Sócrates e Souselas

Coimbra conheceu José Sócrates como o ministro que ofereceu à Cimpor de Souselas combustível à borla na forma de resíduos tóxicos. O país viu nele um homem rijo, ou como diz a direita, um reformador.

Em Souselas foram pioneiros na admiração, não parando de votar PS depois de terem recebido uma requalificação urbana e os filtros que as chaminés da cimenteira nunca tinham tido.

Em Coimbra, e é toda a cidade que leva décadas de asfixia soprada da Cimpor pelos ventos dominantes, resistiu-se, uma palavra muito cá da terra, anos 60, e desistiu-se serenamente depois, tipo anos 80.

Acabados os recursos jurídicos, recordo a luta contra a co-incineração, e contra uma personagem que ninguém imaginava chegar ao papel de chefe. Construía então como ministro do ambiente a sua rede de cumplicidades no aparelho do PS, e ganha agora, muitos anos depois, a sua primeira grande batalha política. Gentes pouco recomendáveis, negócios misturados com arrogância e propaganda, estava ali o ambiente que nos governa.

Pode vossa excelência pôr a garrafa à espera do dia em que a co-incineração começar a tempo inteiro, a Cimpor respirará de alívio por finalmente ser contemplada com a benesse. Nós é que não.

fotografia denúncia coimbrã

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