“Vinde para cá que estão lá aqueles índios em Trás-os-Montes”

Lá fora, anda o Governo a vendilhar e informar sobre as grandiosas oportunidades de investimento.

Já cá dentro, a política de informação deixa mais do que a desejar, até mesmo para as pessoas directamente afectadas, como mostra a reportagem da jornalista Ana Leal.

Segundo a associação ZERO, nos últimos 16 meses foram publicados no Diário da República 26 pedidos para atribuição de direitos de prospecção e pesquisa de depósitos minerais, dos quais 19 mencionam claramente a prospecção de lítio, abrangendo uma área total de 616 265 hectares.

Desses pedidos de prospecção e pesquisa, mais de 86 mil hectares são em áreas com interesse para conservação da natureza.

É um grande incómodo para a estratégia de venda, mas felizmente há gente a mexer-se, por exemplo em Covas do Barroso, onde as populações e os autarcas se mobilizam contra o projeto de mina de lítio a céu aberto, lembrando que o Barroso é Património Agrícola Mundial e onde criaram o movimento Unidos em Defesa de Covas do Barroso “Não à mina, Sim à Vida”.

E está a decorrer uma petição, que pode assinar aqui: Em Defesa das Serras da Peneda e do Soajo.

Não garanto, mas suspeito que os contratos/investimentos serão protegidos pelo tal privilegiado mecanismo de justiça privada exclusivo para multinacionais, o ISDS, que depois impede que sejam tomadas medidas em favor do ambiente e das populações. Por causa das coisas.

O Cartel do Fogo

Mais uma grande reportagem investigativa bem fundamentada e certeira de Ana Leal. Cartel, ajustes directos, contratos mal feitos, negócios ruinosos…

Crónicas do Rochedo XVIII – Incêndios, uma tragédia portuguesa

1142031

No dia em que Portugal assistiu a uma das suas maiores tragédias colectivas escrevi, na minha página no facebook: “Nesta hora triste da nossa história colectiva aqueles que, como eu, não são “especialistas” devem remeter-se ao silêncio. E deixar quem sabe fazer o seu trabalho. É a melhor forma de respeitar quem está no terreno a trabalhar e quem está a ser vítima desta calamidade nacional“.

Já passou o tempo suficiente para o silêncio. Agora, mais a frio, vamos procurar uma análise política. Melhor dito, ao comportamento político dos agentes da dita.

Deve a Ministra demitir-se? O Governo de António Costa é culpado? De quem é, politicamente, a culpa?

[Read more…]

Aviso aos filhosdaputa que nos governam

É bom que vejam a reportagem da Ana Leal, que ontem foi exibida pela TVI.  À partida estais-vos na tintas: são hospitais públicos, os privados florescem, é coisa para pobres.

11149261_970914109585880_7286154252443252709_n

Mas há um detalhe, ó filhosdaputa. São serviços de urgência. Ora não há privados que cubram as urgências de um país, pelo simples facto que este lado do negócio apenas dá lucro em Lisboa e Porto e mesmo assim não cobre todas as necessidades. E depois os serviços de emergência médica não vos vão diferenciar se vos estampardes numa estrada, se tiverdes um ticoteco na rua, uma emergência, portanto.  Não estou a ver uma dessas equipas que vai às estradas, também eles trabalhando em péssimas condições, a pedir de imediato um helicóptero porque se trata do sr. ministro, ou a reconhecer no focinho coberto de sangue um secretário de estado. Vai daí, em caso de azar, e ninguém está livre dele, trigo limpo farinha amparo, ireis para estas urgências como os outros. E arriscais-vos mesmo a ficar numa maca entalada entre outras num corredor, a serdes assistidos por um enfermeiro para 30 doentes, a ter o único médico capaz de vos tratar ocupado com outros doentes. De nada valerá, depois, um secretário de estado gritar que os médicos e enfermeiros eram comunistas. De nada valerá para vocês, e muito menos para a vossa família.

Resta-vos, depois da razia feita sobre o Serviço Nacional de Saúde, uma hipótese, é claro: não sair de casa. Mas é aborrecida.

O Ensino Privado

empurrou a Ana Leal?

Como na TVI se censurou uma peça que incomodava o poder vigente

O caso é conhecido: a jornalista Ana Leal terá visto um trabalho seu censurado na TVI, que por sua vez negou a acusação.

Entretanto o Conselho de Redacção da TVI debateu o assunto. Transcreve-se a acta da reunião respeitante ao assunto, que me veio parar às mãos e me parece de inestimável valor para o apuramento da verdade e constatação de  que nesta televisão privada se omitem conteúdos desagradáveis para o poder vigente:

No dia 6 de março de 2013, pelas 16 horas, reuniu-se o Conselho de Redação da TVI (adiante, designado por CR) com a presença dos membros eleitos Maria José Garrido, Margarida Martins, Pedro Veiga, Filipe Caetano, João Gabriel e Carlos Enes, e do director de informação, José Alberto Carvalho, com a seguinte Ordem de Trabalhos:

1 – Queixa da Ana Leal;

(…)

Ponto 1: Queixa da Ana Leal

José Alberto Carvalho leu Lei de Imprensa, a saber: [Read more…]