Lá fora, anda o Governo a vendilhar e informar sobre as grandiosas oportunidades de investimento.
Já cá dentro, a política de informação deixa mais do que a desejar, até mesmo para as pessoas directamente afectadas, como mostra a reportagem da jornalista Ana Leal.
Segundo a associação ZERO, nos últimos 16 meses foram publicados no Diário da República 26 pedidos para atribuição de direitos de prospecção e pesquisa de depósitos minerais, dos quais 19 mencionam claramente a prospecção de lítio, abrangendo uma área total de 616 265 hectares.
Desses pedidos de prospecção e pesquisa, mais de 86 mil hectares são em áreas com interesse para conservação da natureza.
É um grande incómodo para a estratégia de venda, mas felizmente há gente a mexer-se, por exemplo em Covas do Barroso, onde as populações e os autarcas se mobilizam contra o projeto de mina de lítio a céu aberto, lembrando que o Barroso é Património Agrícola Mundial e onde criaram o movimento Unidos em Defesa de Covas do Barroso “Não à mina, Sim à Vida”.
E está a decorrer uma petição, que pode assinar aqui: Em Defesa das Serras da Peneda e do Soajo.
Não garanto, mas suspeito que os contratos/investimentos serão protegidos pelo tal privilegiado mecanismo de justiça privada exclusivo para multinacionais, o ISDS, que depois impede que sejam tomadas medidas em favor do ambiente e das populações. Por causa das coisas.
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