A Grécia escuta a segunda trombeta do apocalipse

Depois o segundo anjo tocou a sua trombeta e uma grande montanha de fogo abrasador foi lançada ao mar. Uma terça parte do mar transformou-se em sangue, uma terça parte dos animais do mar morreu e uma terça parte dos navios naufragou.

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E ao final da segunda semana de governo de esquerda, radical, comunistas, vade retro tarrenego Tsipras belzebu, ainda há gregos, ainda comem e dormem, e o mundo não acabou.

Mas treme. Vítor Bento, esse acérrimo defensor da austeridade e um dos seus teórico-filósofos viu as trevas e cegou. Na senda de uma Ferreira Leite, mais sério que um Carlos Abreu Amorim.

A Áustria, pátria dos hayekes, dos mises e de seu pai Adolfo, critica a Alemanha e encontra lógica na proposta grega (por menos que isto já foram anexados uma vez, devem querer repetir a dose). Já não tinha chegado a recepção de um ministro do partido da Margaret  Pinochet ao Varoufakis, meu deus? [Read more…]

Admitem-se Deficientes com ausência de Braço ou Perna (m/f)

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“com capacidade de imitar monstros como zombies, psicopatas, fazer sons e feições assustadoras, etc…”

O homem que não queria ser eleito para dar emprego aos amigos

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Fotomontagem@Uma Página Numa Rede Social

À imagem do proprietário, o Twitter de Pedro Passos Coelho é um hino à arte de aldrabar e iludir eleitores. Dos impostos que não iam ser aumentados aos anéis que não iam ser vendidos, há lá matéria para envergonhar uma pessoa de bem ao ponto de pré-depressão com tendências suicidas.

Hoje descobri este simpático lembrete n’Uma Página Numa Rede Social que costumo visitar e que aconselho vivamente a que consultem também. Dizia Passos que não queria “ser eleito para dar emprego aos amigos“. Que queria “libertar o Estado e a sociedade civil dos poderes partidários“. Mas como a palavra do primeiro-ministro vale tanto como as profecias de um qualquer messias de uma daquelas seitas ultra-radicais que antecipa o Apocalipse, os boys continuam a crescer e a multiplicar-seSegundo o Jornal de Negócios, a Segurança Social está “enxameada” deles. Há um ano e meio eram cerca de 4400, hoje já devem andar nos 6 ou 7 mil. Adorava conhecer os números do desemprego jovem nas direcções concelhias, distritais e nacional da JSD e JP. Devem estar ao nível da Alemanha. Não admira o papel servil e as figuras ridículas que vão fazendo para defender o indefensável.

A massificação da comunicação visual

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Humberto Almendra

Sinais dos tempos, ou como transformar o intransformável num produto não vendável. A fotografia acabou massificada de tal forma que é mais lucrativo organizar concursos pagos por submissão que dar destaque à condição intelectual do autor. O autor, é discurso pessoal e político. Para mim, fotografar sempre foi uma forma de auto-reclusão. de experiência artística. De expressão plástica. Não é nem nunca será uma profissão. Quando isso acontece é por acidente. Hoje, as pessoas focam-se muito na técnica esquecendo o discurso. Discurso esse que é o fundamento de qualquer actividade artística. Fotografar não é uma afirmação mas um desenvolvimento interior. É como meditar. É algo que se trabalha para dentro. Acontece o mesmo com desenhar, tocar, esculpir. Trabalhar a própria razão ou a questão artística é ir ao encontro da nossa própria essência. é encontrar-nos como companhia a meio do caminho. É um florescimento astral semeado dentro do próprio corpo. [Read more…]

Os portugueses da lista Falciani estão a ser investigados?

SwissLeaks

Desde ontem o CIJI (Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação) tem divulgado relevantes informações sobre uma gigantesca fraude fiscal ocorrida entre 2006 e 2008, relativa ao caso Falciani. Hervé Falciani ex-informático da filial suiça do banco HSBC, depois de uma evasão rocambolesca às autoridades suiças que procuravam proteger os interesses (mafiosos) do banco, conseguiu asilo em Espanha onde tem ajudado o fisco local a atuar contra variadíssimos casos de evasão fiscal – vale a pena ver o documentário (abaixo) que descreve a fuga de Falciani à fúria dos banqueiros suiços. As personalidades envolvidas na fuga fisco via HSBC vão desde artistas como David Bowie, John Malkovich até ao Rei da Jordânia ou o piloto Fernando Alonso. Em Portugal, estranhamente não se está a dar grande atenção ao caso, sobretudo quando é revelado que cerca de 850 milhões de euros estavam guardados em contas suspeitas da HSBC ligadas a negócios e clientes portugueses. Que negócios são esses? Que clientes são esses? Estão a ser investigados? Isto está ligado ao caso Monte Branco? Mais importante que divulgar nomes, é saber de que tipo de atividades e de que tipo de falhas na legislação estes esquemas beneficiaram.

É com pena que constato que não existe nenhuma entidade ou jornal português associado ao CIJI. Será miúfa de represálias dos grupos económicos que controlam os nosso principais órgãos de comunicação?.

Pinheiros e eucaliptos

Fonte: https://www.flickr.com/photos/fernandocomet/6078852709/sizes/l

Rui Manuel Vitorino

A minha formação acadêmica nada tem a ver com agricultura ou recursos florestais. Quando um leigo olha a floresta existe uma imagem normalmente associada a pinheiros e eucaliptos e essa imagem pode de alguma forma adaptar-se a perfis atribuídos ás empresas e empresários por todo esse mundo fora.
Vejamos uma empresa média com uma produção de bens necessários ao funcionamento da sociedade, trazendo mais valia para todos os envolvidos garantindo bem estar aos que nela trabalham e aos que dela beneficiam. Não sendo uma árvore nobre como um carvalho, uma nogueira, o pinheiro é uma árvore que necessita de tempo para crescer para dar os seus frutos.
Eis que chega o eucalipto, crescimento rápido, seca tudo à volta, sonega recursos e em caso de incêndio queima tudo à volta num fósforo.  [Read more…]

Entreguem a Santo António

Parece que a Assembleia da República não sabe onde meteu a petição em que mais de 10 mil pessoas exigem um inquérito parlamentar à compra dos famosos Tridente e Arpão, os submarinos alemães.

O documento foi submetido por via electrónica, quem o fez tem o comprovativo de que a submissão foi realizada com sucesso, mas, de acordo com o Jornal de Notícias, fonte da AR diz que ali “não entrou nada”.

Creio que neste caso “perder” é um verbo inadequado. Provavelmente houve uma arrumação inconseguida e a petição deve estar neste momento num sítio que não lembra a ninguém. Quem nunca encontrou os óculos no frigorífico ou a colher do iogurte no balde do lixo que atire a primeira pedra. E como a sabedoria popular, antiquíssima, nunca é de desdenhar, eu sugeria à Assembleia da República a oração a que recorriam as nossas avós e bisavós e que tem décadas de êxitos comprovadíssimos. [Read more…]

Vai uma passa, Paula?

paula teixwira da cruz
Paula Teixeira da Cruz, também conhecida – ai de nós…- por ministra da justiça, deu entrevista. Para lá do desinteressante desfiar de banalidades ácidas, resolveu dar uma de modernaça, a ver se consegue polir a baça imagem que dela nos vai ficando. Assim e para surpresa geral, decidiu proclamar a necessidade de liberalizar (depois tentou corrigir o verbo para “despenalizar”, mas era tarde; já lhe tinha fugido o pé para a chinela) as drogas ditas leves. Não nego a pertinência da questão e o interesse em a discutir. Mas não se tratou de nada disso, como se torna evidente pelos termos simplórios e boçais com que a ministra a abordou. Para ela, o argumento é o da despenalização da droga e sua venda permitir acabar com o crime em si e toda a criminalidade associada. Não deixa de ser um argumento com algum mérito – já o conhecemos há décadas -, mas atirado assim, a sêco, sem articulação com a teia de complexidade que, a muitos níveis, o problema convoca, não passa de uma miserável manifestação de oportunismo político e a prova de que não temos um governo – ouvido sobre o assunto, o Passos meteu os pés pelas mãos, obviamente tolhido pela surpresa – mas um conjunto de maganos que asneiram cada um para seu lado, sem princípios, sem tino, sem decência, tratando da sua própria chafarica e preparando o futuro que se afigura incerto. Nem que seja promovendo umas passas que possam atenuar a dor que não passa.

Diálogo esquisito

– “Durão Barroso vai ser professor universitário.”
– “Sim? Que sorte têm os estudantes de Coimbra!”
– “Mas o Durão não vai ser professor na Universidade de Coimbra!”
– “Precisamente. Que sorte têm os estudantes de Coimbra!”