Se esta rua fosse a minha…
O postal de hoje é curto. Não tenho energia para mais. Estou acordada há 19 horas depois de ter dormido umas três. Se continuo a viver dois dias num não sei o que vai ser de mim.
O dia foi de trabalho até às cinco da tarde. Um calor abrasador. Três ataques de tosse violentos que me tiraram (ainda mais) as forças. Em parte a culpa foi do ar condicionado, que me seca a garganta, fragilizada nestes dias, mas sem o qual não é possível viver aqui. Não sei com sobrevivem os sevilhanos em Agosto. .. mas imagino que derretam.
Encontrei os amigos do costume e outros que não via há algum tempo. Sociólogos rurais, a maior parte. Espanhóis todos, menos eu e a Fátima, que é brasileira mas vive aqui há muitos anos. Depois das cinco eu, a Elvira e o Andoni caminhamos um pouco nas ruas de Sevilha cheias de turistas, americanos quase todos. É uma cidade mais bonita do que me lembrava, apesar dos turistas americanos. Sentamos-nos numa esplanada numa rua estreita. O bar tem imensos santinhos nas paredes. Bebemos cerveja e tinto de verano até que chegam os outros e bebemos mais cerveja e mais tinto de verano. Não cessa de me espantar a capacidade que têm os espanhóis de beber e comer.
Saímos dali e vamos esperar mais uns quantos colegas na praça da catedral. Chegam. Outros amigos de amigos juntam-se. Somos mais de vinte, quando entramos num bar moderno para mais bebida e comida e umas horas depois nos mudamos para outro para fazer o mesmo. A noite acaba num bar ‘rojo’, claro, depois de termos levantado todos o punho algumas vezes e gritado ‘si, se puede! ‘. Tenho fotografias que deviam acompanhar este postal mas que, por falta de tempo, porque amanhã também vai ser um dia em que viveremos dois, depois vos mostrarei.
Já a caminho do hotel encontro a calle virgen de la alegria. Em Portugal vivo numa rua com praticamente o mesmo nome, mas com menos encanto que esta. Dou-me conta, como quase sempre, que o mundo é um lugar pequeno. Que está rua é afinal a minha. Que também eu sou espanhola e esta é a minha vida.
Por essas e por outras é que só ponho os pés em Sevilha e arredores entre Outubro e Abril…
pois. compreendo. mas às vezes não podemos escolher… 🙁