Acordo – o que lá está, não está… Deveria, poderia… parte I

Declaração de interesses: Car@s leitor@s, sou membro do Conselho Nacional da FENPROF, professor efectivo numa escola à porta de casa.

O Acordo entre o ME e os Sindicatos é um momento complexo, fortemente prismático porque tem um conjunto de dimensões de tal modo diversificado que não é fácil fazer a sua análise. Vou por isso procurar, durante o fim-de-semana fazer uma análise tão exaustiva quanto me for possível. Por partes, pois claro.

1. Dimensão política e partidária.
Durante a mais dura maioria absoluta da nossa democracia, uma classe, a dos professores, levantou-se e assumiu na rua, em toda a sua plenitude, o papel de líder exclusiva da oposição. Graças aos Professores, o PS perdeu a maioria. Por isto, todos perceberam a importância que temos.
Depois das eleições surgiu o acordo PS / PSD: a estratégia do PSD poderia ter sido excelente se o acordo não parecer uma vitória do PS. Ou seja, se de ontem resultar uma vitória dos professores, ganha o PSD. Se depois da espuma, resultar uma vitória do PS, então o PSD perdeu. O PC está refém do meu camarada Mário e por isso não podem dizer nada contra o acordo. O BE, estando mais livre, também não fica comprometido… Espero que não corra a dar gás a alguns movimentos só para fazer de conta…
Neste cenário, tudo concorria para um acordo. Tudo… ou nada…
Porque, a mim, Professor, o que espero é que o meu sindicato defenda os meus direitos e por isso a minha preocupação primeira não era o interesse do partido A ou B, eram os meus interesses profissionais.
A paz nas escolas não é um valor em si mesmo. Resulta de muitos aspectos, esses sim verdadeiramente centrais.
No entanto, estou de acordo com o papel que este acordo pode ter no sentido de pacificar as escolas – são sábias as palavras de Matias Alves no Terrear.
Não entendo por isso as dúvidas do Paulo Guinote que se questiona na agenda escondida da noite de ontem. É verdade que por volta da hora do jantar já todos sabiam do acordo, mas também é verdade que depois da FENPROF ter dito que sim, há outra capacidade de negociar outras coisas. E isso é para mim a grande vitória deste acordo: abre a porta a negociar outras dimensões da profissão, nomeadamente a gestão das escolas e os horários de trabalho.
Em síntese, do ponto de vista meramente político, este acordo é excelente sob vários aspectos para os diferentes actores e quando assim é, todos ficam a ganhar e ninguém perde!

Comments

  1. Luis Moreira says:

    JP, lê o meu poste ” Perplexidades…

  2. maria monteiro says:

    bem que procurei “Perplexidades… afinal é só hoje às 17h

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