Oxfam denuncia os demoníacos paraísos fiscais

Na imprensa portuguesa, o ‘Público’ deu relevo detalhado mas célere à vergonha dos paraísos fiscais. Compreende-se a brevidade. O texto citava a quase totalidade das empresas do PSI-20 que utilizam a Holanda, como paraíso fiscal. A Sonae é uma delas.  Belmiro ficou furioso com a audácia dos  jornalistas e rapidamente a notícia passou de destacada a escondida.

A denúncia noticiada partiu do Oxfam, Comité de Oxford de Combate à Fome, fundado em 1942 – uma pequena curiosidade: durante a II Guerra teve o mérito de convencer o governo britânico a permitir a remessa de alimentos às populações famintas da Grécia, então ocupada pelos nazis e submetida ao bloqueio naval dos aliados.

O relatório do Oxfam tem o seguinte título:

Imposto sobre os biliões de “privados” agora guardados em paraísos seria suficiente para acabar com a pobreza extrema do mundo duas vezes

Por sua vez, o responsável da organização Kelvin Roussel, a certa altura, declara:

É escandaloso que a muito dinheiro seja permitido permanecer não tributado, deixando fora do gancho aqueles indivíduos que podem pagar mais por bens e serviços públicos. Muitos governos afirmam que não têm nenhuma alternativa a cortar em gastos públicos e na ajuda ao desenvolvimento, mas concluímos que há bastante potencial fiscal em dinheiro escondido “privado”, para acabar com a pobreza extrema do mundo duas vezes.

Em Bruxelas, há dias, realizou-se uma mini-cimeira dedicada ao tema ‘fraude e evasão fiscal’. Terminou como tantas outras, marcada pela determinação em proteger os detentores dos 9,5 dos 14 biliões em paraísos fiscais. Inconsequente, portanto, quanto ao combate  à grande fuga ao fisco.

Nos paraísos fiscais estudados – 52 dos 60 que compõem o universo total – fazem parte o Luxemburgo, Holanda, Chipre, Malta, Irlanda e Letónia. Alguns já se declararam dispostos a levantar o sigilo bancário, mas, a meu ver, é uma promessa atirada para as calendas gregas.

Segundo o ‘Expresso’, a fraude e a evasão fiscal custam a Portugal 12 mil milhões de euros, em perdas de receitas pelo Estado. Mais 1,5 mil milhões do que o défice orçamental de 2012 (10,6 mil milhões de euros).

Ao mesmo tempo esta abjecta política, tão apreciada do Pedro filho do penitente Dr. António, a TV do Estado vai-nos entretendo com o Martim. Quem sabe, se o empresário das ‘T-Shirts’ estampadas, um dia não ingressará no núcleo de clientes de um paraíso fiscal? Os trabalhadores do ‘smn’ que o servem juntar-se-ão a muitos outros nos báratros dos indigentes.

Como diz o meu amigo Marcelo, brasileiro, cá para mim, empreendedorismo de terceira e Martim… cagarim!, cagarim!

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