Autoestradas portuguesas e tráfego médio diário

Tráfego médio diário (TMD) nas auto-estradas portuguesas em 2010

Por Maquiavel

Em 2010, o INIR declarava que 40% das AEs portuguesas tinham tráfego médio diário (TMD) abaixo dos 10.000 veículos, que por mero acaso é o critério utilizado para justificar a construção de uma AE. A situação era praticamente a mesma já em 2008.

A lista incluía as A6, A7, A10, A11, A13, A14, A15, A17, A19, A21, A24, A27, A32, A43. Ou seja, 40% da rede, antes da cryse, antes da troyka.

Daí para cá a situação só piorou, claro, mas não tanto como seria de esperar. As diferenças são:

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Setenta Elefantes num Portugal de Porcelana

Cartaz 02Confesso que me é muitas vezes impossível subscrever conclusões tão peremptórias quanto aquelas subjacentes por exemplo à carta aberta que exige a demissão do Primeiro-ministro. Porquê? por causa do entrave que me é colocado desde logo pelo tipo de subscritores. Deveremos lutar contra o lado asqueroso, anti-social, desalmado, do Memorando? Sem dúvida! Ficar à mercê de credores é ficar à mercê de uma lógica que não têm coração. Ir institucionalmente mais longe, conforme propugna esta ‘carta’, à luz do percurso grego, parece-me, seria horrível. Estamos reféns do tempo, mas não dos motivos e das razões para resistir, dentro das regras que nos prestigiem e salvaguardem.

Sendo verdade que me inscrevo naqueles que, não tendo partido, se preocupam verdadeiramente com o destino do seu País e do seu Povo, não posso jamais pactuar com um grupóide de paquidérmicos, muitos deles dependentes dos contribuintes há décadas, como o magno signatário minúsculo Soares. O que pensar dele e de gente toda ‘fiável’ e socialmente beata do calibre intelectual e instintual de um João Trotsky-Guevara Galamba?

Assinar ou subscrever enunciados emanados de figuras pesadas e repetidas e omnipresentes e papais e incontornáveis e tutelares, foda-se!, torna repelente a causa e matéria para espessa suspeição o objectivo que as move. Para avalizar a qualidade de um peditório desses, olhemos para o perfil e trajecto do pedinte ou pedintes. O trajecto não é frugal. O perfil não é isento. Borraria a minha cara de esterco se Sócrates me aparecesse com um abaixo-assinado para a eleição de Manuel Maria Carrilho como presidente da ONU ou para a constituição de um grupo de trabalho para salvação das contas nacionais.

Só posso borrar a minha cara sempre que o Soares encabeça ou preside ou impulsiona seja lá o que for-manifestos, cartas abertas e outras ejaculações esquerdíssimas e estado-socialíssimas.

A coligação PSD-CDS-PS

Talvez nunca como por estes dias tenha sido tão evidente (e até mesmo para a generalidade de distraídos) a mesmidade do PSD e do PS – e a actual cumplicidade horrorosa do PS com as acções da coligação que actualmente governa faz do PS um partido abjecto. Uma união à esquerda jamais poderá incluir o PS porque o PS não é elegível à esquerda. O PS tem as mãos sujas. O PS é um partido de quadros superlativamente comprometidos com as causas da nossa calamidade. O PS é um logro, a palavra socialista na sua sigla é um abuso de poder que serve para colher votos entre os incautos, e tudo na acção do PS de hoje é apenas e tão-somente a continuação disso. O PS é sem qualidades nem coragem política – gente nascida nesse universo de burgueses oportunistas wanna be à procura de emprego duradouro ou da vez deles nas cadeiras dos poderes próximos. O PS é o terceiro partido da coligação – nem alternativa, e nem sequer já alternância.

Asmáticos estão a ser mal informados

Pois é, há médicos negligentes ou simplesmente maldosos que não ensinam os seus pacientes a utilizar os inaladores, vulgo bombas. Num verdadeiro acto de Serviço Público, o Aventar explica como devem fazer:

Helena Matos já resolveu o problema da fome

Maria Antonieta instava o povo a comer brioches, já que lhe faltava o pão. Há uma diferença entre a antiga rainha de França e Helena Matos: a primeira terá sentido compaixão do povo. A semelhança está no facto de que ambas tinham a cabeça decepada em vida e ninguém as avisou.

Como muitos opinantes decapitados, Helena Matos, diante das notícias sobre a miséria ou sobre a fome, escolhe sempre escapulir-se às causas, pondo a culpa da miséria nos miseráveis e vendo os subnutridos como gente que optou por ter fome. Não deverá faltar muito para que venha a chamar anorécticos aos meninos que exibem despudoradamente os ventres inchados nos países africanos em que os pais obrigam os filhos a não comer.

Se havia crianças a passar fome, antes da actual crise, isso devia-se, segundo a decerto socióloga Helena Matos, à irresponsabilidade de uma geração inteira de pais “que já as alimentavam mal mas que antes da crise tinham dinheiro para tomar o pequeno-almoço no café ou comprar uns donuts e quejandos sem qualquer interesse alimentar mas que faziam as vezes de pequeno-almoço.” Mais estúpido do que negar a existência de pais irresponsáveis é fazer de conta que a fome não existia e que não havia pais que tinham e têm dificuldades em comprar comida para os filhos. Infelizmente, as notícias – que costumam ficar aquém da realidade – dão conta de muitas crianças com fome: na maior parte dos casos, isso acontece porque, muito provavelmente, há uma manada de pais que se dedicam a pastar donuts.

Sempre enojada com a simples existência de instituições estatais, Helena preconiza que, a haver problemas de fome, a ajuda se faça de modo a que o pequeno-almoço em falta seja levado a casa das crianças, o que, do ponto de vista logístico, é um achado. A ilustre senhora , diante da possibilidade de as crianças poderem ser ajudadas nas escolas públicas (expressão que a leva a agarrar o terço com mais força), deve orar, recolhida: “Deus nos livre de o Estado ajudar quem tem dificuldades ou que fulmine qualquer intervenção que possa servir para compensar ou corrigir as disfunções familiares.”

Palestina reconhecida como estado observador da ONU

palestina cadeira onuO estado do povo a que não deixam ter estado e pretendem dizimar no campo de concentração de Gaza é desde hoje reconhecido como observador pelo mundo (com excepção da Micronesia, Nauru, Palau e mais uns estados menores subsidiados pelo sionazismo internacional, que bem se podem sentar no chão). Portugal votou a favor, o que só demonstra que Paulo Portas tem os seus defeitos mas não é exactamente um criminoso, além de que o governo precisa de exportar portugueses para uns certos países árabes..

Andam por aqui umas bestas antropomórficas da Brigada Mossad, muito chateadas, difundindo a propaganda goebbeliana do costume e criticando aqueles em que votaram.  Podem ir levar no Palau.

Pedro Passos Coelho, cidadão honorário de Vila Real e de Bragança

Primeiro, fecharam a Linha do Tua. Depois, interromperam as obras do Túnel do Marão. Agora, acabaram com a ligação aérea entre Bragança/Vila Real e Lisboa.
O encerramento da Linha do Tua é compreensível (não aceitável) quando se sabe que quem manda no país é a EDP. A interrupção do Túnel do Marão é compreensível (não aceitável) quando se sabe que quem manda no país é a Troika.
Mas acabar com uma ligação área para Trás-os-Montes que custava ao Estado 2,5 milhões de euros por ano??? 500 mil contos??? Li, não quis acreditar e fui confirmar. Isso gastam eles com 2 ou 3 assessores dos gabinetes! E os defensores do interior, nada têm a dizer? E os defensores do norte? E os defensores do Douro?
O único transporte público que os transmontanos têm para chegar ao resto do país é agora o autocarro. Nada que sensibilize em demasia os senhores do poder. Há-de chegar o dia em que eles simplesmente não poderão sair da sua terra. O que, visto por outro lado, sempre teria as suas vantagens. Há alguns anos atrás, podia ser que um certo indivíduo não pudesse ter ido para Lisboa para nos dar cabo da vida.

PEC IV

A 04 de Maio de 2011 a insuspeito Câmara Corporativa escrevia:

Tanto alarido à volta dessas ‘novidades’, quando, afinal, bastaria consultar um documento que está na internet desde Março deste ano. Chama-se Programa de Estabilidade e Crescimento 2011-2014.

Experimente seguir a ligação, que era esta: http://www.min-financas.pt/inf_economica/21032011-PEC2011_2014.pdf

A evolução que lhe dá continuidade.

O imposto escolar

Momento Marcelo Rebelo de Sousa na educação.

Zé Povinho na guilhotina e a fórmula do capital

guilhotina com cestoPENSAMENTO DO DIA EM 1867!

Os donos do capital vão estimular a classe trabalhadora a comprar
bens caros, casas e tecnologia, fazendo-os dever cada vez mais, até
que se torne insuportável. O débito não pago levará os bancos à
falência, que terão que ser nacionalizados pelo Estado

Karl Marx, in Das Kapital, 1867

 

Não é por acaso que coloco a citação de Marx ao começo do texto. O endividamento do povo poe causa das políticas de austeridade do governo de Portugal, não têm remédio, excluindo esse de juntar famílias na mesma casa. Como diz Marx, o endividamento do povo, vai conduzir a política do governo, a gastar mais dinheiro estatizando bancos que entram em falência, pela incapacidade do povo de pagar dívidas. [Read more…]

Crianças doentes de fome

Nos hospitais, por causa da crise, vindas da esfomeada “instituição familiar”, Helena Matos.

A prisão à liberdade

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As coisas estão de tal forma, que na hora de optar pela liberdade antecipada, os reclusos preferem ficar na cadeia, onde têm garantidos a alimentação e os cuidados de saúde. “A crise, que o País atravessa, não permite às famílias receberem-nos, revela o Sindicato Independente do Corpo da Guarda Prisional, que pela primeira vez se deparou com uma situação destas (…) a sobrelotação das cadeias e as queixas pela falta de condições pesam pouco no momento dos reclusos optarem pela saída antecipada”.
Os reclusos preferem continuar presos para não sobrecarregarem as famílias com problemas socioeconómicos.
A prisão ainda se lhes afigura melhor que a própria casa… É caso para dizer «’tá-se melhor dentro que fora».
E eu a pensar que a liberdade estava acima de tudo…
A crise já compromete a nossa liberdade. Ao que nós chegamos.

Bem vinda Palestina

welcome palestina

É por bem que é vinda, para os puristas da linguagem pouco secular.

Brasil vai buscar ex-treinador do Uzbequistão

E a partir de agora, resta-me esperar que o Brasil perca TODOS OS JOGOS nos próximos anos.

Sinais preocupantes de um país a desnascer

Entre os anos 30 e 50 do século passado, a minha avó Maria teve 13 filhos. Três deles morreram à nascença ou nos dias seguintes, apesar de tanta experiência acumulada nela, à conta dos seus e dos partos das outras mulheres da terra. Um pouco mais tarde, na aldeia vizinha, a minha avó Leontina deu à luz dez crianças, sendo que a penúltima engrossou a monstruosa taxa de mortalidade infantil que, naquele tempo, não (se) contava. Mas a mim contaram-me elas as histórias das outras mulheres que perderam tantos filhos, num tempo em que o médico ainda se deslocava a cavalo entre as aldeias. Sem assistência alguma durante a gravidez e os partos, as mulheres experimentavam a fé e a sorte na sobrevivência familiar.

Depois veio o Serviço Nacional de Saúde, os avanços da medicina, o progresso possível num Portugal que, aos poucos, foi sendo ligado entre si por vias diversas de comunicação. E as reduzidas taxas de mortalidade infantil iam orgulhando o mesmo SNS, equilibrando assim, na balança dos números, os sinais preocupantes da demografia e da taxa de natalidade. [Read more…]

Rodrigo Pinto e Diogo Oliveira, os Billy Elliot lusos

Em tempos de tão más notícias, de tanto negativismo alimentado por quem nos deveria dar esperanças, há luzes, grandes luzes que se levantam neste magnífico país do qual nos podemos sempre orgulhar. Sou uma Portuguesa orgulhosa de o ser. Admiro os Portugueses que toda a vida lutaram por uma vida melhor, aqueles que, com parcos recursos conseguem sustentar uma família e pagar as suas contas. Todos aqueles que, mesmo desempregados, mesmo sabendo que o mercado de trabalho está difícil, arregaçam as mangas e vão à luta. Caem e reerguem-se mais fortes, mais afoitos, mais prontos a arrostar com as dificuldades. [Read more…]

No espírito do PEC IV

PS vota liberalização da estiva.

O devir histórico (fim)

A nossa condição humana impõe que não nos deixemos narcisar somente pelo que se diz de bom nos Lusíadas, mas que sintamos sentimentos de indignação e revolta e repudiemos tudo o que cheire a indignidade nacional! Todos sentem, mesmo quando é a seu favor, que a justiça não é imparcial e se deixa influenciar por causas estranhas, que às vezes são bem do nosso conhecimento, por estarmos dentro da conjura… e isto arrepia e revolta!

Concluindo.

Ao longo desta série de oito textos, guiei-me por uma perspectiva de contemporaneidade do passado. Pela inexorável repetição dos erros que o nosso país tem cometido, que nos trouxe ao momento que vivemos. Findando esta série, sobre o estado da Justiça. Porque o estado em que se encontra, sintetiza as razões do que ora vivemos. E para demonstrar a contemporaneidade do que vivemos, encima este texto uma citação. É da autoria de Christiano Morais e está no seu livro “Código da Honra – A Justiça e a Nação”, de 1953, pág. 91. Uma edição de autor que em pouco tempo a censura tratou de retirar das prateleiras das livrarias. Um livro escrito por um médico, que faz a autópsia do estado da Justiça em Portugal. E o que mais espanta – ou nem por isso… – é a actualidade, não de tudo, mas de tanta coisa que nele está escrita. Um inegável registo documental, a par de tantos outros, para se demonstrar a constante repetição de erros e de vícios com que nos temos desgastado enquanto povo e nação. E que melhor tema para tal, do que a Justiça? Pois que não existe sinal crítico mais grave, do que quando a Justiça reproduz todas as fraquezas e soberbas de uma país. E o que nos trouxe à actual descredibilização da Justiça, foram e são erráticas opções legislativas, inquinadas conduções de investigação criminal e sucessivos episódios judiciais de crimes sem castigo. Foram e são as manobras, tantas vezes demagógicas, que consecutivamente se operaram nas regras processuais – civis ou penais -, de molde a se servirem propósitos estranhos aos que devem ser prosseguidos pela Justiça. Como é o caso da actual alteração ao Código de Processo Civil que faz das partes e seus mandatários os culpados pelas demoras na Justiça. Ao ponto de, por exemplo, se ter de pagar para que seja corrigido um erro constante de uma decisão judicial, como agora decorre do Regulamento das Custas Procesuais.  Porque pagar é preciso. Cobrar é urgente. Julgar bem… logo se verá quando se tornará importante. Não será para já, como não foi no passado. Mas haverá de ser, um dia. Quando se começar a fazer o que ainda não foi feito. Como canta Pedro Abrunhosa.

(corrigido após publicação)

Portugal no New York Times

Veja Portugal Passes Another Austere Budget, fotografias de Maurício Lima para o New York Times.

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