Congressos

Eu ainda sou do tempo em que um congresso, sobretudo do PSD, garantia um fim-de-semana animado. Nesse tempo, dos lados do CDS, PSD e PS choviam piadas por altura dos congressos do PCP, onde imperavam as unanimidades e poucas alterações eram feitas aos textos em debate, aprovados por quase unanimidade.

Levavam como resposta que no PCP havia debate interno prévio, o que é verdade e faz parte do funcionamento de qualquer organização por assim dizer marxista e da forma como a militância ali se assume. Quem não a tem, à militância, naturalmente trazia o debate mais para a praça pública.

Entretanto iam tecendo a malha da legislação: a lei dos partidos é hoje um espartilho idiota que permite ao Tribunal Constitucional barbaridades com a da recente  não legalização do MAS. Os partidos devem organizar-se internamente como muito bem entendem, se elegem de braço no ar ou muito simplesmente instauram uma monarquia interna, problema seu: os eleitores que os julguem.

Paralelamente pegou outra moda: a das primárias. Fruto de um pacóvio olhar para a realidade estado-unidense, logo um país tão avançado que ainda é república muito à moda do séc. XVIII, pegou de estaca e o resultado ficou mais uma vez à vista: congressos sem interesse nenhum, onde nada se decide porque o essencial está decidido, unanimismos soviéticos, um ritual morno e sem qualquer interesse político, a que a comunicação social dá rotineira cobertura por mera tradição.

Bem se pode dizer que andaram a catar  lã e saíram tosquiados.

Comments

  1. Mas o MAS não foi legalizado por causa de censura Política?

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