Veleiro não entra!


Aqueles que extensivamente utilizam a subversão armada no sudeste asiático e exploram mão de obra semi-forçada ou em semi-escravatura, recusaram a entrada em Macau, ao navio-escola Sagres.

A primeira questão a colocar, consistirá saber se tecnicamente sendo um navio de guerra, o Sagres fica sob a mira do articulado legal chinês que proíbe navios militares estrangeiros de atracar na “região especial”. Assim sendo, as autoridades de Pequim terão o Direito do seu lado.

A segunda interrogação, talvez de mais difícil resposta, reportar-se-á aos meandros diplomáticos e neste momento, não podemos vislumbrar se por detrás desta decisão aparentemente extemporânea e até ridícula, se esconderá qualquer quid pro quo luso-chinês. Mais tarde ou mais cedo se saberá.

A terceira questão, poderá ter uma certa relação com a situação interna em Macau, onde afinal, os iniciais entusiasmos pelo “regresso à pátria mãe” terão esfriado ao longo dos anos. Pois isso está mesmo a acontecer. A presença do Sagres III em Macau, trará à memória, os tempos em que para todos os efeitos a cidade era praticamente independente, gozava de uma grande prosperidade e a liberdade de expressão não era mera retórica para colocar olhos em bico. O que terão agora os decisores de vontades alheias – aqueles que em Lisboa entregaram Macau sem consulta popular – para dizer em público? Provavelmente nada, pois nem sequer saberão apontar no mapa, a situação geográfica do antigo território sob administração portuguesa.

Preferimos acreditar na primeira hipótese.

No fim de contas, os pequineses fizeram mais um grande “negócio da China”. Como no dia do hand-over dizia um atónito locutor da televisão tailandesa, no século XVI os chineses entregaram um lugarejo numa praia vazia e receberam-no de volta, transformado uma bela cidade pujante de vida e de riqueza. Com aeroporto, além de tudo e mais alguma coisa.

Duarte Lima e o assassínio de Rosalina Ribeiro

Confesso a intenção, frustrada, de passar a alhear-me da novela deste Verão: o assassínio de Rosalina Ribeiro no Brasil, a ligação profissional e amorosa mantida com Lúcio Tomé Feteira e a acesa disputa da herança do milionário entre Rosalina e a filha deste, Olímpia Feteira.

Os comentários feitos aqui e as estranhezas manifestadas aqui foram, essencialmente, determinados por duas ordens de razões:

  1. Conheci e trabalhei com as três personagens principais da história – excluo, portanto, Duarte Lima – e o acontecimento remeteu-me para a memória da minha passagem pelos quadros da Covina – Companhia Vidreira Nacional, entre 1964 e 1980;
  2. Neste, como em outros casos, embora deteste a cultura sensacionalista de temas como ‘o amor e o crime’, tenho interesse em saber a verdade.

O retorno à história, desta feita, destina-se a manifestar a constatação de que, entre a comunicação social portuguesa e brasileira, existem diferenças assinaláveis nos conteúdos com que abordam o caso.

Na comunicação social portuguesa, excepto em situações inspiradas em notícias publicadas no Brasil, caso do jornal ‘I’ e TVI em edições de hoje, centra-se no emaranhado de notícias novelescas, do tipo daquela que se pode ler no Diário de Notícias, com predominância dos sarilhos entre filha e pai; sarilhos esses, acentue-se, que vinham de longa data e se iniciaram algum tempo após a ligação de Lúcio Tomé Feteira com Rosalina Ribeiro. Até aí, asseguro, Olímpia Feteira, “a menina” como lhe chamávamos na empresa, era o que se poderia classificar ‘o encanto do seu pai’.

A comunicação social brasileira, distanciada geograficamente de eventuais influências e interesses, é mais objectiva e pragmática. Caso do Jornal Extra. O foco das notícias, no outro lado do Atlântico, é o crime e o descortinar de pistas e dados para descobrir quem o praticou. E segundo tais notícias, Duarte Lima está efectivamente em posição, no mínimo, incómoda. De resto, o próprio advogado de Rosalina, no Brasil, considera Lima “a pessoa errada no local errado”. O que é que isto quer dizer?

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O Quebra-ossos

(Como prometido, aqui vai o segundo mail da Dra. Andreia Dias, distinta bióloga, minha amiga).
 
 
 
 
 
 

 

(abutre Quebra-ossos)

(Quebranta 1)

 

 
Boa noite!
Peço desculpa pela demora na resposta, mas o fim-de-semana no dia 15
de Agosto reunimos sempre a família na aldeia dos bisavós na Beira. Só
agora cheguei a Évora e pude dar uma vista de olhos no e-mail. 

Tenho muito gosto que use as minhas fotos e se não se importar, depois
gostava de ver os seus blogs 🙂

Já que apreciou as minhas fotos, vou atrever-me a enviar mais 🙂

Envio fotos de uma ave que eu acho espantosa. É o quebra-ossos, um
abutre que se alimenta exclusivamente de ossos. Já existiu em
Portugal, julgo que o último (ou um dos últimos) exemplar se encontra
taxidermizado no Museu de História Natural de Coimbra. Foi extinto
pelos caçadores… o animal que tenho nos braços é uma fêmea que foi
baptizada com o nome de “Andreia”. Capturámos e colocámos um emissor e
voou nos céus dos Pirinéus entre Março de 2009 e Setembro do mesmo
ano, altura em que morreu por disparo… de um caçador. E casos como
este ainda ocorrem frequentemente… não tenho nada contra os
caçadores, até já trabalhei com eles 2 anos directamente e continuo a
trabalhar de uma forma menos assídua. Mas realmente concordo que
deveria haver uma “re-educação” que é quase impossível… mas isto
daria uma outra conversa 🙂

Voltando ao Quebra-ossos, esta é uma ave extremamente ameaçada, e
existem programas de reintrodução (por exemplo na Andaluzia). A
plumagem dos jovens é diferente dos adultos, vai mudando
progressivamente. A “Andreia” que tenho nos braços é adulta e pesava
5, 500 kg.

Um grande beijinho e até breve,

Andreia

O homem de Massamá

Já tivemos “O espião que veio do frio”, “O terceiro homem”, “Dois homens e um destino”, agora temos “O homem de Massamá”.

Pelos vistos, ser de Massamá habilita os seus residentes a ser eleito primeiro-ministro. Se viver num condomínio fechado, já não.

Olha, Ide Gozar Com …

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GOVERNO NÃO SÓ NÃO POUPA COMO AINDA GASTA MAIS

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Eu sei que a crise é para todos e de todos os Portugueses. Sei-o eu e mais nove milhões de entre os meus compatriotas. Todos nós, estes muitos milhões, cortamos nas despesas, entregamos mais dinheiro ao Estado, vivemos preocupados com a falta de recursos do nosso governo, e aceitamos mais uma catrefada de sacrifícios que nos são pedidos ou mesmo impostos pelos governantes (nem dou exemplos, tantos são eles).
Depois, lemos os jornais e ouvimos as rádios e as televisões, e descobrimos que a crise é mesmo uma coisa séria. Tão séria e tão grande que nem dinheiro há para comprar o que já foi prometido há alguns anos, como por exemplo dotar os Bombeiros de mais e melhores meios para combater os fogos que lavram em todo o País, ou para comprar mais máquinas de desencarceramento para acudir às pessoas que ficam presas dentro dos automóveis em que seguiam no momento em que tiveram um qualquer acidente nas nossas estradas.
Convenhamos que é mau para todos, esta crise.
Mas agora, descobrimos que no ano passado o governo que nos (des)governa poupou dinheiro. Pelo que se houve dizer, até poupou muito, apesar de ter comprado umas quantas centenas de carros novos para os seus ministros e deputados e companheiros e amigos, esquecendo-se de comprar umas duziazitas de carros de combate a incêndios ou mais um ou outros avião ou helicóptero para o mesmo efeito, ou mesmo ter mandado limpar as matas que são de todos nós. Mas poupou, e isso é uma coisa boa.
E como uma coisa boa nunca vem só, resolveu, o governo, gastar este ano mais dinheiro do que poderia ou estaria autorizado pelo orçamento. Esse, o dinheiro que poupou no ano que passou.
Os burros dos Portugueses ainda pensaram que esse dinheiro ia ser utilizado para as tais coisitas que são mesmo muito precisas e das quais já falei antes, mas não, o dinheirito poupado, os 546 milhões de euros, sim quinhentos e quarenta e seis milhões de euros, vão, ou foram para serviços que dependem directamente dos serviços dos senhores ministros, quase cem milhões, e o restante para as despesas de institutos públicos.
E se fossem gozar com…. a mãezinha deles?
Começo a pensar que a data de 9 de Setembro peca por tardia.
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O charme discreto de uma soldadeira* israelita

Eden Abergil é para começar tó-tó: meteu no facebook fotografias da sua vivência militar. A sua vivência militar passava por poses interessantes, usando prisioneiros de guerra como cenário.

Uns blogues publicaram o cenário e Eden Abergil passou a estar a mais, embora as suas atitudes perante a câmara se tenham tornado muito  mais interessantes. É um exagero a atenção que se dá a um palestiniano a servir de cenário, no fundo não passa de um indígena.

E gosto da maminha direita da Eden nesta fotografia. Dá mesmo vontade de mexiricar naquele biquito inexistente.

Tá bem assim? já deixei de ser anti-semita?

* não, soldadeira não é feminino de soldado, nem sinónimo de soldada. é mesmo soldadeira.

Adair Turner: uma lição de finanças e de regulação dos mercados

Hoje limito-me a uma sugestão de leitura. Remeto-vos para o artigo de Adair Turner no Jornal de Negócios. O conteúdo do citado artigo desmistifica as teses patológicas do ‘absolutismo do mercado’, mesmo em mentes empedernidas como aquelas que caracterizam dirigentes e técnicos superiores do próprio FMI – apenas 18 meses antes do despoletar da crise, a referida instituição publicava um designado ‘Relatório Global da Estabilidade Financeira’, onde se lia:

A confiança na história de um sistema que se auto-equilibra…

Com efeito, esta crença enviesada neoliberal, denunciada por Adair Turner, constituiu a principal causa ideológica e de comportamentos institucionalizados para a falta de regulação eficaz dos mercados financeiros; e consequentemente para a crise com que os EUA haveriam de contaminar o mundo.

A União Europeia, é sabido, não pôde eximir-se da crise; de resto, no seu espaço geográfico, os males são agravados devido à ausência de coesão das políticas económicas e financeiras dos Estados-Membros. As implicações de maior gravidade incidiram sobre os designados “PIIGS”, de que, infelizmente, Portugal faz parte.

Adair Turner exerce a presidência da Autoridade de Serviços Financeiros do Reino Unido e é membro da House of Lords. Transmite, com conhecimento, qualidade e isenção, uma lição eloquente sobre a teoria do (falso) auto-equilíbrio dos mercados.

Recomendo a leitura do artigo, seguida de reflexão séria; dirijo a recomendação, em especial, a políticos, comentadores, articulistas de opinião, blogueres e outras personagens nacionais que, despudorada ou ignorantemente, escrevem metros e metros de blasfémias contra o papel do Estado na economia, o qual integra um sistema global de regulação consistente e eficaz. Leiam e reflictam!

Espantoso

«Concessionário das Scut manda conta ao Estado por atrasos nas portagens», Público

A não ser que pela introdução de portagens nas SCUT a concessionária passasse a receber mais dinheiro, alguém me explica porque é que estas não terem arrancado traz custos acrescidos?

É de ver que o eventual "desequilíbrio nos contratos negociados" será o mesmo tenham ou não as portagens avançado e que, estivessem as SCUT portajadas, o "suporto técnico aos sistemas" teria igualmente de ser assegurado.

Resta a primeira hipótese. Ou então é mais um episódio da preparação da reentrée.