Mónica Quintela e a pressinha

Em primeiro lugar, peço desculpa por usar palavrões no título de um texto. Efectivamente, “Mónica Quintela” é revelador da minha falta de educação. Espero que não volte a acontecer-me. Se repetir, lavarei a língua com sabão, que é para aprender numa pressinha.

O João Mendes resumiu, e muito bem, o significado deste discurso, chamando, ainda, a atenção para os aplausos dos restantes deputados do mesmo partido da senhora cujo nome não irei repetir, porque quero poupar sabão. São os aplausos de gentinha que acredita no mito passista (já conta como meio palavrão) de que vivemos (nós? mas nós quem?) acima das nossas (nossas?) possibilidades e que era preciso ir além da troika. 

Esta gentinha que aplaude o que escarrou a senhora deputada está muito bem integrada numa minoria parlamentar que cultiva, de modo populista, o ódio aos funcionários públicos, fazendo de conta que estes é que são o problema, quando, com todos os seus defeitos, são um pilar da sociedade, são aqueles que aguentam o sucessivo e frequente servilismo do poder executivo que trabalha para vender o Estado às postas, tornando difícil e frequentemente milagroso o trabalho da administração pública.

A deputada que quer dar lições aos funcionários públicos tem ela própria muitas dificuldades de aprendizagem: para além de ainda não ter percebido que o partido que integra contribuiu para a maioria absoluta do principal adversário, não aprendeu que é feio ganhar eleições à custa de promessas que depois não se cumprem. Era uma pressinha, senhora deputada, era uma pressinha.

 

 

 

Pior do que o cego…

Estamos, diariamente, a assistir à destruição de qualquer resquício de ética republicana que pudesse ainda existir. E, pior, as perspectivas de tal ser travado estão completamente fora de hipótese, a avaliar pela postura dos partidos com representação parlamentar que, em teoria, poderiam fazer algum tipo de diferença.

Desde logo, temos um Presidente da República (doravante PR, pois não merece mais do que uma sigla), que está transformado num autêntico porta-voz propagandista do Governo e da sua agenda. E que todos os dias nos aparece na televisão a vender a política do governo, seja de fato e gravata, seja de calção de banho.

Da mesma forma que cria, conjuntamente com o Governo, um conveniente princípio de não recondução nos cargos, com que justifica a não recondução da incómoda Procurador Geral da República, Joana Marques Vidal e, recentemente, do também incómodo Presidente do Tribunal de Contas, Vítor Caldeira.

Houvesse um mínimo de coerência, e o PR, para dar o exemplo da regra por si defendida, não se recandidatava.

Mas, há mais.

[Read more…]

A detenção de Bruno de Carvalho é a vergonha da Justiça portuguesa

Não vou aqui discutir os acontecimentos de Alcochete, porque não é isso que está em causa. Desde o início, pareceu-me que tinha sido o presidente do Sporting o mandante da invasão.
A questão é outra. A detenção de Bruno de Carvalho durante quatro dias prova mais uma vez que, em Portugal, os poderosos nunca têm problemas com a Justiça. Nem sequer são importunados. Se o forem, é só depois de perderem o poder. Foi assim com Vale e Azevedo ou com José Sócrates. Foi assim com Ricardo Salgado. Foi assim com Bruno de Carvalho.
Alguém acredita que, se José Sócrates continuasse como primeiro-ministro, algo teria acontecido? Ou se o BES não tivesse caído? Ou se Vale e Azevedo e Bruno de Carvalho continuassem a ser presidentes do Benfica e do Sporting?
Alguém acredita que, se Jorge Nuno Pinto da Costa já não fosse presidente do FC Porto na altura do Apito Dourado, as provas e as escutas recolhidas não teriam servido para incriminar – em vez de, devidamente validadas e consideradas, como realmente foram, terem servido para inocentar?
Alguém acredita que Luís Filipe Vieira, que se dá ao luxo de nem sequer responder à Justiça, alegando crises de amnésia e fugindo para o estrangeiro, só não está preso há meses, nem sequer foi ainda constituído arguido, porque é presidente do Benfica? Alguém acredita que algum dia vai sê-lo?
Em Portugal, a Justiça não é cega e tem dois pesos e duas medidas. Tal como a generalidade dos governantes, é fraca com os poderosos e forte com os fracos. Num país corrupto, muito pior do que a Itália, a Justiça portuguesa é uma vergonha.

Golpes que matam

67 anos a torturar em Euskadi até 2014.

Maria Luís: Desculpa!

Escrevi que terias mudado de emprego. Afinal foi só uma mudança de local de trabalho. Peço desculpa pelo lapso.

A saída da Mariazinha

é uma saída limpa?

O Zé é jornalista?

A Sarah já fez referência ao assunto. Vale a pena ver o vídeo. De acordo com o Zé Rodrigues dos Santos, o Zé Rodrigues dos Santos é jornalista.

Mais abaixo, fica a opinião do Carlos Vaz Marques.

Se o José Rodrigues dos Santos é jornalista, eu quero ser operário metalúrgico. Se o José Rodrigues dos Santos é escritor, eu quero ser analfabeto. Se o José Rodrigues dos Santos é português, eu quero ser espanhol.
Disse ontem José Rodrigues dos Santos no lançamento – reles – de uma peça sobre os novos deputados eleitos: “O novo Parlamento terá muitas caras novas; o deputado mais velho [Alexandre Quintanilha, gay assumido] tem 70 anos e foi eleito – ou eleita – pelo PS.”

A detenção de José Sócrates é a vergonha da Justiça portuguesa

A detenção de José Sócrates é a vergonha da Justiça portuguesa. A vergonha de Pinto Monteiro, de Cândida Almeida e de todos os magistrados que dele se ocuparam enquanto ele era primeiro-ministro. É a vergonha de Noronha do Nascimento, que andou a cortar escutas com uma tesoura. Quando qualquer um, dentro ou fora da Justiça, percebia que estava ali a ponta de um novelo que, desenrolado, iria dar pano para mangas.
Não sei se Sócrates é culpado ou não, embora quem acompanha os meus escritos há algum tempo saiba que acho que sim. Que é culpado.
Mas há uma coisa que sei: que ele nunca teria sido detido se ainda continuasse a ser primeiro-ministro. Porque não estão em causa suspeitas de crimes cometidos nos últimos dois anos. Estão em causa suspeitas de crimes que já tinham sido cometidos enquanto estava no Governo.
E a verdade é que Sócrates passou sempre por entre os pingos da chuva. Ilibado constantemente, tendo a Procuradoria-Geral da República e o Supremo como escudos protectores. Como Vale e Azevedo enquanto foi presidente do Benfica. Como Ricardo Salgado enquanto foi presidente do BES. Como Passos Coelho enquanto for primeiro-ministro.
A Justiça, em Portugal, continua a funcionar apenas quando os poderosos deixam de ser tão poderosos. É essa a sua vergonha.

Da série Crato é a escolha certa (5)

A meio do 1.º período, ainda há 128 horários completos por preencher nas escolas

Pode uma Nação ser mais Humilhada?

201310171136_bandeira171003
Depois de saber disto, pode, podem fazer-nos tudo, que aquele conas tudo aceita.

Novos cortes: “É na Educação

que é feita a maior poupança.” Bem digo que as palavras da política não prestam para nada.

Eu próprio tenho vergonha de ser da mesma nacionalidade

Escondeu ter trabalhado com Relvas

E se os deputados do PSD tivessem vergonha na cara?

Conforme os pontos de vista, podemos dizer que há deputados a mais ou a menos. [Read more…]

Quase 39

Um mês! Apenas um mês da pensão deste tipo daria para pagar 38,7 anos da nova proposta de mínimo para o subsídio de desemprego.

Sobre a transferência de dinheiro dos cidadãos para as empresas

Face a isto, há que participar. Discordei dos anteriores cortes e discordo destes. O programa eleitoral onde votei era sobre o corte da despesa inútil, não era sobre o empobrecimento generalizado da população. Este governo tem que cair já antes que mais mal se concretize. Sábado lá estarei.

Relvas demitiu-se.

Caramba! Outra vez. Esqueci-me de colocar o ponto de interrogação no título!

Recordes e mentiras

Batemos todos os dias recordes de culpa, de medo e vergonha. Sentimentos de culpa inculcados por responsáveis sem vergonha, que continuam a repetir a ladainha de que “os portugueses viveram acima das suas possibilidades” e de que somos os culpados de todos os males que nos afligem. (…) Como é possível que tantos continuem a acreditar nas mentiras de tão poucos, que tantos continuem dispostos a vender os seus primogénitos para enriquecer os mais ricos dos ricos?

A ler, com urgência, o José Vítor Malheiros.

O mundo ao contrário

é o que me sugere o único neurónio que tenho ligado. O outro já foi dormir!

Depois de ler na primeira página do Expresso que ” Separação entre bons e maus alunos melhora resultados.”

Já agora duas perguntas que o meu solitário neurónio me solicita apresentar:

– Quem decide o que são bons e maus alunos?

– E que resultados melhoram?

– Melhoram os resultados de quem?

(Olha. Menti! Caro leitor, prometi que eram duas, mas afinal são três as questões que ele me envia. É um abusador.)

E o Tico (o Teco é o que está a dormir) pergunta se os Senhores Professores que colocaram o Sr. Nuno Crato no poder ainda se sentem felizes por nos terem atirado da frigideira para  o lume?

Depois do exame na 4ª classe, esta maravilha!

Quando é que chegam os crucifixos para colocar por cima do quadro? A fotografia do Ditador? E, quem sabe a palmatória!

Viva o 24 de Abril de 1974!

Este era o momento em que escrevia um insulto à moda do porto, mas vou ser mais educado e vou usar um insulto da linha de Cascais:

Seus estúpidos!

Carta do Canadá: Desgosto e vergonha

Nos últimos tempos tem a comunicação social abordado largamente a Emigração. O primeiro ministro, com uma impressionante expressão de dureza e insensibilidade, aconselhou os professores sem trabalho a emigrarem, de preferência para o Brasil e Angola. Este aviso foi entendido por todos os desempregados, professores ou não. Logo de seguida, o ministro Relvas, com a expressão escarninha que lhe é habitual, reforçou a tirada de Coelho com a afirmação de o estado português ter grande orgulho nos emigrantes. Seguiu-se uma cascata de comentários de apoio por parte de senhoritos a quem a Pátria sustenta sem contrapartida de obra feita ou bom serviço e,o que é pior, de alguns sujeitos que são mais católicos do que cristãos, uns “católicos profissionais”, isto é, sujeitos que se dão ares de primos direitos de Nosso Senhor, tu cá, tu lá, detentores da verdade e do nariz empinado, e que, vá-se lá saber porquê, com o seu palavreado e presença afastam os fiéis da Igreja que os protege e promove. Compaixão, nenhuma. Solidariedade, viste-la. Falta de educação, evidente. É uma direita que do Pai Nosso só reza o “venha a nós”. Como seria de esperar, alguns jornalistas de espinha direita, que ainda os há, e um grande número de pessoas de antes quebrar do que torcer que anda na blogosfera, desancou a ideia e os arautos da mesma, e foi o momento de todos ficarmos a saber a trajectória de vida dos que, verbalmente por agora, dão pontapés aos desempregados a ver se eles desaparecem depressa. Que vidas edificantes! Que exemplos de trabalho! [Read more…]

O buraco da Madeira aumentou

Um deputado do PSD pode votar por 25 na Madeira

Alberto João Jardim e os esbirros adjacentes escavaram mais um bocado do buraco onde, há muito, enterraram a Democracia na Madeira: agora, um deputado pode corresponder a todos os votos de uma bancada, o que, se não for inconstitucional, andará lá perto. Poderíamos perder tempo a usar adjectivos como “vergonhoso” ou “imoral”, mas, para Jardim, Tranquada e Jaime Ramos, são palavras estrangeiras.

Esta decisão vai permitir que os deputados da maioria se possam dedicar, calmamente, aos negócios que fazem à sombra dos dinheiros regionais. Num futuro próximo, nem será permitida a entrada de deputados da oposição e faltará pouco para que se acabe com as eleições, essa maçada.

Já se adivinham os comentários nulos de sua vacuidade, Cavaco Silva. Passos Coelho, se algum jornalista – filho da puta, em dialecto jardinês – for suficientemente insistente, deixará escapar um murmúrio qualquer sobre a necessidade de respeitar a autonomia das Regiões.

Meninas, fiquem a saber

Segundo o Tribunal da Relação do Porto:

I – O crime de Violação, previsto no artigo 164.º, n.º 1, do CP, é um crime de execução vinculada, i.é., tem de ser cometido por meio de violência, ameaça grave ou acto que coloque a vítima em estado de inconsciência ou de impossibilidade de resistir.

II – O agente só comete o crime se, na concretização da execução do acto sexual, ainda que tentado, se debater com a pessoa da vítima, de forma a poder-se falar em “violência”.

III – A força física destinada a vencer a resistência da vítima pressupõe que esta manifeste de forma positiva, inequívoca e relevante a sua oposição à prática do acto.

IV – A recusa meramente verbal ou a ausência de vontade, de adesão ou de consentimento da ofendida são, por si só, insuficientes para se julgar verificado o crime de Violação.


[Read more…]

Obrigado J. Mário Teixeira:

Julgo não estar a cometer nenhuma inconfidência: quando o aventador J. Mário Teixeira, amigo de longa data e de memoráveis tertúlias, me solicitou uma pequena ajuda na campanha para a reeleição de Marinho e Pinto como Bastonário da Ordem dos Advogados, imediatamente aceitei.

Não sendo advogado não deixo de ser um espectador do que se passa à minha volta. A solicitação do Zé Mário entroncava em dois motivos óbvios justificadores da minha decisão: a velha amizade com o Zé Mário e a minha admiração por Marinho e Pinto. A frontalidade é algo que admiro numa pessoa. A forma clara e sem papas na língua como transmite as suas ideias e a coragem da sua postura pública, aliadas à dita frontalidade, fazem de Marinho e Pinto alguém que sempre gostei de ouvir e que genuinamente admiro – o que não impede discordância em determinados momentos ou temas.

Por isso, confesso, estava ansioso por ouvir Marinho e Pinto sobre a famosa sentença da vergonha. Tal como esperava, ele foi igual a si próprio, frontal e claro:

O bastonário da Ordem dos Advogados , António Marinho Pinto, diz que esta decisão “se enquadra na melhor tradição jurisprudencial do macho ibérico”.

Meu caro José Mário Teixeira, algum tempo já passou sobre a reeleição de Marinho e Pinto. Digo agora aquilo que na altura indirectamente te disse e faço-o agora desta forma pública: obrigado por me teres permitido ajudar, de forma minúscula, na campanha de Marinho e Pinto. É uma espécie de medalha ter estado do lado certo da barricada e hoje, ao ler o i, mais certeza tive.

A alguns amigos e, sobretudo, a alguns “camaradas ideológicos” que ficaram absolutamente surpreendidos (um ou outro indignados) pela minha modesta colaboração, só lhes posso dizer que é por esta e por outras de igual calibre que admiro Marinho e Pinto e que tomaria, novamente, a mesma decisão. Não julgo as pessoas por serem de direita ou de esquerda, mas por serem, ao longo da sua vida, bons exemplos a seguir. É o caso.

Obrigado Zé Mário.

A Magistratura da Vergonha:

Um dia pode acontecer com a nossa mulher, a nossa filha, a nossa irmã, a nossa mãe. E nessa hora um tipo perde a cabeça, desgraça uma vida e vai a tribunal onde, não duvido, em três juízes apenas um, um José Manuel Papão, terá a coragem de na sua declaração de voto afirmar: “quem deveria estar sentado no lugar do réu era a nossa magistratura por não ser justa, por absolver os culpados e condenar as vítimas”.

O António Fernando Nabais aqui no Aventar e o Rodrigo Moita de Deus no 31 da Armada já escreveram sobre o tema. Eu sigo-lhes o exemplo no Albergue. Para que todos saibam a vergonha de Justiça que se pratica em Portugal. Para que ninguém continue a calar. Para que acabe, de uma vez por todas, esta pouca vergonha.

Com letras garrafais, será que lá vai?

Será que a miopia portuguesa é tanta que só em grande se vê?

Para baixar o défice,
basta não pagar o que se deve!

Realidade (um de tantos exemplos):

Maternidade Alfredo da Costa está a pedir donativos aos utentes
15.04.2011 – PÚBLICO
A Maternidade Alfredo da Costa está a pedir donativos aos seus utentes para fazer face à situação de crise que o sector da saúde atravessa.

Propaganda:

Governo revela melhoria de 1.750 milhões nas contas públicas
15.04.2011 – PÚBLICO
O Governo vai apresentar uma melhoria de cerca de 1.750 milhões de euros nas contas da administração central na sua execução orçamental do primeiro trimestre deste ano quando comparado com o mesmo período de 2010, disse à Lusa fonte governamental.

Tristes charlatões estes que nos conduzem ao abismo e, ainda mais tristes, os que os põem lá. A democracia também passa pelas escolhas erradas. Mas têm um preço, como será ainda mais notório nos próximos anos.

Sem palavras

Benfica: o tamanho é importante

O Futebol Clube do Porto, tal como tem acontecido nos últimos trinta anos, foi a melhor equipa e, consequentemente, alcançou mais um título de campeão nacional. Parabéns ao campeão!

É em momentos como este que todos – vencedores e derrotados – têm uma oportunidade de ouro para demonstrar grandeza, respeitando quem perde e elogiando quem ganha.

Como cidadão desejoso de viver num país civilizado, gostaria que o desporto, de uma maneira geral, fosse uma exibição de virtudes, mesmo sabendo que isso não é fácil, devido à mistura de elementos tão voláteis como a paixão ou a adrenalina. Em vez disso, o desporto é mais uma área em que impera o chico-espertismo, a estupidez tribal e a pequenez.

O que se passou no Estádio da Luz, ontem, no final do jogo, foi uma demonstração de pequenez e qualquer instituição, como qualquer pessoa, será sempre do tamanho das suas atitudes. O Benfica, clube de que sou adepto, encolheu mais um bocado e confirmou o desejo de se manter entre os piores. Já se sabe que aparecerão muitos benfiquistas a defender o indefensável, fazendo referências a comportamentos similares por parte do adversário de ontem e poderemos ouvir os nossos adversários a contrapor com outras histórias parecidas passadas anteontem, numa actualização vertiginosa da fábula do lobo e do cordeiro.

É certo que, se o futebol fosse uma ilha – ou, pelo menos, uma península – rodeada de grandeza, a preocupação seria menor. O problema é outro: o futebol é, ao mesmo tempo, causa e consequência de muito do que temos de pior. O país é do tamanho do futebol e o Benfica é do tamanho do país.

Crime organizado

O cérebro é uma esquina em que as leituras se encontram por acaso. Estando eu a respigar os jornais, houve duas notícias que foram uma contra a outra e ficaram agarradas, independentemente da minha vontade: “Criminalidade desce mas é mais organizada” e “Tribunal de Contas arrasa prémios injustificados nos SUCH”.

Assim como as leituras podem encontrar-se por acaso, o Código Penal e o senso comum podem viver desencontrados, a ponto de um acto considerado criminoso numa conversa de café não ser legalmente um crime.

As notícias recorrentes acerca do desperdício de dinheiros públicos podem levar as pessoas a pensar que estará aí uma das causas da crise económica que nos impuseram. O passo seguinte poderá ser o de descobrir que os cortes nos salários e nas prestações sociais ou o aumento do IVA ou a imposição de portagens nas SCUT servem para pagar os abusos como os apontados pelo Tribunal de Contas. Não será isso um roubo, um crime? Se sim, a verdade é que a criminalidade não desce, aumenta. E é, efectivamente, muito organizada.

IPF, Encontros do Olhar, e gente que mais valia ter estado calada

Terminou ontem o “Encontros do Olhar” do IPF. Fui ver e ouvir.

Fiquei chocado com a indelicadeza do sr (?) Morais e com a notória má educação do sr(?) Morais Sarmento, a ponto de momentaneamente ter intervindo nesse final de debate, aquando do desilegantíssimo comentário do sr(?) Morais Sarmento, sobre as semelhanças que ele encontrou com o nome “Portografia”.

Nas intervenções ouvidas nesta última fase dos Encontros do Olhar do IPF, destaco a palestra de José Marafona, um senhor da Fotografia Nacional, que muito e bem nos falou da sua visão da fotografia.

Estive presente e subscrevo inteiramente o texto que se segue, da autoria de Luís Raposo.

Devo dizer que faço parte do Grupo F4 e sou sócio da Portografia.

[Read more…]

Rosa Coutinho: "Sede cruéis sobretudo com as crianças, as mulheres e os velhos para desanimar os mais corajosos"

Morreu o homem que escreveu uma das mais vergonhosas cartas -em papel timbrado da República Portuguesa- da história de Portugal. Nós, seus contemporâneos, não o julgámos devidamente e, neste paísinho, não sei se o futuro o fará.

Todos temos uma responsabilidade moral perante a História, até (ou sobretudo) nos momentos mais radicais e conturbados. Louvá-lo hoje, e branquear a mancha, mais não fará do que envergonhar-nos colectivamente, além de insultarmos as centenas de milhares de mortos brancos e negros, portugueses e angolanos, que resultaram do processo da guerra civil em Angola.

Adenda: O leitor António Duarte (ver comentários) alerta-me para a possibilidade de falsificação da carta e contrapõe este texto de Pacheco Pereira. Dado o clima que então se vivia, com as inerentes manobras de contra-informação, não me custa admitir que seja falsa. Rosa Coutinho interferiu decisivamente no processo independentista angolano e, ao ter escolhido e priveligiado o MPLA como interlocutor, tem, também, a sua quota parte de responsabilidade na guerra civil que se seguiu, concitando os ódios de brancos e negros afectos a outras tendências. Até por isso, admito a possibilidade de falsificação.

Já era tempo, aliás, de se saber mais sobre o processo de descolonização. Muitos dos seus autores foram dizendo, ao longo dos anos, ser ainda cedo para revelarem tudo o que sabiam, prometendo que um dia o fariam. A verdade é que tais revelações não chegam à luz do dia, pese a avançada idade de muitos deles. Penso que Portugal teria a ganhar com algumas revelações sobre um processo que foi, claramente, mal conduzido e fez demasiadas vítimas, durante décadas. A mim cumpre-me, nesta adenda, publicar o verso e o reverso desta questão, assumindo que não possuo provas num sentido ou noutro e que não pretendo de forma gratuita enxovalhar a memória de ninguém. Caso seja falsa a carta, penitencio-me por a ter publicado, não escamoteando que a mesma é pública e corre na net -e noutros meios- há muitos anos.

"O holocausto do Vaticano"

“O holocausto do Vaticano”

No meu penúltimo post referi o livro de Avro Manhattan, “O holocausto do Vaticano”.
Fala-se muito do holocausto nazi e de Estaline, fala-se alguma coisa da tenebrosa Inquisição, não se fala nada do holocausto praticado pela igreja católica na Croácia e não só, aquando da segunda Guerra Mundial. E a barbaridade e crueldade deste holocausto não fica a dever nada, pelo menos em qualidade, ao holocausto nazi. Em certas circunstâncias parece superá-lo.

Nestes dias de profunda mentira e hipocrisia, nestes dias de repugnante propaganda por parte do Vaticano e de todos os sectores mentalmente anquilosados da igreja, todos os alertas são poucos. A todos os não católicos e a todos os católicos que têm dignidade e sentimento de vergonha, e acredito que serão muitos, eu apelo para que leiam “O holocausto do Vaticano”. Livro banido e temido pelo Vaticano, um dos livros mais lidos no mundo, não é, por todas as razões e mais alguma, fácil de encontrar e muito menos de obter. Apesar de já o ter lido em tempos, sempre procurei encontrá-lo. Encontrei-o na Net, na versão inglesa, também traduzida, embora muito deficientemente, pelo “translate” do Google, situado no canto superior direito da página. Podem aceder a ele em http://www.reformation.org/holocaus.html .

NÃO DEIXEM DE LER, SE TÊM RESPEITO PELA SERIEDADE DA VOSSA ESTRUTURAÇÃO MENTAL. [Read more…]