António Bragança Fernandes e a homenagem de ontem

tigre maia

António Bragança Fernandes foi ontem homenageado na Maia pelos seus 25 anos de autarca. Que me desculpem os leitores mas isto não pode ser uma mera nota de rodapé noticioso.

Eu tive o privilégio de trabalhar directamente com Bragança Fernandes entre 2008 e 2011. Só isso já seria motivo para escrever sobre ele. Sem esquecer o facto de ter sido o meu primeiro trabalho como profissional de comunicação. Porém, existem muitos mais motivos. A sua singularidade como autarca não pode passar em claro. A sua importância para a história do concelho da Maia não pode ser remitida para um espaço exíguo. A ligação do povo da Maia a este maiato não pode ser limitada “por convite”. Não é justo para ele nem para os maiatos que o sentem como “um de nós”. Passo a explicar pedindo, desde já, as devidas desculpas por tão longo texto, algo que sempre se pretende evitar no Aventar. Porém, a personalidade e o facto em si assim exigem.

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Rui A. não percebe mas faz-se um desenho

Passos Coelho «foi muito para além da troika» em aumento de impostos, cortes nos salários e nas pensões e nas privatizações. Tudo o resto não existiu. Um exemplo? Justiça, por acaso o pilar sem o qual um país não funciona. Outros? É só ler o Memorando da Troika, onde estão medidas e prazos. Se tiver dificuldade em encontrar o documento, pode ler a tradução que o Aventar fez, essa mesma que o governo (da altura) tardou em apresentar aos portugueses.

A não ser que Rui A. esteja a falar dessa meia dúzia de páginas do guião da reforma do estado, rabiscadas por Paulo Portas em Times New Roman 16 -coisas grandes precisam de corpo grande, pedindo eu, nesse caso, desculpa por não ter percebido que era um artigo cómico.

Exclusivo: a carta de Duarte Marques a Tsipras

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(texto integral)

O quê, privatizações e cortes nos salários e nas pensões correspondeu a 36% das reformas estruturais económicas?

Comissão Europeia indicou que Governo só cumpriu 36% das reformas estruturais económicas, mostra uma análise da Unidade Técnica de Apoio Orçamental 

Resistência e colaboracionistas

bomba euro

É evidente que assistimos a uma guerra económica que também nos atinge – se bem que nos atingiria menos, não fosse a ruinosa gestão do país conduzida pelos sucessivos governos, mas isso é  tema de outros artigos. Esta guerra trava-se com bombas financeiras, capazes de aniquilar um país com mais eficácia do que as bombas reais que a segunda guerra mundial lançou sobre as populações. Explodem agora mas foram sendo carregadas e armadilhadas ao longo das últimas décadas de construção de mercado europeu. Grupos como o eixo franco-alemão, agora claramente mais alemão do que francês, despejaram dinheiro a rodos noutras economias, tapando os olhos à corrupção e à real utilidade da forma como esse dinheiro estava a ser gasto, a troco de fecho de sectores da economia e da criação de um mercado interno, esse mesmo que tem permitido à Alemanha ser o colosso económico que hoje é.

Ironicamente, tal como na anterior guerra mundial, a Alemanha está no centro do conflito e a ela, novamente, se juntam colaboracionistas como é o caso dos reincidentes Portugal e Espanha. Em breve veremos se essas bombas rebentam com a Grécia e com outras ténues resistências que aqui e ali se manifestam. Até lá, fica a brilhante jogada de Tsipras ao defender que os seus interlocutores não são grupos cuja única legitimidade é o capital mas sim governos e instituições democraticamente eleitas. É o quebrar do ciclo de ausência de legitimidade das decisões na Europa, trazendo de volta o controlo à política e aos cidadãos.

A lição da Grécia

Ser português é trazer a Grécia dentro de si, diluída em azul e branco, há mais de mil anos. Porque o império grego não nos colonizou, com tropas de ocupação e impostos pagos a Atenas. Os seus barcos vieram em paz à nossa costa e, por via do comércio, os homens falaram, conheceram-se, entenderam-se, misturaram-se. E parece que muito e bem, tal é o laço afectivo. E isto faz-me lembrar o sábio Agostinho da Silva quando aconselhava Portugal a acabar com consulados e embaixadas, a granel, e a abrir tasquinhas com pastéis de bacalhau e tinto, se queria penetrar no coração dos povos.

Para mim, o sentir desta realidade começou com os compêndios de História do Prof. Mattoso quando, no Colégio de Tomar, eu lia e relia o encanto grego, e não ligava peva às arengas desbragadas do Ti Ilídio, antigo mestre de artes e ofícios em Angola por conta das chamadas Missões Laicas que a exaltação maçónica de Afonso Costa inventou para anular as missões católicas que sacrificadamente cumpriam o seu dever desde as descobertas, estado de coisas que terminou com o advento do salazarismo e abriu caminho ao bom homem para ensinar história aos meninos nas margens do Nabão. Mais tarde a pintora Sara Afonso, viúva de Almada-Negreiros, havia de trazer-ne a Grécia, sob a forma de sobressalto, quando, uma vez por semana, comia comigo o bife da Brasileira, no Chiado, e se ficava a conversar tarde fora, acendendo sucessivos cigarros com o auxílio duma enorme caixa de fósforos. Estávamos no final de 1974, já com as nuvens negras do PREC a esvoaçar, e Sara Afonso transmitiu-me a sua angústia: será que teremos um destino igual ao dos gregos, esses que, perdido o império, ficaram como que paralisados? Não estaríamos nós desmotivados desde a perda da India, onde tínhamos investido tudo? Quantas vezes tenho pensado nestas conversas! E hoje, tenho amigos gregos em Atenas e outros em Toronto. Nesta crise temos estado irmanados no desgosto, na revolta. E agora, na esperança.

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Passos Coelho em modo de economia de palavras

Lendo as entrelinhas, a citação completa será: Primeiro-ministro diz que “dados do INE sobre risco de pobreza não reflectem a minha situação actual”.