Sobre as eleições no U.K.

Existem várias razões para os britânicos manterem o sistema eleitoral e comparações com Portugal são absurdas, porque a realidade é diferente. Seria mais fácil a comparação com Espanha. Porque também é uma federação de nações. Fala-se agora nos escoceses, mas poucos referem os 8 deputados unionistas a que se somam os 4 que o Sinn Fein elegeu na Irlanda do Norte, bem mais que o UKIP. Para lá dos 5 partidos amplamente referidos nos noticiários em Portugal, foram eleitos mais 22 deputados. Ora imaginem o que seria um círculo nacional único no U.K., retirando a representação parlamentar às várias nações que o integram. Imaginem também um círculo único em Espanha, que reduziria imenso o peso dos nacionalistas catalães ou bascos…

Queima das Fitas, 2015

O carro 26, de História, era assim. Passos Coelho entra para a História, Salazar já lá estava. Fotos minhas e de Sérgio Rodrigues.

Postal de Pamplona (Iruña) #2

o dia em que beijei Hemingway

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Há quase 20 anos que não vinha a Pamplona, acho que já vos tinha dito por aí. Viemos em 1996, de carro, dpercorrendo toda a costa norte de Espanha, da Galiza à costa Basca, provavelmente a costa mais bonita do mundo (pelo que recordo, mas posso estar enganada, afinal já passaram muitos anos). Muitas cidades nessa viagem, de Renault 4, até Estrasburgo, atravessando toda a França duas vezes e parando muitas vezes pelo caminho, um mês inteirinho na estrada. Tenho saudades desse tipo de viagens mas, principalmente, terei sempre saudades da pessoa com quem as fiz.
Uma dessas cidades, mesmo antes de entrarmos em França, foi Pamplona. Perdão, Iruña. Lembrava-me de pouca coisa da cidade. Tinha melhor memória de termos, depois, atravessado os pirinéus. Ainda as estradas não eram tão boas como agora, mas assim mesmo, sempre, incomparavelmente melhor que as que tínhamos em Portugal. A diferença agora – nas estradas – não é tão grande. [Read more…]

O individualismo pseudo-libertário explicado a ingénuos

Ó António Almeida, isto é muito simples, ouçamos a besta com aquele seu olhar alucinado de psicopata, tão ridiculamente próximo do bigodinho do Adolfo:

Não, não é neo-nazismo: é pior, porque além de conspurcar a memória dos libertários que contra isto viveram (embora se aproxime de um Max Stirner, outra flor de mau cheiro) disfarça com loas à liberdade a defesa do pior que a humanidade pode ter: o individualismo, a negação da solidariedade, a aberração do direito de um humano pisar outro humano em busca da sua felicidadezinha. É o recuo do homo sapiens sapiens a uma qualquer espécie dinossaúrica, porque foi precisamente a aprendizagem da vida em sociedade que nos construiu enquanto animal racional. É o velho paganismo, agora adorando o mercado e suas patas invisíveis, desta vez disfarçado de ateu, que pisa de uma assentada o humanismo e o iluminismo.

Claro que isto é extrema-direita, a defesa do capitalismo no seu pior não está acima de coisa alguma: está abaixo de todos os valores humanos.

A guerra não foi um filme americano

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É natural que os vencedores escrevam a sua versão de uma guerra, as suas histórias. Não lhe chamem é História.

Setenta anos depois da derrota do nazi-fascismo Clara Barata escreve no Público, e sem se rir, sobre “o mito estalinista de que a salvação do fascismo assentou no sacrifício do povo russo“,  para depois tropeçar em sim mesma e criticar: “os 27 milhões de mortos só contam como pequena história, a história familiar, dos indivíduos, e não como análise, reflexão. Aliás, desde 2014, existe uma lei que pune com penas até cinco anos de prisão a “distorção” do papel da União Soviética na II Guerra Mundial.”

Como se o revisionismo não estivesse sujeito a idênticas condenações em França ou na Alemanha, como se a II Guerra Mundial tivesse sido um filme americano desembarcado na Normandia.

O primeiro problema historiográfico das guerras, seus vencedores e vencidos, é o da sobrevivência do positivismo oitocentista, que reduz a a História aos líderes, fazendo de Hilter o único mau da fita, elevando Churchill a homem espectáculo (e esquecendo que em Inglaterra, no poder, estava um governo de coligação) e metendo Estaline onde não é chamado. [Read more…]

Entender o libertarianismo – III

Decidi colocar estes 3 posts sobre economia e sociedade, pela confusão que verifiquei existir sobre o ideal libertário. Não pretendo defender um partido que ainda nem sequer existe, veremos até se conseguirá a legalização, nem tão pouco convencer quem quer que seja a tornar-se libertário. Mas quero deixar bem claro que ser libertário não é ser de extrema direita, basta ver este 3º vídeo para deixar cair por terra qualquer retórica que envolva o PNR ou Oliveira Salazar, como vi na caixa de comentários do post original. O seu a seu dono…