Marcelo Rebelo de Sousa e Santana Lopes deram hoje, quanto às eleições presidenciais, o tiro de partida. Um no outro.
O comunicado
O infantil e apatetado comunicado do nosso Ministério dos Negócios Estrangeiros sobre o atentado contra o Charlie Hebdo, omisso nos valores em causa – nem sequer a palavra liberdade ali aparece – é deprimentemente sintomático da espécie de gentinha que nos governa. Mais uma vez, sinto-me envergonhado por procuração. Mais uma vez.
O fascismo da intolerância
Carlos Roque,
Maio de 2014
E eis que a Europa está a ser engolida pela extrema-direita…
O que é peculiar no fenómeno é que as análises que se fazem por aí só vão buscar a figura do nazismo para o justificar, quando, na verdade, o Hitler está morto e enterrado e é um outro facto que está a detonar tudo isto: a imigração islâmica.
Os muçulmanos quando chegam à Europa não estão interessados em participar no grande plano de Bruxelas. O que eles realmente fazem é tentar desenvolver comunidades autónomas em território europeu, com os seus micro-souks e pequeno comércio que não se mistura no resto da actividade económica europeia. As que vingam são as mais organizadas, habitualmente radicais e intolerantes, que se regem pela Sharia (a lei islâmica, que não respeita constituições).
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Georges Wolinski – Porto Cartoon
Foi em 2007 que tirei esta foto a Georges Wolinski no IX Porto Cartoon (do qual Wolinski era Presidente do Júri). Recordo-o pela sua simpatia, bom humor e pela forma descontraída no meio da cerimónia institucional do Porto Cartoon.
Foi hoje assassinado em Paris quando estava a trabalhar no seu “Charlie Hebdo”. O Porto Cartoon sofreu uma perda irreparável. O Luís Humberto Marcos (o pai do Museu Nacional da Imprensa) perdeu um amigo. Um dia negro. Muito negro.
Sou Chalie Hebdo e também sou Ana Gomes, consequentemente
A extrema-direita portuguesa não está minimamente preocupada com um atentado à liberdade de expressão, que vitimou hoje vários dos seus heróis. É uma guerra que não lhes assiste, a deles é económica e santa.
Assim a indignação virou-se contra esta afirmação de Ana Gomes, que num país ocupado por línguas bárbaras sou obrigado a traduzir:
#CharlieHebdo – Horror! Também o resultado de políticas anti-europeias de austeritarismo: desemprego, xenofobia, injustiça, extremismo, terrorismo.
(Na Lusa, citada pelo órgão central da extrema-direita neoliberal, parece que traduziram austerisme por políticas de anti-austeridade, o que já ultrapassa ligeiramente a simples ignorância da língua de Rimbaud).
Para o perfeito neoliberal tudo se explica pela moral, na velha lógica religiosa: há os bons, e os maus. Os maus são maus porque são maus, e neste caso porque são maometanos. Cavalgando na sua guerra santa, não podem compreender que os praticantes do mal, e concordamos embora por razões diferentes que desses se trata, existem não por inspiração demoníaca mas uma qualquer razão, lógica, causa. [Read more…]
Evitar confundir religião com bárbara escumalha…
Questões de fé, neste caso o Islão, nada têm a ver com a barbárie ocorrida hoje em França. Segundo a própria doutrina a prática religiosa deve ser livre e não contempla os actos de violência que algumas bestas teimam utilizar em prol do fanatismo, visando o condicionamento das sociedades, buscando o confronto de valores, graças à visão distorcida dos livros sagrados. O ódio ao muçulmano será a pior resposta que a civilização ocidental pode optar. Nesta matéria há que continuar afirmando e praticando os valores da Liberdade, sem atender a raça, convicções políticas ou religiosas e outras, nem descurar naturalmente a acção policial na prevenção, repressão e severa punição judicial dos vermes que praticam hediondos atentados terroristas.
Je suis Charlie
A homenagem das redacções do grupo IPM (La Libre, LaLibre.be, DH, DH.be, DH Radio e Paris Match).
Para começar, deus não existe
E para continuar, essa que é a pior invenção de sempre da humanidade não pode continuar a ter fanáticos. A bem, mas de preferência a mal.
Sois merda, abaixo de cão 1000 vezes, e não temos medo. Mais vale morrer de pé do que viver de joelhos ou de cu para o ar. E ficai sabendo, ó canalhas, que Charb, Cabu, Tignous e Wolinsky é que foram hoje directamente para o paraíso da imortalidade.
Sai um estágio para efeitos estatísticos para a mesa 3
Após a revelação o embuste, a taxa de desemprego voltou a crescer em Novembro. Que manobra irá Passos usar para mascarar os números desta vez?
Bruno Nogueira esmaga José António Saraiva
Charlie Hebdo – a barbárie mora ao lado
O que aconteceu hoje no jornal “Charlie Hebdo” só será surpresa para os distraídos.
O Primeiro-ministro francês já disse uma parte do que tinha de ser dito: “acto de barbárie excepcional”. Porém, falta o resto. Falta uma verdadeira discussão séria, em França e na Europa, sobre o problema do terrorismo (interno). Sim, terrorismo sem qualquer acrescento. Nos media e nas redes em França todos (ou quase) falam em terrorismo islâmico. Pode ter sido. Ou não. Nunca esqueço que em Madrid (Atocha) o governo de Aznar se apressou a colar à ETA os atentados…
O problema é grave. Por força do comportamento extremista alucinado de uma minoria no seio das centenas de milhar de muçulmanos que vivem e trabalham na Europa, os partidos radicais estão a ganhar votos e poder. A Frente Nacional está a um passo de vencer as eleições legislativas francesas. É fundamental que a comunidade muçulmana na Europa lidere a batalha contra o terrorismo. É a única forma de evitar a escalada vitoriosa do radicalismo oposto. É sintomático que hoje, em França (e na Alemanha, na Bélgica, na Holanda, etc.) sejam outras comunidades outrora olhadas de lado (africanos, asiáticos, etc.) a apoiarem os partidos que defendem medidas radicais contra as comunidades muçulmanas.
Uma coisa é certa, por este andar vamos todos ser derrotados pelos radicais de um e outro lado. E o dia seguinte será negro…
Duas inverdades repetidas sobre o Syriza
O Libération relembrava esta semana que a desinformação em torno do Syriza vem acompanhada de duas grandes mentiras em que se classifica o partido de ser euro-céptico e de ser anti-euro. Se dúvidas houver, basta ler o programa do Partido de Esquerda Europeia – o qual não integra o PCP que é apenas membro do GUE – que acompanhava a candidatura de Alexis Tsipras à Presidência da Comissão Europeia redigido para o IV Congresso do Partido de Esquerda Europeu intitulado “Unamo-nos por uma alternativa de esquerda na Europa” :
“a Esquerda Europeia considera que uma transformação profunda da Zona Euro, colocando-a ao serviço de uma visão da Europa baseada na solidariedade, é absolutamente essencial” (…) “a Esquerda Europeia não incentiva a saída do euro, acto este que, por si só, não irá conduzir automaticamente a políticas mais progressistas. Poderá até aumentar a competição entre os povos e criar uma explosão das dívidas soberanas através de uma prática de desvalorização concorrencial. Temos que transformar os instrumentos existentes em ferramentas de colaboração ao serviço dos povos.“
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