TSU das viúvas

A Dona Maria vive ali perto e limpa escadas. Também passa a ferro na casa dos Professores. O António é o marido e ganha o salário mínimo numa empresa da baixa.

Algures ali pelo fim da juventude, no arranque da década dos quarenta, o coração não aguentou e a Dona Maria ficou sozinha com as duas filhas, uma delas na Faculdade. Continuou a passar a ferro, a limpar escadas e outras coisas mais. O dinheiro, sempre muito esticado, foi chegando. Os bifes eram para as meninas porque a Dona Maria não tinha fome e a sopa até lhe chegava.

A pensão de sobrevivência foi parte importante da vida da família do António, depois da sua morte. Sem ela, a Filha não teria acabado o curso e se calhar nem poderia escrever no Aventar.

É por estas e por outras que não aguento esta gente que nos governa e lutarei com todas as minhas forças para que morram com um pinheiro bem atravessado no recto!

Comments

  1. José Paulo says:

    Subscrevo o autor e acrescento que esse pinheiro atravessado no recto deve obrigatoriamente ter muitos galhos, parq que o efeito pretendido seja maior.

  2. hélder costa ramos says:

    Um pinus, mas pinaster. Bem bravo, a revolver-se no recto.

  3. Miguel says:

    As D. Maria da vida têm todo o direito a essa pensão. Provavelmente até mereciam mais. Mas esse mais vai para as D. Inês que ganham > 1200€ de pensão e ainda recebem a “sobrevivência” dos falecidos maridos??!! E sim, isto é verídico e conheço mais casos assim.

    Por isso vejam bem a quem querem meter pinheiros. Muitas vezes os mais necessitados continuam necessitados porque outros recebem muito mais.

    • Sim Miguel… e ?? Deixa.me ver se entendi. Escreves “ganham > 1200€ de pensão e ainda recebem a “sobrevivência” dos falecidos maridos??!! ”
      E considera os 1200 um excesso? uma extravagância??? não percebi…
      JP

  4. possu sugerir que o pinheiro entre pela raiz?

  5. luis says:

    Nunca duvidei que estes farsolas não passavam de empregados de segunda categoria nomeados pela Associação Portuguesa de Bancos & Similares para fazer pagar aos portugueses o gamanço desenfreado que fizeram durante estes últimos anos de desregulamentação.

    “Pensaram sempre em atacar salários, pensões, reformas, rendimentos individuais e das famílias, serviços públicos para os mais necessitados e nunca em rendas estatais, contratos leoninos, interesses da banca, abusos a cartéis das grandes empressas.
    Pode-se dizer que fizeram uma escolha entre duas opções, mas a verdade é que nunca houve opção: vieram para fazer o que fizeram, vieram para fazer o que estão a fazer.
    Isto já não é um Governo, é um amontoado de gente tratando da sua vidinha”

    Pacheco Pereira.

  6. ocni says:

    copiando daqui:
    http://blasfemias.net/2013/10/06/estado-e-justica-social/#comment-1453751

    Joana P.
    7 Outubro, 2013 02:59
    “O Estado gasta 2.700 milhões de euros em pensões de sobrevivência, prestações atribuídas a viúvas e viúvos para compensar a perda de rendimentos de trabalho resultante da morte do cônjuge.”

    – que dos 2.700 milhões (!! este número está correcto?) da pensões de sobrevivência, só cortem 100.
    Isto sugere que a esmagadora maioria das pensões não será afectada por cortes e que os cortes nas outras serão progressivos e relativamente pequenos.
    A nomenclatura pensões de sobrevivência é anedótica, com um toque de humor negro – e inteligente se o objectivo era tornar a eliminação ou futuros cortes ao programa mais difíceis. São subsídios à viuvez e orfandade. Quem é que achou uma boa ideia subsidiar essas coisas?
    25% das pensões à sobrevivência são superiores ao salário mínimo nacional. O peso orçamental é obviamente superior. E as pensões são uma compensação pela viuvez – ou seja, acumulam com pensões normais, de velhice e invalidez, sem serem “means tested”. Quando tiver tempo, calculo o custo das pensões de sobrevivência superiores a 1.500€.
    Cruzando os dados do RC da CGA com o corte anunciado de 100 milhões, no orçamento para estas pensões, se o corte for ligeiramente progressivo, as pessoas afectadas serão basicamente idosos ricos.
    Há alguma razão que me esteja a escapar para estas pensões não serem substituídas por pensões genéricas? Porque razão pessoas que cresceram ou viveram conjugalmente em lares com rendimentos mais elevados ainda têm direito a um privilégio destes?
    Não há nada de socialmente justo na existência destas pensões (para mais tendo em conta o desequilíbrio entre as pensões atribuídas em Portugal nas últimas décadas e as contribuições dos beneficiários), mas se por alguma razão as quiserem manter, como é que não existem condições de recurso e um tecto?

    Concluindo, acredito que o João Paulo esteja bem intencionado, mas está obviamente mal informado. Os cortes irão afectar as viúvas ricas, não as pobres. Irão fazer menos férias ao estrangeiro, mas não lhes será afectado nada de essencial para viverem.

    • Maria João says:

      Portanto para a Joana o que são viúvas ricas? As que recebem acima de mil euros, ainda que paguem 500 ou 600 euros por uma casa com base no dinheiro que recebiam, fruto do que os cônjuges descontaram a vida inteira?
      100 milhões? Quantos milhões poupariam se renegociassem as ppp que criaram e as inúmeras e inúteis fundações que protegem? Quantas vezes cem milhões? Esqueçam os “ricos” de mil euros e tratem dos ricos de milhões.
      Um pinheiro é pouco. Sugiro um pinheiro e 1 ano a viver como vivem as pessoas que trabalham e têm sido vítimas da rapina deste governo sem princípios, sem ética e sem prestígio.

      • ocni says:

        Infelizmente o buraco em que estamos metidos exige que se corte não apenas nas ppp e fundações. Às fundações é fácil cortar, embora existem delas que são realmente beneficas para a sociedade.
        Mas um corte de menos de 4% do valor total indica que esse corte afetará praticamente apenas as pensões mais elevadas.
        Subscrevo também a opinião do Luis Lavoura:
        De Luís Lavoura a 07.10.2013 às 11:17
        “Uma pessoa das minhas relações aufere 2300 euros mensais de pensão de sobrevivência. Eu acharia muito bem que essa pensão fosse parcialmente cortada.”

        http://jugular.blogs.sapo.pt/3624486.html?thread=34384678#t34384678

        Uma pensão de sobrevivencia mais de 2000 euros é uma regalia que o país não tem atualmente condições para suportar.

    • Do blasfémias? Mas brincamos ou q? Há gente com 600 euros por mês que vai ficar sem parte do seu “dinheiro”. Acha isso um tecto mínimo aceitável? 600 euros?
      Por favor…
      JP

      • ocni says:

        não conheço os pormenores das alterações, mas parece-me que o principio é justo.
        Aliás vai ser inevitável cortar nas pensões e nos próximos anos o corte irá acentuar-se, A demografia irá impor isso. Adiar o problema só piorará o futuro. Lutar contra a matemática é derrota certa.
        Vamos cair, resta-nos tentar diminuir os efeitos da queda.
        Que alternativa propoe? Manter tudo como está? Cortar apenas nas PPS e fundações? Não se consegue cortar 10% daquilo que é inevitável cortar.
        Confiscar o dinheiro dos depositos bancários? Antes disso ficamos sem eles, fogem antes de o conseguir fazer.
        Olhe, é professor, creio bem. Se tem menos de 45 anos, provavelmente a sua reforma vai ser dessa ordem. E vai trabalhar até perto dos 70 anos, se tiver saude..
        Sejam quais forem os partidos que nos governem. A matemática não se compadece com ideologias.

        • gajo que says:

          oh ocni,
          nessa sua matemática parcial esquece-se de incluir o aumento da produtividade por trabalhador que permite que menos trabalhadores consigam pagar mais reformas do que aquelas para as quais “pouparam”. sabia que desde 69 a produtividade per capita em Portugal aumentou 500%?
          também não está a entrar em linha de conta com a capitalização que é possivel através de investimentos criteriosos do dinheiro das contribuições.
          parece-me que a sua matemática é para atirar areia pros olhos das pessoas, ou não foi a OCDE que em 2007 considerou a nossa segurança social sustentável para os próximos 50 anos?
          devo ter lido mal….

          • ocni says:

            pois sim, pela mesma razão que a china cresce agora 8% ao ano enquanto o ocidente marca passo. A taxa de crescimento das economias desenvolvidas tem vindo a diminuir decada após decada, O japão marca passo há 20 anos.
            previsões economicas a 50 anos? são um disparate.

        • gajo que says:

          começo a perceber a sua relação com a matemática: quando as conclusões são do seu agrado é infalível e não se compadece com “coisas”. quando não, então é um disparate.
          fiquei esclarecido e espero que os outros leitores também.

  7. António José Ferreira says:
  8. Miguel says:

    João Paulo, quando no meu mundo, 1200€ de pensão foram considerados de sobrevivência eu voto nos comunas.

  9. quanto ao pinheiro certamente um já se pos em posição

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