A reforma do ensino de Maria de Lurdes Rodrigues

Em solidariedade com os ‘aventadores-professores’, tenho travado intensa luta na busca de detectar a fonte inspiradora e os modelos usados como paradigma da reforma do ensino em Portugal, lançada no tempo de Maria de Lurdes Rodrigues.

Procurei, procurei e finalmente… “Ops, descobri!”: Foi nos EUA! Sim, em terras do tio Sam, onde a maioria dos pré-universitários americanos acham que Beethoven é um cachorro e Michelangelo, um vírus. Leiam e digam se estou certo ou errado!

Terminei a leitura de ‘O Ensino do Português”, de Maria do Carmo Vieira, e pelo conteúdo do livro, ainda mais ciente fiquei da valia da descoberta.

À atenção da Fernanda Câncio, aquela que defende que com as uniões de facto ninguém vai querer casar

Fernanda Câncio,

Aconselha o civismo, a educação, a decência e as regras implícitas da blogosfera que se cite ou que se faça um link de determinado post  a partir do qual se escreveu um outro post.

Ora, a Fernanda leu no Aventar um post do António Serzedelo de que não gostou. E vai daí, respondeu com um outro post, mas sem nunca referir o post e o blogue a que está a responder. Porque para si, claro está, o Aventar é um blogue menor.

Por essas bandas, valha a verdade, já estamos habituados a esse tipo de procedimento. Embora também seja verdade que o mestre das «citações sem link» acaba de ser corrido do Jugular por razões perfeitamente atendíveis. Da sua parte é que é novidade, pelo menos para mim.

Pelos vistos, na sequência desse post do Aventar, a Fernanda intimou o António Serzedelo a desmentir a tal conversa, na qual a Fernanda lhe terá dito que se a lei das uniões de facto fossem ávante ninguém ia querer casar. Não conheço os contornos da conversa, mas acredito piamente no António Serzedelo. E se ele disse que a Fernanda disse que com as uniões de facto ninguém ia querer casar, é porque a Fernanda disse que com as uniões de facto ninguém ia querer casar. Um aventador não mente.

Fernanda, o seu post de resposta ao António Serzedelo tem o elucidativo título de «Opus rascum». Com o devido respeito, a parte do rasca ficará consigo.

E não precisa de fazer link deste post. Porque como dizemos cá pelo Porto, eu não sou da sua laia.

A fraude é outra, é a oportunidade de emprego

Conta-se no Ionline que existem fraudes nos processos RVCC, ditos de Novas  Oportunidades.

A D. Filipa Martins, que escreve na referida publicação descobriu a pólvora:

Quatrocentos euros.

Valor pedido por Paula Duarte, num curto contacto telefónico, por um Portefólio Reflexivo de Aprendizagem que dará acesso ao 12.o ano. “Mas tudo é negociável”, garante ao jornalista do i – que se identificou como possível comprador – e acrescenta, “no ano passado, pedia 500 euros, mas agora com a crise…”. Paula Duarte, à semelhança de várias dezenas de pessoas, pôs na internet um anúncio de venda de portefólios para as Novas Oportunidades.

Vamos por partes: a pólvora também não foi invenção minha, mas bastava ter lido este texto sobre as fraudes mais comuns nos processos de RVCC, aqui publicado em Julho do ano passado, e já faziam os foguetes.

Há contudo uma pequena novidade, na peça do I: a de que a ANQ teria dado uma orientação no sentido de se ter cuidado nos CNO’s (Centros Novas Oportunidades) com os plágios e afins. Trabalhei durante 3 longos, custosos e penosos anos na nobre missão de certificar analfabetos funcionais (e não só, convenhamos) com o 12º ano de escolaridade, e nunca ouvi falar de tal nota. Claro que em formação todos os membros das equipas pedagógicas aprendem que o copy/past só certifica a competência de seleccionar informação, e nem sempre, mas isso é de senso comum.

O problema não está aí. As fraudes só passam porque as equipas deixam. E as equipas deixam porque têm metas para cumprir, pairando sempre sobre a sua cabeça a ameaça de encerramento do CNO. Estamos a falar de pessoal maioritariamente contratado (agora menos a recibo verde, é certo) ou sem componente lectiva na escola onde está colocado, e do ou cumpres ou ficas desempregado.

A fraude é essa. O resto, em americano, são amendoins.

A França regressa a Vichy

Ao iniciar hoje a expulsão de ciganos, cidadãos europeus de pleno direito, o governo Sarkozy retoma um velho slogan do fascista Pétain, o de cumprir todas as promessas, incluindo as dos outros.

Neste caso podemos mesmo falar de uma promessa do Marechal, que deportou para os campos de concentração judeus e ciganos.

Dizem que quando as coisas lhe correm mal Sarkozy puxa logo das paranóias  securitárias, tal como entre nós o faz Paulo Portas ao sentir o PSD a entrar no seu terreno de jogo. Não me contento com essas explicações tacticistas. Tal como na fábula da rã e do escorpião, é a própria natureza destes personagens que vem ao de cima.

Primeiro os ciganos “estrangeiros”, e depois… espero que os franceses acordem, antes que a história siga o seu percurso habitual.

Quanto as ciganos rom, que também andam pela península de cá, não comecem já a comentar que isto e aquilo. Vão ver este filme, e espero que vos passe.

trabalho de campo

a escrita é o resultado da investigação em trabalho de campo

Acabo de escrever um livro. Para mim, um livro muito especial. Parece uma frase redundante. Ao acabar um livro, são todos especiais. Especialmente se gostamos da escrita, esse pôr as nossas experiências de investigação no papel, esse passar das nossas ideias à letra gravada em diários de campo, ou na nossa memória, rascunhos em pequenos livros que enchemos, enquanto ouvimos o que nos é contado, sem retirar o nosso olhar da cara da pessoa que nos narra a sua história de vida, ou a cronologia do sítio em que vive. E, se confia em nós, fala da família, dos amigos e dos vizinhos, tal como do trabalho e dos prazeres que tem na vida. Por vezes, quando a relação entre observador e observado se estreita, isto é a relação de confiança fortalece-se, então, este último, aborda as suas tristezas.

Nós ouvimos, anotamos e calamos, excepto se a pessoa (informante) é tímida e fala pouco. Nestas circunstâncias torna-se, pois, necessário intervir um pouco, narrando as nossas vidas e experiências, para acordar a sua curiosidade e inverter os papéis que jogamos, passando de curioso a narrador. Narrativa que estimula a pessoa

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