Solução BES: a Nova Direita e a Direita Má

Pedro Mota Soares já foi Ministro da Solidariedade Social. Peço o favor de não se rirem, porque é verdade. Esse extraordinário currículo transformou-o em professor da chamada Escola de Quadros do CDS.

Em dada altura, enquanto ministro da Solidariedade Social (vamos tirar esse sorrisinho da cara, já!), chegou a criticar o facto de que havia gente a ganhar fortunas à custa do Rendimento Social de Inserção, como todos os bons direitolas do mundo inteiro que se dedicam a chamar parasitas aos que recebem alguma ajuda do Estado, essa entidade que só deve existir para entregar dinheiro aos grandes empresários, que é para isso que servem adjudicações e simulacros de concertação social e outros fingimentos.

Por outro lado, há tanta gente tão pouco recomendável na direita mundial que até Mota Soares se sente na obrigação de fazer de conta que não quer a mesma sociedade que é defendida por Bolsonaro. O centrista chega mesmo a distanciar-se de Le Pen, que, por sua vez, anda assustada com os exageros do mesmo Bolsonaro. Pelo meio, Mota Soares até recicla um discurso que está muito em voga, dizendo que a culpa de todos os disparates da extrema-direita é da esquerda e que, no fundo, a extrema-esquerda é igualzinha à extrema-direita, unidas pelo populismo e que, se formos ver bem, uma pessoa, estando ali na extrema-esquerda, basta contornar o quiosque e já está na extrema-direita, porque é tudo malta que frequenta o mesmo café, ao contrário de Mota Soares, cliente habitual de um outro snack-bar que, por acaso, até serve uns preguinhos muito bons.

No fundo, Mota Soares quer para a direita uma solução como a do BES: de um lado, está ele, da Direita Boa, a Nova Direita (a da “tradição humanista”, disse Henrique Burnay, humorista involuntário); do outro, está a Direita Má. Entretanto, o Novo Banco, a parte boa do BES, parece que precisa de mais dinheiro, o que nos leva a pensar que, se calhar, não há grande diferença entre o banco bom e o banco mau, mas isto pode ser o meu populismo a falar.

A pouca vergonha e hipocrisia no ataque a Vieira da Silva

Ide ler o João Ramos de Almeida e o Nuno Serra. E, pelo caminho, pergunte-se ao ex-ministro Mota Soares porque é que acabou com a obrigatoriedade de um ROC validar as contas das IPSS.

Parque Expo, CDS-PP e o branqueamento do compadrio

NGPMS

Sobre o caso dos ajustes directos da Parque Expo a altos dignatários do CDS-PP, cometi um erro ao afirmar, numa publicação da passada Quinta-feira, que o ex-ministro Mota Soares seria um dos proprietários do escritório Nobre Guedes, Mota Soares, Sociedade de Advogados, RL, isto apesar Pedro Mota Soares integrar, tal como outros destacados militantes do CDS-PP, os quadros do referido escritório.

Mas já que volto a este assunto, e porque a rede de amigos e convivas politico-partidários que mediatizou este caso não deixou de existir, não posso deixar de comentar o direito de resposta enviado pelo escritório Nobre Guedes, Mota Soares, Sociedade de Advogados, RL para o Observador, que procura branquear a ligação do ex-ministro de Passos Coelho àquele escritório, afirmando, no ponto 4, que Pedro Mota Soares “não é, nem nunca foi, sócio da sociedade de advogados Nobre Guedes Mota Soares e Associados“. Quem lá isto por alto pensa que foi aqui cometida uma grande injustiça mas não foi. Pedro Mota Soares não é sócio mas é associado, logo integra os quadros do escritório e o conflito de interesses não se dissipa. [Read more…]

Contos para crianças III: que se lixem as eleições

Arranca hoje mais uma acção de campanha da coligação PSD/CDS-PP com os olhos postos nas Legislativas. Não admira que as sondagens favoreçam o regime.

Passos Coelho: entre a irresponsabilidade e o incumprimento

Passos Coelho divida SS

Foto@Mentiras de Passos Coelho & CIA

No fim de contas, esta história da dívida de Pedro Passos Coelho à Segurança Social até acabou por correr muito bem ao ilusionista de São Bento. A situação irregular emergiu, o regime apressou-se a criar um cordão sanitário em torno do primeiro-ministro, alegando erro dos serviços administrativos, e por fim, cereja em cima do bolo, Passos Coelho, o magnânimo, decidiu mostrar ao país toda a sua generosidade e pagou a sua dívida, apesar de, e aqui partilho das dúvidas do perigoso cata-vento Rebelo de Sousa, ser difícil de perceber como se paga voluntariamente uma dívida já prescrita que, por ter prescrito, deixou de existir.

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TSU das viúvas

A Dona Maria vive ali perto e limpa escadas. Também passa a ferro na casa dos Professores. O António é o marido e ganha o salário mínimo numa empresa da baixa.

Algures ali pelo fim da juventude, no arranque da década dos quarenta, o coração não aguentou e a Dona Maria ficou sozinha com as duas filhas, uma delas na Faculdade. Continuou a passar a ferro, a limpar escadas e outras coisas mais. O dinheiro, sempre muito esticado, foi chegando. Os bifes eram para as meninas porque a Dona Maria não tinha fome e a sopa até lhe chegava.

A pensão de sobrevivência foi parte importante da vida da família do António, depois da sua morte. Sem ela, a Filha não teria acabado o curso e se calhar nem poderia escrever no Aventar.

É por estas e por outras que não aguento esta gente que nos governa e lutarei com todas as minhas forças para que morram com um pinheiro bem atravessado no recto!

O Banco Alimentar haja fome

Isabel Jonet voltou a abrir a boca, e não tendo entrado mosca também não disse nada que não tivesse dito anteriormente, a velha k7 do vivemos acima das nossas possibilidades em versão bife. Mas aproveitemos para pensar no Banco Alimentar e em toda a cadeia das IPSS, cada vez mais sustentada pelo benemérito Mota Soares com os nossos impostos.

Explica Paulo Pedroso:

Em 2011 as campanhas de recolha em supermercados contribuíram apenas com 10% do valor dos produtos recolhidos pelo Banco Alimentar de Lisboa. A indústria agro-alimentar, reciclando os seus excedentes, doou 43%. A reciclagem de excedentes da UE contribuiu com 22%. O Mercado Abastecedor da Região de Lisboa (de novo, os excedentes) doou  11%. As retiradas de fruta pelo IFAP (ainda os excedentes)  renderam 6%. Ou seja, ao todo, o escoamento de excedentes correspondeu a 82% do valor dos produtos distribuídos. [Read more…]

A Segurança Social lesa contribuintes (2)

segurança socialSei que, por vezes, sou demasiado intolerante e rude com os governantes, os actuais e os passados. Em síntese, aqueles que há 35 anos conduziram o País ao caldo intragável que nos azeda a vida. De facto, não tolero a incompetência, o clientelismo político e toda um conjunto de cabotinos a desempenhar funções governativas. É o caso de Mota Soares e Marco António Costa.

No espaço da blogosfera, e sem me entrincheirar em anonimatos, ontem dei-lhes forte e feio. Razão? São os primeiros responsáveis por um erro grosseiro que está a afectar milhares de pensionistas: a omissão dos valores pagos a título de Taxa Extraordinária, incidente sobre o 14.º mês de 2011, nas declarações do Centro Nacional de Pensões (CNP).

Passadas cerca de 5 horas de espera, hoje vi atendida a minha reclamação no citado CNP, com o seguinte esclarecimento da parte de uma simpática funcionária:

“O senhor tem razão e aqui tem uma nova declaração corrigida. Informou-me a minha chefe que, facto, estão a chegar ao serviço um considerável número de pensionistas com declarações erradas, em prejuízo dos próprios, e entretanto os serviços informáticos já criaram uma solução para emitir novas declarações…”

Os problemas deste género gravitam em infindável órbita impulsionada por uma causa comum. Mudam os governos, mudam as empresas informáticas – na Saúde foi desde a ‘Novabase’ à ‘Alert’, passando por não sei quantos mais – e as soluções tecnológicas, quando atingem a maturidade a nível funcional, acabam por ser abandonadas ou transformadas pelas equipas de confiança do novo elenco governativo. Será este o caso ou tão só incompetência?

Repito o aviso:

Leiam atentamente as declarações recepcionadas do Centro Nacional de Pensões, a fim de não serem penalizados nas contas finais do IRS de 2011.

A Segurança Social lesa contribuintes

segurança socialNesse pseudo-intelectual e narcisista ‘Clube de Pensadores’, onde participam, na maior parte das ocasiões, políticos de pensamentos vácuos e/ou erráticos, Marco António Costa, essa insignificância mental ou idiota útil – escolham! – afirmou:

“A primeira das justiças sociais é obrigar quem recebeu indevidamente a devolver o dinheiro ao Estado, para que o este o possa canalizar e entregar a quem precisa efetivamente”

Em respeito pelos princípios da justiça e equidade social, até poderemos reconhecer, desta vez, razão ao impreparado Marco António, bem como ao seu Ministro, o tal  “Audi” ou Mota Soares, que ratificou a declaração do seu Secretário de Estado, tendo estabelecido que “os beneficiários da Segurança Social têm 30 dias para devolver verbas e 10 para reclamar”.

Todavia, independentemente da razão que lhes possa assitir neste caso, e duvido de que a tenham globalmente!, eu replico:

“A primeira das justiças sociais é obrigar o Estado a declarar devidamente que recebeu a sobretaxa extraordinária sobre o subsídio de Natal de 2011 de contribuintes, nomeadamente de pensionistas do sector privado”

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Prendas de Natal de Coelho e de Portas

A política de saúde de Coelho, a despeito do simulacro de consulta pública da ‘Reforma Hospitalar’, tem estado activa através de obscenos aumentos de taxas moderadoras. Contudo, o ministro-contabilista Macedo ainda se atreve a declarar:

Gostaria que em 2012 todos os portugueses tivessem acesso a um Serviço Nacional de Saúde (SNS) universal e com qualidade.

Discurso hipócrita, falso. Eu e muitos doentes crónicos, de cardiologia, não tivemos possibilidades de aceder a consultas em S.Francisco de Xavier, Lisboa, desde Junho  até final deste ano. Naturalmente, que as palavras de Macedo ainda mais revoltados nos deixam.

Mas há mais. Curioso que, graças a Joaquim de Oliveira, da Olivedesportos, os hospitais públicos vão ter o serviço da SPORT TV gratuito. Ou seja, faltam consultas e cuidados de saúde, mas temos futebol e Paulo Macedo, desta feita eufórico, afirmou:

[A Sport TV] Vai tornar melhor a estadia dos doentes nos hospitais, proporcionando-lhes momentos lúdicos e até de distracção.

Eu, experiente em internamentos, estou a imaginar um doente entubado, com a agulha do soro no braço e de algália, a saltar na cama e gritar de alegria com o golo do Benfica, do F.C.Porto ou do Sporting. Assim, já vale a pena pagar taxas mais altas. E a produtividade de enfermeiros e assistentes operacionais vai disparar. [Read more…]