Confirma-se: estamos a viver acima das nossas possibilidades

Palpita-me que vem aí mais um corte!

Jim Jarmusch: Down by Law

Um filme de Jim Jarmusch com Tom Waits (sim, ele é um grande actor), John Lurie (outro músico) e Roberto Benigni (numa das suas melhores interpretações). Chega, ou é preciso explicar?

Tem coelho assado, para apreciadores.

Ficha IMDB. Em inglês, legendado em castelhano.

 

Mais um esquerdista radical

É inevitável Portugal sair do Euro

Desmond Lachman, antigo director adjunto FMI.

Os limites da dignidade

O ser humano tem dignidade, se entendemos dignidade como o direito a trabalhar, a ganhar o seu salário, a poupar se for possível, a morar com a sua família. Todo o que o povo português carece nestes dias de neoliberalismo. Ou, como diz o dicionário Priberam: Procedimento que atrai o respeito dos outros, em  definição que acrescenta esta ideia: Brioso; Pundonoroso; honrado; correcto.

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A Inaudita Guerra da Rua Correia Garção

Teria sido tudo tão simples se não passasse de gritar contra a Troyka e contra o Governo,
ouvir o Camarada Espingardante Fóssil Arménio e depois regressar ao sofá para ver as imagens, as entrevistas,
as velhas assanhadas agarradas a um cravo vermelho de papel de seda.

Mais dia, menos dia, teríamos pedras esvoaçantes nas bordas do Parlamento. Hordas minorcas à pedrada, o espectáculo que nos faltava. Para acertar em quem e obter o quê? Acertar em polícias, acicatá-los, sorver adrenalina grátis à falta pó de talco. Obter o efeito de cinema à hora nobre. Escudos furados. Viseiras visadas. Capacetes retinindo em seco a cada ricochete. Uma cena miserável, frouxa, patética, pouco ou nada portuguesa. Lapidar polícias? Nada mais estúpido! A Greve Geral foi, portanto, além de Restrita, destruída. De resto, não se poderia esperar impacto global numa greve feita pelos mesmos e para os mesmos, tendo como único alvo, não um Governo que decide manietado pelos cordéis constritivos com que os credores nos cercam, mas a generalidade dos contribuintes, na verdade aqueles que pagam o caos do passado e os remendos do presente. [Read more…]

Mundial de Futsal – Final é entre o Brasil e a Espanha

Se conseguisse adivinhar assim os números do Euromilhões.

A Espanha venceu a Itália e o Brasil, de Falcão, bateu a Colômbia.

A final é para ver no Domingo de manhã.

Átrio dos Gentios

Decorre durante os próximos dois dias o Átrio dos Gentios, em Braga e Guimarães, subordinado ao tema “O Valor da Vida”.

Ana Luísa Amaral (“não sei se sou crente”; “tenho saudades de Deus”) confessa que gostava de ter fé e D. Carlos Azevedo explica o conceito do Átrio dos Gentios, no debate que ocorreu hoje à hora do almoço na Rádio Renascença.

“Crentes e não crentes amam a vida, defendem a dignidade e têm inquietações sobre estas questões.”

Vale a pena ouvir, não demora muito tempo. São dezoito minutos que ainda cabem na nossa vida!

“Felicidade inteligente”; “todos sentimos a dor, todos pensamos”; ” a arte pode ser um caminho para expandir os afectos”; “a compaixão, sentir com o outro”; “ver o outro feliz”; “o futuro exige de nós que sejamos ponto de partida” ; “precisamos de recantos e cantos onde a nossa alma se anime”; “narrar a vida torna-a mais preciosa”; “a poesia é a versão laica da oração”- são algumas das ideias que se podem ouvir entre a poetisa e o sacerdote.

Não há muros entre nós, crentes, e não crentes.

Na mama do estado, o sistema dual e a reindustrialização do pote

O tal sistema dual e a lógica do chumbas vais para um curso tipo profissional têm sido tratadas pelo lado pedagógico, o que já é barbaridade que chegue, mas há pior. Coloquemos a coisa do lado da economia.

O que se pretende é por um lado poupar no ensino (muito menos professores já que a componente profissional não funciona na escola e a outra deve ficar muito abaixo dos actuais Cursos de Educação e Formação) e ganhar nas empresas, a tal reindustrialização de que fala aqui o Álvaro.

Putos a estagiar numa fábrica: se o trabalho do menino é pouco só não o aproveita quem é louco, e isto não está para loucuras. De uma assentada mete-se a canalha em pleno período obrigatório de trabalho infantil a 42 euros por mês. Como está a legislação o obrigatório poderá ir até aos 18 anos. Perfeito. [Read more…]

Pequena dúvida semântica

As palavras “possibilidade” e “posse” vêm ambas do latim e têm ambas dois esses mas terminam por aí as semelhanças, não é?

A razão da minha dúvida? Eu passo a explicar: quando me querem vender a história de que vivemos acima das nossas possibilidades eu fico um bocadito baralhada e dou por mim a pensar que acima do possível fica o impossível e se é impossível estão a endrominar-me. Por outro lado reconheço que vivemos todos acima das nossas posses mas  isso não é só possível como é o que tem feito a economia mexer e os senhores que agora nos tentam levar ao castigo são os que mais perdem se ela pára…

Andam confundidos com os esses ou andam a querer confundir-me?

Só coisas que me apoquentam…

Chamar-lhes nazis é exagerado

Mil alemães trabalham por 3 mil gregos.

Só à estalada.

Coitadinhos

A tal banca “obrigada” a comprar dívida pública, sofre de lucros.

A pessoa que somos

481 A pessoa que somos, e que parece evidente, aprende-se devagar.

Também é matéria difícil. Mas tudo o que é essencial na vida é difícil. (…)

(Vergílio Ferreira, Pensar)

Um dia… Um dia, alguém irá conseguir que A Minha Pessoa seja matéria a estudar nas escolas! Ideia maluca? Eu não sei…

Só à pedrada

1500 pessoas nomeadas pelo actual Governo receberam subsídio de férias em 2012.

Vila Nova de Gaia é um excelente exemplo

De como se trabalham as notícias! Existe um Programa de Apoio à Economia Local (PAEL) para salvar municípios que estão com as contas no vermelho. Há umas piores que outras, mas não é um programa de boas festas.

Vamos imaginar, caro leitor que os seus rendimentos são de 1oo euros mensais.

Imagine agora que a sua dívida são 400 euros. Em Portugal  estamos com a TROIKA e a dívida vai nuns míseros 120%. Isso mesmo – em Gaia está na casa dos 400%.

Com o pagamento dessa dívida tem um compromisso mensal que lhe levam 30 euros. Outros 30 vão para as despesas com pessoal, de que não pode abdicar. Ou seja, 60 euros já eram. A página 10 das opções municipais para 2012 são um bom exemplo do que é uma gestão autárquica suportada por uma equipa de futebol de assessores de imprensa.

Continuo, como cidadão de Gaia, completamente surpreendido com o favorecimento do sr. Candidato ao Porto na Comunicação Social. [Read more…]

Portos em Greve

ESTIVADORES – QUATRO MESES EM GREVE
Os portos Nacionais estão em greve. Paralisados na sua maioria.
Felizmente ainda há Leixões que não adere às ordens dos sindicatos do Centro e do Sul, muito embora tenha parado no passado dia 14. Mas esta greve nada teve a ver com a outra, embora os efeitos tenham sido os mesmos.
O porto esteve parado, e assim parece  continuar, não porque os trabalhadores estejam a faltar ao trabalho, mas porque não há barcos para carregar ou descarregar.
A fotografia que ilustra este “post” foi tirada por mim, hoje, em Leixões, às 9h00 da manhã.
No entanto, a carga movimentada em Leixões atinge os 14 milhões de toneladas.

As exportações por Leixões continuam a crescer a bom ritmo com um aumento até Outubro de 22%, à semelhança do que aconteceu em 2011 em que o crescimento do ano foi de 34%.
No que diz respeito às exportações por via marítima, coisa de que o País necessita como do pão para a boca e que representam cerca de 16% do total das nossas exportações, estas estão a ressentir-se imenso. O País e as empresas estão a perder dinheiro diariamente o que afecta a nossa economia. [Read more…]

Não se faz mais com menos

repetimos várias vezes que há ainda muitos alunos sem professor.

Trata-se apenas de um exemplo bem visível do que está a acontecer em quase todos os serviços do Estado – sai gente, fundamentalmente contratados (entre os professores o desemprego subiu quase 70%) e para a reforma e não entra ninguém para os seus lugares. Se há funções onde mais um ou menos um, a diferença não é visível, embora o trabalho se faça em piores condições e com menos qualidade, outras há, onde menos um faz toda a diferença.

Para o meu filho, que continua sem ter Professor de Educação Física este tipo de notícias não faz sentido.

Mas estou certo que os defensores do regime virão comentar com uma explicação válida.

São as tais gorduras!

Já sei – a culpa é do Sócrates

Certo?

Pampilar não é só papel

Ontem ao jantar ouvi falar desta empresa de produção de artigos de papel para consumo doméstico (Vila Nova de Gaia): a Pampilar, nome difícil de fixar. Mas fica na memória a sua filosofia empresarial. Pensam nas pessoas, nos funcionários. É feita de gente que lhe dá as cores.

Em tempo de crise é um exemplo que chama a atenção, sem dúvida: divide os lucros anuais com os trabalhadores. Em média, a Pampilar oferece por ano até 5 mil euros aos funcionários.

“A empresa está a funcionar bem e pondera até contratar mais 20 pessoas.”

Queremos isto para todos os trabalhadores: o reconhecimento do seu trabalho; considerá-los como peças fundamentais do sucesso das empresas; um tratamento humano e justo, no fim de contas.

Disse um dos funcionários mais velhos da Pampilar: “esta é a minha segunda casa”.

Trabalhar tem que ser bom (ou suportável). Não pode ser um castigo, um inferno, «uma merda», uma prisão… Ninguém ganha com isso.

Trabalhadores satisfeitos, resultados alcançados.

Da próxima vez que fôr às compras, procuro a marca Pampilar!!

É verdade: os governos criam desemprego

Passos Coelho: “Não são os Governos que criam empregos”

A Greve Geral e as avestruzes

Por Noémia Pinto

Irrita-me que as pessoas se comportem como avestruzes.

Na 4ª feira andei pelas ruas. Embora não seja sindicalizada, desfilei com os sindicatos. Embora não seja radical, gritei palavras de ordem. Não me orgulho de todas as que gritei alto e bom som, mas gritei-as. Embora não seja arruaceira, mantive-me na Praça por horas depois da manifestação acabar.

Raramente faço greve, e quando faço, sou como muitos dos outros, fico em casa, vou dar umas voltas e, pronto!, lá se passou mais um dia de greve.

Mas a situação do país exige que me manifeste, que faça greve e vá para as ruas juntamente com os meus companheiros. Acredito genuinamente que nestes dias todos somos iguais. Que as diferenças são postas de parte para que todos lutemos por um futuro melhor. Por mudar a sociedade. É disso que se trata.

Confesso que tenho sido cobarde muitas vezes, demasiadas vezes. Quando trabalho a contrato, não faço greve. Receio represálias… No entanto, apoio e faço o que posso para mostrar o meu apoio. Posso não estar fisicamente em luta, mas estou-o de outra forma. Luto como posso.

Ora, a mim irrita-me que os meus amigos facebookianos, quase todos amigos reais, que eu não gosto dessas modernices de ser amiga de desconhecidos, não se tenham manifestado usando aquela rede social. Partilharam receitas, partilharam estados de espírito, partilharam canções, partilharam lindas fotos de flores, fofos bebés de duas e quatro patas, partilharam tudo. Tudo menos o mais importante.

Embora me tenha sentido em harmonia com aqueles, infelizmente, poucos milhares de pessoas, gostaria de ter amigos reais ao meu lado. Pelo menos saber que eles estavam comigo ali, se não fisicamente, pelo menos em pensamento. A ouvir e entoar a nossa Grândola, a cantar e dançar Bella Ciao, a ouvir e repetir En el pozo María Luísa, a emocionar-se com o Hino Nacional, a recordar baladas antigas: Somos Livres, Os Vampiros, Canta, Amigo Canta, a gritar «Auditoria à dívida, auditoria!», «O povo unido jamais será vencido», ou «A luta continua, nas empresas e na rua», «Abril de novo com a força do povo», «Portas, Cavaco e Passos são amigos dos ricaços» e, o que me emocionou particularmente, «Grécia, Espanha, Irlanda, Portugal, a nossa luta é internacional». [Read more…]

Rede Ferroviária de Portugal em 1988

O troço Guimarães-Fafe encerrara três anos antes. Cavaco Silva era primeiro-ministro desde 1985.