Maria de Lurdes Rodrigues não teve qualquer problema em o assumir – o Conselho de Escolas foi um instrumento criado para compensar a dificuldade negocial que, à época, encontrava junto dos sindicatos de professores.
O Conselho de Escolas é um órgão consultivo do Ministério da Educação onde estão representados Directores de Escolas. Segundo a sua página oficial, a sua missão será representar, “junto do MEC, os estabelecimentos de educação da rede pública no tocante à definição das políticas pertinentes para a educação pré-escolar e dos ensinos básico e secundário“.
Ora, depois do que foi revelado pela ex-Ministra da Educação, qualquer capacidade de representação desta gente caiu por terra – tenho imensas dúvidas sobre se representam os seus pares, quanto mais as escolas. Estarão, não tenho disso dúvidas, mais perto de representar os partidos que, em muitos casos os colocam à frente das respectivas Escolas.
E, até por isso, não me surpreendeu o silêncio desta não-existência durante o miserável reinado cratiano. Assistiram, quase em silêncio, à destruição da alma da Escola Pública e isso, não pode passar em branco. Se queriam ter o direito a representar as escolas, era nessa altura que a vossa voz fazia algum sentido.
Agora, o Vosso ruído, mais não é do eco para um pasquim como o observador, nada mais. E, a dureza das palavras escolhidas para este post vão mesmo na Direcção dos Directores que se demitem de o ser, preferindo o caminho fácil da incompetência. Percebo, que no Vosso caso, seja mais fácil culpar os professores e as famílias pelo insucesso que cresceu nos últimos anos. E, para isso, nada melhor que um exame. Chegam as notas, apontam o dedo e limpam as mãos, como qualquer Direcção de um clube que despede um treinador.
Fazem médias, obrigam os professores a perder horas a fio em burocracias sem fim para justificar as vossas incompetências e demissões. Querem um plano de melhoria para a Vossa Escola? Podem começar por incorporar um capítulo para a Vossa própria função, não?
Ou então, pedir à concelhia local, que vos colocou aí no cadeirão onde podem fugir às aulas, para tratar de melhorar as aprendizagens.
Porque, este é de facto, o tempo de dizer BASTA! Tivesse a Educação Pública a possibilidade legal de ser verdadeiramente democrática e o Vosso destino estaria traçado. Mas, ironia das ironias, se calhar é melhor assim- estragam menos no gabinete do que na sala de aula.
Pela primeira vez em muitos anos, surge um Ministro que vem colocar as aprendizagens dos alunos no centro do debate e aparecem Vossas Excelências a defender a centralidade da matemática e do português e a lamentar o fim do exame do sexto ano. Só faltou dizer que também queriam o do quarto, mas tiveram vergonha, não foi?
Se calhar não gostaram muito do facto de perderem o rebuçado da BCE, mas a vida é feita de vitórias e de derrotas. Com Nuno Crato faziam de conta que podiam escolher os amigos. Agora, terão que se guiar por regras claras e transparentes. Temos pena! É a vida!
Só lamento que o silêncio PAFento não tenha continuado. Mas, agora, a situação é mais clara e o Vosso lado, a direito, ainda mais evidente. Mas, não vão ficar a ser apenas a bandeira do observador – aqui no Aventar, vamos tratar de denunciar as vossas maldades para com a Escola Pública e os alunos.
CNE e CE não percebem nada do que se passa nas escolas. Daí as suas propostas, estudos e conselhos serem para esquecer. Ouvir, por exemplo, David Justino a falar sobre escolas e educação é pior do que ouvir um Donald Trump nas primárias americanas.
Os originais são sempre melhores do que as cópias. Por muito surrealistas que sejam.
O justino foi um péssimo ministro…nunca negociou com ninguém e agora anda armado em gata borralheira…enxergue-se…
Sou diretora e concordo com tudo o que é dito neste post!
“…dificuldade negocial que, há época, encontrava…” Mensagem do corrector automático: …dificuldade negocial que, á época, encontrava…
Naquele tempo é capaz de resolver o meu problema 🙂
Viva Paulo! Finalmente um sindicalista dá uma marretada na Pedreira do Galinha. Aguardo as tuas opiniões quanto ao estado jurássico em que se encontram, quer a Escola quer o Sindicalismo. Abraço
Bravo João Paulo!!!
Pois os senhores Directores quado foi a implantação dos exmes nem pio, pelo menos quanto ao do 4º ano que pelo vistos estavam contra
Representar os seus pares? Mas as escolas publicas são dos seus pares? assim a descarada. Claro que isso é significativo para se perceber a frase . Em defesa da escola publica “nossa”. Que os mais interessados , as familias, não tenham capacidade de resposta, percebe-se; mas que o estado considere isso como gestão em roda livre é uma vergonha que se tem prolongado, e pelos visto vai continuar enquanto houver eleições e seja a chantagem dos 300 mil votos a definir a educação em Portugal. Agora percebo quem tem saudades do Salazar.
Confesso que não percebi o comentário. Eu questionei o facto do CE não ter legitimidade para representar os seus para, isto é os diretores. Dois a par te do roda livre… 300 mil?