Boa noite.

Gaspar proíbe novas despesas no Estado sem autorização

Já na banca, é a abrir.
[Título do Público]

O Chimpsky e o Dan

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Depois de Nim Chimpsky ter servido para Herbert Terrace tentar provar que a capacidade de produção de enunciados respeitando regras gramaticais não é um exclusivo dos seres humanos (ao contrário do que muitos pensam, o próprio Terrace já admitiu que os resultados obtidos e publicados deram, afinal, um ‘falso positivo‘), agora surge o babuíno DAN (no artigo do Courrier International, surge ‘Dan’ que, convenhamos, é mais carinhoso: a adopção de maiúsculas em DAN distancia-nos dele, como de certa forma acontecia com o HAL: Heuristically programmed ALgorithmic computer)) como estrela da companhia de projecto chefiado por Jonathan Grainger (numa equipa que conta com, entre outros, o excelente Johannes Ziegler), em que os autores pretendem demonstrar poderem as competências de base para processamento ortográfico na direcção da leitura  ser adquiridas sem a pré-existência de representações linguísticas.

A seguir com atenção.

Cinefilia

O Gaspar viu A Doutrina do Choque e copiou. É melhor ver Os Dez Dias que Mudaram o Mundo antes que isto aqueça.

Alguma preocupação

O parlamento húngaro acaba de, por iniciativa da maioria de direita (de um partido que, no Parlamento Europeu, se senta nas bancadas da família do PSD) instituir um regime de tipo fascista. Já sei que o nome incomoda algumas almas mais sensíveis, mas é mesmo a sério.

Apropriando-se do controlo da justiça e estabelecendo que a maioria pode ignorar e rejeitar as deliberações do Tribunal Constitucional – logo, lá se foi o estado de direito – volta a autorizar o uso dos símbolos e organizações nazis enquanto proíbe os comunistas. De resto, comunistas, sem-abrigo e homossexuais passam a ser ilegais. O anti-semitismo é encorajado, enquanto piedosas referências ao cristianismo passam a fazer parte do texto constitucional. Segue-se a perda de direitos das mulheres e a reinstituição dos trabalhos forçados na moldura penal (“o trabalho liberta”, não é?). Entretanto, órgãos de comunicação são fechados, jornalistas fazem greve da fome.

Durão Barroso e os seus manifestam alguma preocupação por aquilo que se passa. Deputados do Parlamento Europeu – dos seus sectores decentes – já defendem a necessidade de uma intervenção imediata e mais assertiva, de acordo com os tratados, que prevêem medidas claras quando os direitos humanos estão em causa em qualquer país da união. Mas os manda-chuva não têm pressa. Nestas coisas, nunca têm.

Uns têm, outros são Relvas

Paulo Júlio era secretário de estado e foi acusado pelo Ministério Público. Demitiu-se. O seu ministro foi denunciado por uma situação escandalosa, imoral mesmo que legal, colou-se no pote até ao fim.

O Tribunal de Instrução Criminal decidiu arquivar o processo ao ex-presidente da Câmara Municipal de Penela. Era óbvio: nem a oposição no Município de Penela via crime no assunto, apenas uma trapalhada, por acaso desnecessária.

Ressalva: conheço pessoalmente Paulo Júlio e o funcionário envolvido. Pessoal e em tempos profissionalmente. A ideia de o lugar de chefia não lhe ser atribuído só poderia passar pela cabeça de quem nunca trabalhou com o departamento de Cultura daquela Câmara. Ah, e já agora: em Penela encontrar alguém que não seja primo de outro alguém é possível, mas dá um certo trabalho.

À Minha Pyrus Centenária

Pereira

Fez-se aqui um debate frondoso e sumarento. Belo. Que inveja da saudável ternura e paixão nele colocados! E logo eu que venero todas as minhas árvores e as desejo, verde-luz dos meus olhos.

Mais uma Primavera, e a Pereira centenária do meu quintal oferece-nos uma impressionista floração rósea de neve. Pensar que a minha avó a viu assim, ano após ano, década após década. Saber que nem sequer o meu bisavô a plantara. Já estaria ali. Disse cá em casa e redigo que tê-la, vê-la, a cada ano, neste desabrochar amplo e promissor, é um sinal do Amor de Deus, generosidade do Cosmos, sorriso tenaz da Vida, transe e trânsito para o Mistério de onde provimos. E eu tenho uma relação íntima de quarenta anos e pico com esta árvore. [Read more…]

Eterno aprendiz de si mesmo

José Luis Sampedro – republicano, antifranquista, humanista, economista, escritor, romancista, referência do movimento “15-M” – viveu tão extraordinariamente os seus 96 anos que dele apenas se poderia esperar que revelasse a mesma arte no momento da despedida. Nos últimos anos de vida, dizia esperar morrer docemente, “como morre um rio no mar”, mas nunca aceitou reformar-se nem deixar de sentir como seus o mundo e o futuro a que já não assistiria.

Soube-se hoje que partiu na madrugada de segunda-feira, na sua casa de Madrid. [Read more…]

Dejecte à vontade, mas limpe-se ao jornal!

Como era previsível, e acentuei neste ‘post’, o governo vai utilizar frequente e despudoradamente o despacho das 4 inconstitucionalidades (800 a 900 milhões de euros, não mais) para justificar todas medidas restritivas de despesas do Estado; isto, a despeito de em parte substancial dos casos entrar em incumprimento da Lei n.º 66-B/2012, de 31 de Dezembro, ou seja, a Lei do OGE 2013, mesmo para condições e produtos básicos para o funcionamento dos serviços.

Neste trajecto de delírio e falácia – e já agora de reiteradíssima incompetência do MF – Gaspar exarou um despacho do seguinte teor:

O Ministério das Finanças…proíbe todas as entidades do sector público de assumir novos compromissos, sem autorização prévia da tutela.

Tanto quanto me parece, esta classificação de ‘novos’ não tem sentido literal. Tem âmbito mais vasto e aplica-se à renovação de abastecimentos contratados. Ainda há dias, ao deslocar-me de Sintra para Lisboa, ouvi na TSF esta notícia: ‘Funcionários abastecem material de higiene da Autoridade para as Condições de Trabalho’. [Read more…]

Vítor Gaspar fechou o estado

Alô Ministério Público, alô Supremo Tribunal de Justiça, já não há verba para actuar?

Acidental

Tinha quatro anos e matou a mãe. Sim, foi no País das oportunidades. Outra vez.

Goodbye Maggie

MT -Haverá quem aqui no blogue não partilhe a minha opinião, autores ou comentadores, mas apesar de considerar que nem tudo foi perfeito durante a sua governação, recordo a determinação em libertar o seu povo do jugo estatal, sendo por vezes a única voz que então se erguia em Bruxelas contra a eurocracia que começava lentamente a ganhar forma, com os desastrosos resultados que hoje conhecemos. A minha geração tem ainda uma dívida de gratidão para com Margaret Thatcher, que a par de Ronald Reagan, Karol Wojtyla e Mikhail Gorbachev tornaram o mundo um lugar mais seguro, terminando com o pesadelo vermelho que amordaçou e exterminou milhões de seres humanos no gulag. Well done Maggie! R.I.P.

Pedro Emanuel despedido

O teu sonho está mais próximo, JJC.

Da série Os amigos de Thatcher (1)

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Pol Pot

Os vilões e as varas

Miguel Relvas saiu mal do governo: de sopetão, sem aprumo nem dignidade, sem reconhecer erros cometidos, soltando sibilinas ameaças de quem se sente imaculado, sem o mais leve respeito pelo povo que lhe paga. Fez mesmo o inacreditável no seu discurso atabalhoado: declarou, perante o país inteiro, que gastou cinco anos com o seu amigo Pedro Passos Coelho – três a levá-lo à presidência do PSD e dois a servir-lhe de bengala no governo. Foi a mais absoluta grosseria, mesmo sendo verdade. É o que se chama lavar a cara com o favor àquele que o recebeu. Penso que, politicamente, está arrumado. Vai andar por aí, entre Portugal, Brasil e Angola, a vender influências e cunhas até essa vaca secar. E sobre tudo isto, ridículo de fazer doer. A fazer lembrar aqueles “calcinhas” da Luanda onde viveu em criança, cheios de artimanhas e golpes, que se estabeleciam como “advogados de sanzala”. [Read more…]

Alemanha, paga o que deves

Cambada de caloteiros.

O amor e o ódio

socialist workerOra aí está: a luta de classes existe. Mesmo nos funerais (por falar nisso, já se sabe quanto custa o bilhete?)

O bode respiratório

Para um governo atacado de apneia e amnésia.

Cortes na Educação

Não sabemos onde vão cortar, mas sabemos onde de certeza NÃO vão cortar.

Passos Coelho: a falácia da culpa do TC

Portugal vive a fase mais dramática do período pós-25 de Abril. Teve um agitado PREC, o fervilhar da libertação de meio-século de Estado Novo; recorreu por duas vezes à ajuda externa (1983 e 1985), ambas ultrapassadas com placidez contrastante com o desassossego, a insegurança, a pobreza e a miséria em expansão com que governo e ‘troika’ atingem o País, no presente.

Ao cumprir o estabelecido na CRP quanto a deveres do Estado respeitar direitos de cidadania básicos, igualdade e proporcionalidade, o Tribunal Constitucional (TC), a meu ver, ainda ficou aquém em matéria das inconstitucionalidades da Lei n.º 66-B/2012, de 31 de Dezembro de 2012 (Lei do Orçamento do Estado para 2013, adiante LOE2013), nomeadamente na aceitação da Contribuição Extraordinária de Solidariedade (CES), atingindo reformados, aposentados, pensionistas e equiparados.

Vários juízes votaram vencidos a favor da inconstitucionalidade da referida contribuição. Significa que o meu desacordo não é fenómeno de idiossincrasia, mas, ao contrário, uma visão convergente com a ideia de especialistas, neste caso juízes do TC. Reproduzo, apenas, um dos argumentos de inconstitucionalidade aduzidos pela juíza Catarina Sarmento e Castro: [Read more…]

Os blogs estão claramente em declínio…

… especialmente se não dizem o que interessa.

blogs-2013

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Estatísticas WP

O síndroma Egas Moniz

Sempre me inquietou aquela ilustração dos antigos livros de História em que o fidalgo, com a mulher e os filhos, descalços e de baraço ao pescoço, se davam à morte na frente do Rei de Leão e Castela.
Se o Afonso Henriques rasgou o memorando, desculpem, marimbou no acordo feito porque tinha mais que ser, se estavam sitiados e quase mortos de fome tinham de prometer qualquer coisinha e nessas alturas promete-se tudo e mais alguma coisa e quem nunca o fez pode-se dar por feliz, e entrou por Galiza adentro, ele lá sabia o que estava a fazer, e se até um antigo presidente da assembleia geral da ONU já disse que os acordos entre Estados, ou condados ou lá o que nós éramos, ou ainda somos, não têm de ser cumpridos porque, infelizmente, a maior parte deles nunca passa de letra de forma, não pode ser desonra para um homem de estado dar o dito por não dito mas se o Egas se sentiu incomodado então que fosse sozinho e deixasse a mulher e as crianças em paz.
Essa é a parte que me chateia, o gajo levou a mulher e os filhos para pagarem por um suposto erro dele e de certeza, ou quase, que não lhes pediu a opinião: Vamos lá que se eu estou lixado vocês vão estar comigo que o meu senhor vai ter de perceber que sou um homem de palavra e sacrifico os meus por ela sem levantar armas ou tentar defendê-los. [Read more…]