Cuspir na liberdade de expressão

Manif prá fotografia

(a foto em cima é da Reuters. a de baixo terá muito provavelmente sido tirada por algum Charlie…)

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“Sensibilizados” pelos monstruosos ataques terroristas à redacção do Charlie Hebdo e em Port de Vincennes, vários dirigentes europeus e não só juntaram-se Domingo à manifestação que mobilizou mais de um milhão de franceses. Ou será que foram lá apenas para a fotografia? As imagens em cima parecem-me mais do que esclarecedoras.

O resto remeto para o Tubo de Ensaio de ontem, no qual Bruno Nogueira nos recordou que na farsa política retratada em cima participaram, entre outras bestas, “aquela chaimite com pipi alemã que não quer deixar votar os gregos à vontade“, o terrorista de Estado Benjamin Netanyahu e uma série de outros assassinos que governam estados onde jornalistas, bloggers e cartoonistas estão presos pela insolência de quererem fazer uso da sua liberdade de expressão. Quem convida, entre outros criminosos, líderes do Egipto, da Federação Russa, da Turquia ou dos Emirados Árabes Unidos para uma manifestação desta natureza não contribui em nada para a defesa da liberdade de expressão e de imprensa. Cospe na memória das vítimas desta barbárie.

P.S. Será que Passos Coelho se fez acompanhar por Zeca Mendonça?

Comments

  1. defensa da liberdade está ali um n a mais. Abraço.

Trackbacks

  1. […] em quantidades industriais da Arábia Saudita, destacado parceiro comercial do Ocidente moralista repleto de Charlies que gostam de aparecer mas que na realidade se estão nas tintas para o alto patrocínio que o regime de Riade […]

  2. […] Muito mais do que ser Charlie, não tenho dúvidas absolutamente nenhumas de que sou Gleydson. Aqui não existem fanáticos ignorantes movidos por uma violência que nem eles compreendem. Tratam-se de castas políticas criminosas que, quais máfias modernas, mandaram abater uma voz incómoda que não satirizou crenças ou questionou dogmas, denunciou apenas a gestão danosa de algo que também era dele. Será que os hipócritas voltam a sair à rua? […]

  3. […] O mesmo David Cameron que, indignado, se insurgia contra o apoio russo ao regime sírio, é o líder do governo que terá alegadamente feito um acordo secreto com a Arábia Saudita para que ambos pudessem integrar o Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas (CDHNU). Há carniceiros e carniceiros e alguns deles têm muito petróleo pelo que devem ser acarinhados pelos moralistas ocidentais. A verdade é que o carniceiro Salman lá conseguiu um seu assento no CDHNU, apesar das execuções por bruxaria e dos bloggers chicoteados em praça pública perante a passividade dos falsos Charlies. […]

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