradicional de Coimbra encontrei dois exemplos destes. Duas excepções confirmando a regra.

desesperos de criança e de adulto maior

a alma dos desesperados...

O leitor pode pensar que não existe comparação entre um grupo de crianças e um de idosos. Contudo, o meu trabalho de campo tem-me demonstrado que as emoções são muito semelhantes: o desespero existe nos dos dois extremos do processo da vida. O primeiro facto a tratar, é procurar a forma de canalizar essa emoção quer para idosos, quer para o futuro adulto.

A velhice e a doença que normalmente a acompanha, faz do adulto sujeito de mimos, como se de um bebé se tratasse. Esse idoso que, um dia, não conseguirá falar ou movimentar o seu corpo. Os seus pares de geração ou de gerações próximas perdem a paciência devido à lentidão dos movimentos, das palavras que faltam, dos esquecimentos. E, como se de um bebé se tratasse, vão falando com palavras parvas, no intuito de ajudar. Uma senhora que lia e conduzia o seu carro, apesar dos seus 85 anos, sem óculos e sem problemas de orientação, até que um mês depois, vítima de um aneurisma, fica imobilizada, logo, lenta e envergonhada numa procura desesperada das memórias que o derrame cerebral tinha lavado, como um rio. Uma amiga próxima da sua geração, ao pretender estimular esse rio, nublou com adivinhas de nomes e sítios, essa memória perdida e, conjunturalmente, enervada ao perceber que não consegue agir, como esperado. E, na sua boa intenção, a amiga insiste: coitadinha, claro que sabes, vá lá, diz… Num acesso de fúria mal contida, intervenho e digo com arrogância: Não era melhor dar a pista com uma palavra para ela continuar a frase… Frase a minha que não é ouvida porque os adultos sadios entendem que adulto maior e doente precisa de…compaixão,  como refiro no texto, A criança velha, publicado neste sítio de ensaios académicos. O meu apoio à criança velha mas consciente da sua situação, ajuda-a encontrar as palavras costumeiras, com calma, e diz: Bom, foi um prazer, vou andando, e a conversa acaba. Mas, a senhora compassiva, porque é assim que tem sido ensinada, começa com festinhas na cabeça desse adulto maior, beijinhos nas bochechas e

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Noções Gerais de Electricidade

“Eu não percebo porque é que o pássaro não apanha choque”*

(recém-encartado da escola pública) – * pergunta ao Cagalhães, jovem!

O Dizimista

O alegado representante de Cristo na Terra vem ao Reino Unido para uma série de concertos em várias salas de variedades.

Entrada paga. A Máquina precisa de dinheiro. Só não me lembro de nos Evangelhos autorizados ter lido de algum colecta feita por Jesus. Só me lembro de alguém que se vendeu por trinta moedas. Cristo, anda cá ‘baixo ver isto…