Hoje, acordei com Mark Twain a bater na janela dos pensamentos, como a pedir-me para ter juízo. Podia ser pior!
Não sei se foi pela raiva que começa a instalar-se nos comentadores políticos. Então, na dúvida, leio: A raiva é um ácido que danifica mais o recipiente em que está armazenado do que a superfície sobre a qual é lançado.
Não sei se foi por estar farto deles, e deveria calar-me.
Na dúvida, ainda, retenho: É melhor ficar calado e ser considerado tolo do que abrir a boca e dissipar todas as dúvidas.
Não sei se é por me apetecer chamar em meu socorro a memória quase recente.
Sempre duvidando, proclamo: A verdade dos factos em primeiro lugar, só assim poderás distorcê-los como te aprouver.
Mas, porque tenho a certeza de que as velhas senhoras começaram a gritar, desfraldando velhas vinganças, eu decido: Não digas que a velha senhora gritou. Expõe-na e deixa-a gritar.
Marcelo tem, finalmente, o seu contraditório. Eu, que já dei demasiado para esse peditório de conservação de velhas vaidades e sofro todos os dias com a eminência de certos políticos, alcandorados ao pedestal de deuses da ciência exacta que nos torna mais pobres, só posso revoltar-me por ter ajudado a criar esta horda, esta chusma de arrivistas.
Marcelo? Sócrates? Com tanta previsibilidade, passo!
A minha luta é outra. Não passa por tolerar, passa por caminhar em frente e importar-me com a verdade dos factos, a minha dimensão cívica e ajudar a criar um novo paradigma.
Estranhamente, olho para todos os lados e não vejo ninguém. Estão todos a fazer contas, à espera de Junho e Julho.
Então, admito: Quando deres por ti a seguir a maioria, pára para reflectir.
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