O cheiro do napalm pela manhã

É uma das cenas mais famosas de Appocalypse Now. Na busca do inferno do Coronel Kurtz, o capitão Benjamim Willard vê-se lado a lado com o pelotão do estranho Bill Kilgore. Obcecado por surf, o tenente coronel interpretado por Robert Duvall procura manter uma ligação a casa, lá longe, demasiado longe. É uma ligação já ténue. Kilgore está tomado pela guerra.

napalm

“Cheiras isto? É napalm, filho. Nada mais no mundo cheira desta forma. Adoro o cheiro do napalm pela manhã”, diz o tenente coronel. Mesmo se não soubermos em detalhe como cheira o cheiro do napalm pela manhã, sabemos que ninguém, no seu mínimo juízo, adora o cheiro do napalm. Nem sequer pela manhã. Nem sequer Kildore.

A prova está logo a seguir. De uma forma ou de outra, todos nós conseguimos encontrar uma definição para aquilo de que gostamos. Com maior ou menos arte, sabemos explicar porque gostamos. Kilgore não. Procura a palavra para definir o seu amor pelo cheiro do napalm pela manhã, mas não consegue. É diferente. Nada mais. É apenas diferente. Nem um “é diferente de…”.

Kilgore não gosta do cheiro do poderoso combustível mas pensa que gosta. Kilgore gosta da guerra. Quando uma pequena bomba explode ali perto, nem se mexe. “Um dia esta guerra vai acabar…”, anuncia, convicto, mas sem alegria. Quando a guerra acabar, Kilgore será um homem infeliz.

Há pessoas que preferem atirar combustível em vez de apagar a fogueira.

Vende-se a Fortaleza de Valença do Minho

Boa Localização (está virada para Espanha).

Lugares para Estacionamento e possibilidade de construção (tem muita pedra).

Património Classificado (não impede a construção de um campo de ténis).

Favor ligar pra Lisboa.

Sou contra a proibição das touradas

Sei que me estou a pôr a jeito e que vão chover epítetos que só constam de alguns dicionários, mas não me importo: sou uma besta, um primitivo, um primata. Além disso estou-me borrifando para uma certa ideia de Harmonia Universal Inter-Espécies, tipo coitadinho do tourinho, que mal é te fez o mosquitinho?

Lembro-me vagamente de ter entrado numa praça de touros (improvisada) na minha mais tenra infância angolana. Depois disso, nem praças de touros, nem garraiadas estudantis, nem largadas de touros. Provavelmente até nem gosto de touradas, coisa que está por provar pelo atrás exposto. Mas também não juro que não vá a uma se me apetecer, nem garanto que não goste, pelo menos de pormenores. Por ignorância e preconceito também destestava futebol. Era parvo, claro, mas estava convencido do contrário. Dupla parvoíce, portanto. Agora, que não cedo tão facilmente a preconceitos nem modismos, não me ponho parvamente a detestar touradas, tento perceber a minha estupidez antes de exercer o meu direito natural a ela e, por outro lado, há direitos que livremente dispenso. Também dispenso o Grande Livro do Pensamento Único, é um direito de que tomo conta e não prescindo.

Os direitos dos animais? Preocupam-me. Aliás, até percebo que um vegetariano radical odeie touradas. Aprecio a coerência, respeito-a. Agora um gajo que dia-sim-dia-não compra carne industrial no hiper-mercado preocupar-se com o sofrimento do touro? Um tipo que se esteja a marimbar na extinção da salamandra portuguesa vir acusar-me de barbárie? Um activista que desconheça a existência de grous em Portugal vir falar-me de incultura? Um fazedor de opiniões que não distinga uma cegonha preta de um perú e este de uma abetarda vir pregar-me o catequismo do amor pelos animaizinhos coitadinhos?

Sabem em que condições [Read more…]

Silly season


Começou a estação parva. Este senhor diz que tem os poderes da Rainha de Inglaterra. Pois desde já advertimos Sua Excelência, que por um centésimo daquilo que ele diz, fez, ou pior ainda, não faz, a Rainha Isabel II já teria sido deposta.

o crime social do aborto

é preciso distinguir entre aborto ritua e aborto economicista

1. Conceito.

É conhecido como impedir a vida de uma criança antes de esta ter nascido. Isso é designado como a interrupção voluntária da gravidez É ainda um delito punido com pena de prisão. É normalmente, uma decisão tomada por uma mulher por não ter um pai para essa criança em gestação, ou porque já tem muitas e tem dificuldade em cuidar delas e educá-las. Seja como for, a população infantil tem vindo a diminuir entre pessoas que não usam precauções para não engravidarem e darem vida a outra vida. Um facto que acontece em Portugal, na Espanha, na Itália, em etnias que vivem para além Europa. A diferença é que, na Europa e nas suas antigas colónias, o aborto é considerado uma perda de um ser humano punida por lei. Muito diferente é o caso dos Ba-Thonga de Moçambique estudados por Henry Junod em 1898 e por José Fialho Feliciano em 1998. O nascimento de gémeos coloca um problema: um deles deve casar, por obrigação cultural ou legal, com um descendente do clã de parentes. Apenas um. Se há dois pretendentes, um deles é morto, ou à nascença ou abortado mal se perceba que há dois no ventre da mãe.

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Pelo fim dos chumbos

film strip - Chumbos

A notícia: «Isabel Alçada quer acabar "gradualmente" com os chumbos», no Expresso

Imagem de fundo: Hunting Pages

Mais um 2010

(adão cruz)

O mais recente trabalho, que eu dedico à dignidade do ser humano.

Vende-se a Torre dos Clérigos

Com boas vistas sobre um sítio longe de Lisboa, boa alvenaria e óptima exposição solar.

Projecto aprovado para garagem.

Favor contactar o Ministério da Cultura.