Exactamente, Alberto Gonçalves: Portugal está perigoso.

Faz hoje três meses, o Fernando Moreira de Sá escreveu sobre a saída do Alberto Gonçalves do DN, e deixou-me o José Vítor Malheiros e o Público, sobre os quais na altura não escrevi, porque, ao contrário do DN, que deixou intacta a restante ala direita, o Público continuou a despachar a esquerda. Seguiram-se Paulo Moura e Alexandra Lucas Coelho. Hoje regresso a todos eles, porque Portugal está perigoso. Para o Alberto Gonçalves mas sobretudo para a esmagadora maioria da opinião publicada à esquerda. Nos jornais como nos comentários televisivos.

No caso de Alberto Gonçalves, este da Sábado, não o do DN, um toque de fina ironia merece ser destacado. Ver um proeminente liberal, alegadamente sacrificado no altar capitalista com um contrato indigno, indignado porque prescindem de parte dos seus serviços, não perdendo tempo para fazer acusações como as que podemos ver em cima, faz lembrar aquele cliché da direita do esquerdalho que arranja desculpas para justificar os seus insucessos profissionais. Então o dinheiro não é do patrão e não é ele que decide? Até aqui estava tudo bem, agora a liberdade poderá ter chegado ao fim e a purga não poupa quase nenhum daqueles que tornava a Sábado legível. Tem a sua piada. Será que também correram com o Nuno Rogeiro e ninguém nos avisou? Estes comunas do grupo Cofina… [Read more…]

A direita também tem Mestres em saneamentos

“Força força companheiro Dinis, nós seremos a muralha de aço”

“Um terço é para morrer”

José V. Malheiros (não) foi duro! Escreveu hoje no Público O Sonho de Pedro Passos Coelho. Coloca aspas na primeira frase e fecha aspas após a última palavra de um longo e eventual sonho do PM ou, melhor, o grande pesadelo dos portugueses:

Um terço é para morrer. Não é que tenhamos gosto em matá-los. (…)não os vamos matar-matar (…). O Mota Soares (…) com aquela cara de anjo (…). O Paulo Macedo (…) não é genocídio, é estatística. (…) Estas tretas da democracia e da educação e da saúde para todos foram inventadas quando a sociedade precisava de milhões e milhões de pobres (…). O outro terço temos de os pôr com dono. (…) O outro terço são profissionais e técnicos (…) estes estão no papo. (…) Com um terço da população exterminada, um terço anestesiado [futebol, telenovelas e reality shows] e um terço comprado, o país pode voltar a ser estável e viável. (…) O Ângelo diz que, se continuarmos a portarmo-nos bem, um dia nós também vamos poder pertencer à elite.”

Estamos todos no papo, independentemente do terço a que pertencemos.

Mas pensando bem… Malheiros não fez bem as contas. A divisão em 3 partes não é rigorosa.  Infelizmente, é mais que “um terço para morrer” …

Uma fila de supermercado

é uma colecção de histórias e há umas que parecem mais prometedoras do que outras. Esta até dói.

Gravatas

ou está tudo doido ou um dirigente do PSD abriu uma academia de artes marciais que precisa de uma ajudinha – da crónica de José Vítor Malheiros.

É um desperdício

não ler a desmontagem, peça a peça, feita pelo José Vítor Malheiros à caridadezinha dos restos e outras sobras de comida.

Recordes e mentiras

Batemos todos os dias recordes de culpa, de medo e vergonha. Sentimentos de culpa inculcados por responsáveis sem vergonha, que continuam a repetir a ladainha de que “os portugueses viveram acima das suas possibilidades” e de que somos os culpados de todos os males que nos afligem. (…) Como é possível que tantos continuem a acreditar nas mentiras de tão poucos, que tantos continuem dispostos a vender os seus primogénitos para enriquecer os mais ricos dos ricos?

A ler, com urgência, o José Vítor Malheiros.

O jornalismo está a aproximar-se cada vez mais do momento em que, se desaparecer, ninguém nota

Imperdível a entrevista de José Vítor Malheiros, por ocasião do aniversário do Público Online. O título é manhoso, mas o conteúdo fundamental para entender o jornalismo online em Portugal e arredores.

Gosto sobretudo desta fatia:

Há um conselho do [crítico de media, blogger e professor universitário americano] Jeff Jarvis: “Do what you do best, and link to the rest.” Isto é um bom conselho, mas é uma coisa a que as pessoas reagem muito [negativamente]. Mas mesmo que eu não faça um link, os leitores fazem. E, quando não o faço, eles sabem que não lhes estou a fornecer esse serviço e ainda pensam que estou a esconder algo.