Um bom aluno com péssimas notas

MLA

Foto@Diário de Notícias

A química é inegável: herr Schäuble e a sua melhor aluna nas cadeiras de Austeridade Fanática e Vassalagem Aplicada parecem mais próximos que nunca. O professor tece rasgados elogios à aplicação do ajustamento, a aluna responde com um pedido de firmeza para com as posições do governo grego e mostra os dentes a Varoufakis nas reuniões do Eurogrupo, demonstrando que a solidariedade que os seus pares tanto elogiam à Alemanha é relativa. Solidariedade sim senhor mas para “radicais”, radicalismo e meio.

Mas entre ronronares e festinhas na cabeça da embaixadora do ministério das Finanças alemão em Lisboa, a realidade, essa malvada, conta-nos outra história. A história de uma dívida que, após tantos sacrifícios, compromissos sobre metas a atingir e propaganda permanente, insiste em aumentar. E para não variar, a dívida pública voltou a crescer em 2014, algo que se traduz num aumento de 0,7% face a 2013. Traduzindo isto para euros, falamos de um valor que ascende a 224.477.000.000,00€. Duzentos e vinte e quatro mil milhões e meio de euros.

Custa-me perceber estes valores. Tantos sacrifícios, tantos cortes, tantos despedimentos, tantas privatizações e tanto sofrimento para quê? Para que a dívida continue a aumentar, ano após ano, sem que a tendência se inverta? Afinal de contas, onde estão esses resultados formidáveis de que Schäuble fala? De que nos servem as promessas do vice-primeiro ministro de que a dívida entrará numa trajectória descendente em 2015 quando é essa areia que nos vêm atirando para os olhos desde 2011? E logo o homem da pandeireta, o tal que não hesitou um segundo em endividar ainda mais o país quando decidiu colocar as suas aspirações pessoais irrevogáveis à frente do interesse nacional, que raio de credibilidade tem este oportunista?

Da esquerda mais à esquerda do espectro até à direita liberal, a ideia de que Maria Luís Albuquerque é profundamente incompetente e incapaz atinge contornos que roçam a unanimidade. Tal como Passos se esconde por trás das calças de Merkel, também Maria Luís Albuquerque se vem refugiando por trás do fundamentalista Schäuble, procurando desviar atenções do falhanço em toda a linha do programa do governo que integra com permanentes ataques às aspirações gregas. Porque não há nada que este governo tema mais do que o dia em que se provará ao mundo que, afinal, a austeridade não era a única via possível. Porque mais do que a questão ideológica ou de mera vassalagem a Berlim, esse será o dia em que toda a argumentação deste governo cairá por terra, desamparada e reduzida a uma mero exercício de propaganda por fim desmascarado. Será o fim político destes sujeitinhos servis e o início da aventura no mundo dos conselhos de administração.

Mas enquanto as castas estiverem satisfeitas e a revolta do povo teimar em não atravessar a fronteira virtual da internet, não há com o que preocupar. Os brandos costumes tratam do assunto e pouco importa se o governo controla ou não a dívida. Na narrativa do bom aluno, não interessa o que realmente acontece mas aquilo que a oleada máquina de propaganda governamental consegue incutir nas massas. E essa será talvez a mais eficiente máquina deste governo de falsos bons alunos que, de tão medíocres, mais não sabem do que cabular e copiar pelo colega do lado.

Comments

  1. Carvalho says:

    Porque será que esta imagem me fez logo lembrar do Bimbo da Costa e suas árrtxistass (Né?) ?
    Devo estar a ficar paranóico…só pode.

  2. Alexandre Carvalho da Silveira says:

    Depois da capitulação e da adesão à realidade por parte do governo grego, a extrema esquerda aqui do rectângulozinho masturba-se escrevendo textos como este, ainda por cima cheios de erros factuais, como é o caso da divida.
    Se não percebe porque é que ela aumentou, porque é que não pergunta?

    • Alexandre, eu até o mandava para o caralho mas tenho receio que goste e que aquilo que seria uma resposta ao nível da sua idiotice passaria a ser um extra de prazer mental para a sua pessoa perturbada.

      Extrema-esquerda? Quem é que é da extrema-esquerda? Eu? ahahahaha que parolo que é este Alexandre que, à falta de argumentos, coloca os críticos da sua amada ministra no mesmo saco. Sim Alexandre, apanhou-me: sou um perigoso militante do PCTP-MRPP, daqueles do tempo do Durão ahahahah

      Mas ok, fico a aguardar a enunciação desses erros factuais. Um abraço e, se não levantar, passe na farmácia e compre o comprimido azul, ok? Vai ver que fica mais calmo.

      • Alexandre Carvalho da Silveira says:

        A sua resposta está ao nivel da merda de texto que escreveu. Já percebeu porque é que a divida aumentou, ou isso é demais para o paralelipípedo que tem no lugar da cabeça?

        • A minha resposta está em linha com a sua intervenção de ressabiado idiota. Eu até posso ter um pedaço de merda no lugar da cabeça mas o caro patético dá-se ao trabalho de vir cá ler e comentário. Que raio de merdas anda o caro patético a consumir? Quer argumentar sobre os erros factuais do meu texto? Go ahead? Quer debitar merda? Vá debitá-la com os seus amiguinhos nazis.

  3. Rui Moringa says:

    Sr. Carvalho Silveira,
    Nada disso. Muitas pessoas querem lá saber de esquerda ou direita. Querem saber do seu dia a dia e interessam-se mais por si do que por qualquer grego ou alemão. São patriotas, têm orgulho na nossa língua e nos esforços diários para melhorarmos o nosso país.
    Para isso é preciso soberania. Onde está a nossa soberania?!

    • Alexandre Carvalho da Silveira says:

      A soberania está em Bruxelas a partir do dia em que entrámos na CEE e depois no euro. Não se pode ter sol na eira e chuva no nabal, não é?

    • A diferença é que alguns radicais como este idiota incendiário não conseguem olhar para estas questões sem colocar os interlocutores em caixas à esquerda ou à direita Rui Moringa.

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