Tal como a esmagadora maioria dos portugueses, tenho muitas dificuldades em perceber as linhas com que se cose um orçamento de Estado. Recebo informação através da imprensa, dos actores políticos e dos vários grupos de interesses que gravitam em torno dos cofres do Estado, dos funcionários públicos às clientelas partidárias, e tento juntar as peças. E a primeira conclusão a que chego é que nós, portugueses, nos encontramos numa posição perto da irrelevância no que toca a esta matéria. A nossa soberania está hoje nas mãos de Bruxelas e a tendência, tanto quanto me é dado a entender, é para piorar. Claro que, perante o poder do regime europeu, existem duas abordagens possíveis: a abordagem Pedro Passos Coelho, que consiste em aceitar toda e qualquer imposição sem contestação, e a abordagem que defino como patriótica, que consiste em negociar e defender o interesse nacional, que me parece ter sido aquilo que António Costa fez. Manuela Ferreira Leite defendeu mesmo que o governo saiu vitorioso da negociação. Estes sociais-democratas… [Read more…]
A namorada difícil
Merkel elogiou Passos Coelho numa conferência de imprensa conjunta com António Costa. Antes, quando se encontrou com Passos Coelho pela primeira vez, Merkel elogiara Sócrates. Suspeita-se que a Bundeskanzlerin é como as namoradas difíceis, que só dizem bem do anterior namorado. (O crédito da piada vai para Pedro Mexia, no último programa Governo Sombra).
São de fato uma pechincha

© David Rogers/Getty Images (http://bit.ly/1UXLZh3)
Depois de um fim-de-semana extremamente agradável e tranquilo, eis o caldo entornado quer no sítio do costume,
quer alhures.
Desejo-vos uma óptima semana, sem estrangulamentos e sem constrangimentos.
Liberdade para decidir
O direito à vida é inviolável, mas não uma obrigação ou fatalidade e muito menos provação ou vontade divina. Viver ou decidir morrer faz parte da liberdade individual, devendo ser respeitada a vontade de qualquer pessoa que solicite uma morte medicamente assistida, desde que na posse das suas faculdades. Vou mais longe, nem deveria ser um caso aplicável apenas a doentes terminais, mas a todos os que incapazes de se suicidarem o solicitassem. Dito isto, admito que os médicos possam ser objectores de consciência e que o acto médico deve ser cobrado ao requerente e não pago por todos os cidadãos. Ao que parece várias figuras publicas pretendem introduzir a discussão da eutanásia na sociedade portuguesa. Seja por via do referendo ou aprovação parlamentar, estarei a favor.
Pluralismo
Bruno Santos
Mentir, truncar, manipular, omitir ou silenciar, não são exercícios intelectuais ou éticos que possam configurar o conceito de pluralismo.
O pluralismo é a qualidade do que é plural, múltiplo, do que admite a existência do que é diferente, diverso, discordante.
O pluralismo é um dos mais exigentes desafios da Democracia, mas não cabe na sua definição a mentira voluntária, a manipulação, a omissão ou o silenciamento. Não cabe o crime. Não é pluralismo admitir que se possa, por exemplo, assassinar, roubar, falsear os factos. Duas testemunhas podem ter sobre um acidente de trânsito visões plurais, que este travou ou não travou a tempo, que aquele buzinou antes de bater, que ambos tinham prioridade à luz do código da estrada. Isso é pluralismo. Mas nenhuma pode dizer que eram três carros em vez de dois (quando, de facto, eram dois), ou que uma nave extraterrestre desceu sobre o cruzamento e desviou, com um feixe de positrões, um dos veículos, fazendo-o chocar com um holograma e desviando a sua trajectória. Quer dizer, poder, pode, no caso de o acidente se ter dado no Entroncamento.
Mas o Pluralismo depende, a priori, de uma Ética.
Pangu, o mito chinês da Criação
Bruno Santos
No Princípio havia só trevas e o Caos reinava. Mas no seio da escuridão formava-se um Ovo e dentro desse Ovo crescia Pangu.
Durante muito tempo Pangu apenas dormiu e cresceu. Mas quando se tornou num gigante, acordou e espreguiçou-se e, ao fazê-lo, partiu o Ovo.
As partes leves e puras do Ovo subiram então para formar o Céu.
As partes densas, impuras e pesadas desceram para formar a Terra.
Pangu viu o que acontecia em consequência do seu gesto e ficou feliz, mas de imediato temeu que Céu e Terra se voltassem a misturar, posto o que se colocou entre eles. Com a cabeça susteve o Céu e com os pés empurrou firmemente a Terra. Ficou assim entre eles, impedindo que a sua atracção os confundisse de novo.
Depois, já um gigante, continuou a crescer a uma cadência de 3 metros por dia, durante 18 mil anos, aumentando assim, constantemente, a distância que separava o Céu da Terra até que estes lhe parecessem fixos e seguros nos seus lugares, a 50 mil quilómetros de distância um do outro.
Exausto do seu esforço, Pangu caiu e adormeceu para nunca mais acordar.
Do seu corpo saíram então os elementos que viriam a compor o mundo. A sua respiração formou o Vento e as Nuvens. A sua voz fez o Trovão e o Relâmpago. Os seus olhos tornaram-se Sol e Lua, masculino e feminino, direita e esquerda. Os seus membros formaram os quatro pontos cardeais e o seu tronco as Montanhas. A Carne criou o solo e os pêlos as árvores e ervas que nele crescem. Do seu sangue formaram-se os Rios e das veias os Caminhos e as Estradas. A cabeça e o cabelo criaram o Céu e a transpiração transformou-se em Orvalho. Os dentes e os ossos formaram as pedras e os metais.
Assim Pangu criou o Universo.
TAP uma sociedade a 50% em que ninguém manda

foto@expresso
O Estado, conforme o negócio político feito entre o PS, BE e PCP que sustenta o actual governo, voltou a ter 50 por cento da TAP, sendo que a gestão da empresa vai continuar a ser efectuada pelo consórcio Atlantic Gateway.
Esta reversão do negócio polémico feito pelo anterior governo, no final da legislatura, vai custar agora quase dois milhões de euros .
Mas este negócio pode vir a tornar-se ruinoso porque a factura a pagar nos próximos anos pode vir a ser muito pesada, podendo vir a custar muitos milhões de euros ao País.
A isto acresce ainda que estamos agora numa sociedade a 50% em ninguém manda!
O BE, mas sobretudo o PCP, não aprovam o negócio por razões político/ideológicas, que pode vir a ter repercussões ao nível da CGTP. Por outro lado Passos Coelho pede esclarecimentos.
Agora a palavra é de António Costa e do seu governo.
Longe vão os tempos
em que o primeiro-ministro nos exortava a não sermos piegas, a emigrar e a sermos poupadinhos. Mudam-se os tempos, mudam-se os conselhos, não é mesmo António?
Pela defesa da tortura
Donald Trump compromete-se a trazer de volta as simulações de afogamento e “fazer bem pior que isso“, num discurso em que acusa os terroristas de práticas medievais. Se falhar nos EUA, Trump bem pode tentar suceder o rei da Arábia Saudita.
O inferno na Terra
Eis o que resta da cidade de Homs, na Síria, uma cidade fantasma feita de escombros e cadáveres onde apenas aqueles que não conseguiram fugir ficaram. Forças governamentais, rebeldes e Daesh fizeram deste reduto de oposição ao regime de Bashar al-Assad um cenário de guerra apocalíptico. As bombas russas fizeram o resto. O inferno na Terra.
Milhares de habitantes desta cidade pegaram no que puderam e fugiram. A maioria encontra-se hoje em campos de refugiados no Líbano e na Jordânia, outros arriscaram a sua sorte na Europa. A Europa da paz e da tolerância que agora quer deportar a maioria dos sobreviventes desta carnificina da volta para a Síria. Para os escombros e para a violência.
Solidariedade entre os povos?
Fora da lei
A Presidência da República anda há anos a esconder onde gasta o dinheiro. Esta situação tem sido denunciada muitas vezes, mas sem qualquer resultado. Esperemos que o próximo Presidente, Marcelo Rebelo de Sousa, cumpra e faça cumprir a lei. Apenas isso.
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