Entender o libertarianismo – II

Entender o libertarianismo

PSD/CDS-PP insistem na instrumentalização da imprensa

“Os directores editoriais de rádios, jornais, revistas, televisões e da agência Lusa consideram que a nova proposta de lei do PSD e CDS sobre a cobertura eleitoral confunde jornalismo e propaganda política, “mantém a tentação de impor um freio às redacções” e ameaça a liberdade de informação.” (Público)

Postal de Pamplona (Iruña)

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(Muito pequeno)

Depois de mais de 8 horas de viagem, ver as caras dos amigos à nossa espera lembra-nos o que é mais importante na vida. Que não vale a pena, por exemplo, lamentar o facto de se viver no cu da Europa e ser tão difícil chegar a qualquer lado.

O quarto é grande. Branco. Confortável. Amanhã vamos às montanhas. Afinal somos sociólogos rurais. Há um colega que me diz (como sempre que me vê), entre cervejas, ‘Elisabete cada día estás más guapa’. Não é verdade. Estou velha a cada dia e a cada dia mais feia. Mas maneira como ele o diz de cada vez – com se fosse verdade – reconcilia-me com a idade, com o cansaço, com o resto. Lembra-me outra vez o que é mais importante. Ter amigos. Em toda a parte.

Buenas noches.

Não bate a bota com a perdigota… ou o sistema eleitoral britânico em todo o seu esplendor

Jorge Martins

Se dúvidas houvesse sobre as injustiças do sistema eleitoral utilizado no Reino Unido, elas dissipar-se-iam com a análise dos resultados das eleições da passada quinta-feira.
Desde sempre que os deputados ao parlamento de Westminster são eleitos em círculos uninominais numa única volta. Este sistema maioritário é vulgarmente conhecido por “first past the post”, em alusão às corridas dos cavalos, onde só interessa o vencedor, ou seja, o primeiro a passar o poste da meta. O segundo é o primeiro dos últimos, qualquer que seja a distância a que ficou do primeiro. Logo, apesar de a hipótese ser absurda, é teoricamente possível um partido ser o mais votado a nível nacional e não eleger ninguém, bastando, para isso, ser segundo em todos os círculos. Em contrapartida, outra força política pode eleger um representante ganhando um círculo e tendo zero votos em todos os outros.
Na prática, este sistema favorece os maiores partidos, em especial se tiverem grande implantação numa parte do território. Os partidos de média dimensão, com o eleitorado disperso pelo país ou região, são os mais prejudicados. Por isso, tende a favorecer o bipartidarismo. Porém, pode haver exceções: pequenos partidos com o eleitorado concentrado numa parte do território (como os partidos regionalistas/independentistas ou étnicos) podem eleger um número significativo de representantes. É o que sucede no Canadá, com os independentistas quebequenses do PQ ou, na Índia, onde uma enorme série de pequenos partidos regionais obtém representação parlamentar.
No caso concreto do Reino Unido, onde são eleitos 650 deputados, uma simples apresentação dos resultados e da sua evolução face às eleições de 2010 fala por si. Vejamos: [Read more…]

A queima e as fitas

Começou a festa aqui em Coimbra. Por quase duas semanas, a cidade sofrerá, perdão, beneficiará de todos os efeitos funestos, quer dizer, festivos, desse facto. Gozará de todas as alegrias que cabem aos reféns. E não é preciso estar atento ao calendário. Os sons,os cheiros alertam-nos para a festança. Que bom! Ainda ontem tomei nota da data de início ao ouvir os urros de júbilo que ecoavam na noite (durante toda ela…). Ouvi o bonito som das garrafas de cerveja que se partem contra os obstáculos que se interpõem no seu trajecto, o excitante exercício de percussão sobre contentores do lixo, que nos faz dançar na cama e – oh excelência de imaginação! – o rodar desses mesmos contentores empurrados, em roda livre, pela rua abaixo. Lindo! E notem: mais de cem quilos de contentor rodando livremente, sobre as suas quatro rodas, pela ladeira, acrescenta um je ne sais quoi de emoção: irá acertar numa porta? Irá embater num carro que, incauta e despropositadamente vai subindo a rua? Ou num cidadão ou, maior emoção ainda, numa criança? Tudo pode acontecer e ninguém vai levar a mal aos simpáticos e irreverentes foliões. A minha vizinha, a quem, no ano passado, urinaram na caixa de correio – que engraçado! – no dia em que recebia correspondência da sua filha emigrante espera, com a natural e ansiosa emoção, o que lhe irá acontecer este ano. Hoje apanhei um autocarro que, apesar de ir vazio, cheirava vibrantemente a mijo e vómito. Quer dizer: os alegres celebrantes, não se poupando a esforços, querem, até, partilhar connosco os seus fluidos festivos. Afinal – pensam eles, ‘taditos, ninguém lhes explicou melhor – isto é tudo tradição da Academia e tal e coisa. Quem não vai gostar são os médicos, enfermeiras, auxiliares e técnicos do Hospital da Universidade que, em vez de terem a Urgência cheia de doentes, vão tê-la cheia de estudantes em coma alcoólico. Esta malta da Saúde tem cá um mau feitio…