Quando a escritora e feminista Maria Velho da Costa comandou as mulheres no movimento de libertação feminino, começou pelo soutien. E com razão! Se há alguma peça de vestuário bem feminino e que caracteriza as mulheres é o apoio. Às mamas!
Fizeram uma bela fogueira ali entre o Marquês de Pombal e o Parque Eduardo VII, tiraram os soutiens e vá de fazer um “auto de fé” com a peça feminina por excelência.
Claro, que foi o ínicio de muitas outras coisas, como os jeanes, as t-shirts e as sapatilhas de que resultaram estas mulheres maravilhosas, eternamente jovens e meninas. Eu aderi imediatamente. Desde logo porque ficaram mais jovens e bonitas (nunca gostei do tipo mulher “marqueza” ) e porque tudo era mais simples e prático. Para elas e para nós.
Mas o problema (há sempre um problema) é que as mulheres querem fazer a vida militar e para andarem a correr e ” à batatada” não podem e não dá jeito andarem com as “pendurezas” a oscilar demasiado. E, aí está, o primeiro movimento a favor dos soutiens que já partiu das mulheres Suecas, que criticam não haver no seu uniforme uns soutiens “à maneira”.
São elas próprias que têm que comprar o seu próprio soutien, normal, que não está adaptado e que se rasga com relativa facilidade.
Agora começo eu ( e elas, aposto) a tentar perceber porque nunca foi colocada a questão de, em vez de se chamar ” soutien”, que dá logo a ideia de uma peça íntima e feminina, não lhe termos chamado aquilo que ele é na verdade. Um simples apoio. Lá se vai a carga erótica e feminina, mas eu, por uma vez, deixo de andar aqui feito “tolo”, ora bato palmas por deitarem fogo à peça (literalmente) ou grito de contente por ver as mulheres com as mamas a saírem do decote!
ahahahaha
Em castelhano diz-se «sostén», ou seja aquilo que sustenta, suporta ou apoia. Afinal o mesmo que significa em francês. Em inglês «brassière», simplificado para «bra». Nós devíamos ter arranjado uma palavra portuguesa – tipo «suporte», «prateleira»…
“prateleira” há muito que está consagrado, eu é que jamais chamaria um nome desses a coisa tão maravilhosa…
Tens razão (desta vez). Mas os nomes estrangeiros não são muito melhores, são é estrangeiros e nós temos o culto do que não é nosso. Fiquemo-nos então pelo sutiã, versão brazuca do soutien. E volto ao eterno Shakespeare: – «O que importa o nome da rosa?…»
Sutiã está bem, a moda e o desporto, por exemplo, trazem e levam muitas palavras, o que só enriquece a língua…