Rodrigo Pinto e Diogo Oliveira, os Billy Elliot lusos

Em tempos de tão más notícias, de tanto negativismo alimentado por quem nos deveria dar esperanças, há luzes, grandes luzes que se levantam neste magnífico país do qual nos podemos sempre orgulhar. Sou uma Portuguesa orgulhosa de o ser. Admiro os Portugueses que toda a vida lutaram por uma vida melhor, aqueles que, com parcos recursos conseguem sustentar uma família e pagar as suas contas. Todos aqueles que, mesmo desempregados, mesmo sabendo que o mercado de trabalho está difícil, arregaçam as mangas e vão à luta. Caem e reerguem-se mais fortes, mais afoitos, mais prontos a arrostar com as dificuldades. Também me orgulho daqueles que, cansados de tanta luta, acabam por desistir. É verdade que deles não reza a história, mas eles também fazem parte do nosso país. Cada pessoa que se perde, seja por via do desprendimento físico, seja pelo alheamento da realidade, é, ao contrário do que pensam os tipos que agora mandam no país, uma grande perda para nós como um todo, uma Nação. Goste ou não goste das pessoas como indivíduos, acredito que todos me fazem falta. Todos (ou quase todos) contribuímos com as nossas especificidades, como podemos e sabemos, para o engrandecimento deste nosso país, desta nossa identidade cultural e social.
E há dois rapazitos que já estão a levar o nome do país além Troikas, numa área em que poucos rapazes se atrevem. Uns por receio das reacções de terceiros, outros por falta de oportunidades, outros por pressão familiar…
Rodrigo Pinto e Diogo Oliveira. Fixem estes nomes. Dois bailarinos de mão cheia. Ficaram em primeiro lugar nas categorias de Dança Contemporânea e Dança Clássica, respectivamente, das semifinais europeias da competição internacional Youth American Grand Prix.
Dois meninos de quatorze anos que são já grandes talentos.
Parabéns a ambos!
Precisamos disto para sonhar e para percebermos que TODOS podemos conquistar alguma coisa.
Deixo-vos com a minha cena preferida do filme Billy Elliot. Um filme que nos mostra a vida numa cidade mineira inglesa que sofre os efeitos de uma prolongada greve dos mineiros, no tempo da Dama de Ferro. Qualquer semelhança com a realidade é pura coincidência.

Comments

  1. maria celeste d'oliveira ramos says:

    Não são só esses meninos de que fala – em 2011 um menino bailarino foi daqui levado para o Balet de Kiev e apenas alguns meses depois foi uma menina que até tinha começado demasiado tarde a fazer ballet mas mesmo assim foi levada para Kiev – há muitos exemplos disto e de outras coisas – eu é que já não tenho memória do pormenor – sem falar nos investigadores que fugiram para frança e alemanha este ano + médicos e enfermeiros (fev 2012) ++ pois a UE sabe “o que faz” (??) – a puta da UE é claro

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