o conteúdo do processo educativo

Acabado o comercial Dia Internacional da Criança,toca trabalhar

Já lá vão uns anos quando, num artigo que publiquei na Revista Educação, Sociedade e Culturas, Nº 1, 1994, defini o conceito «processo educativo». Porém, nessa data e nessa definição, ficou por referir uma ideia importante que, por hábito, não nos lembramos que faz parte do processo educativo. Essa ideia é a análise da catequese nos países, como Portugal, que usam a teoria cristã para orientar a sua vida. Ideia que denomino, noutros textos publicados pela Editora Afrontamento, como a lógica da História. A Catequese, baseada no livro de Karol Wojtila de 1992 e de Bento XV de 1919, extraída da Summa Theologica de Tomás de Aquino (1267 e 1273), que por sua vez recorreu aos textos muçulmanos de Averröes e à obra de Aristóteles, defende que o corpo e a alma são uma continuidade que pensa, sente e raciocina com toda a liberdade, inseridos na Lei Natural, tendo por limite a Lei Civil e/ou Penal. Antes de uma criança entender o que é a relação íntima a dois, já lho é ensinado, por Catequistas, Missionários, Padres, Freiras, Professores e no universo da Casa. Ensino Doméstico que o teólogo liberal e moralista da Igreja Presbiteriana da Escócia, Adam Smith, orientado pelos textos de Jean Calvin de 1535, considera, no seu trabalho de 1759, A teoria dos sentimentos morais, como o melhor sítio para aprender hábitos e sentimentos.

Ideia desenvolvida em 1776, ao descrever no V livro do seu Inquérito da natureza e as causas da riqueza das nações, que o processo educativo é a oferta da melhor educação para habilitar a ler, escrever, calcular, adquirir formas morais e simpáticas de comportamento, para melhor vender os produtos confeccionados e manufacturados em família. Ora, todas estas ideias já se encontram na Summa Theologica referida, do dominicano julgado e levado para a fogueira pela Inquisição, por heresia, mas salvo pelos próprios frades ou inquisidores de São Domingos. O texto da Catequese é para ser decorado e para se fazer tal qual manda, entenda-se ou não. Do entendimento por parte da criança, pouca coisa. Se Aquino ensinava sobre Avareza, Usura, Preço de Bens, Juros, Cobiça e Luxúria, bases da Lei Natural regulamentada pela Civil, é bem possível que os próprios missionários não entendessem (e não entendam) o contexto dentro do qual se desenvolve a teoria catequizada que ensina costumes para enriquecer. O próprio Wojtila, actualmente, no seu texto Catecismo da Igreja Católica, diz que a greve é permitida se não houver alternativa entre proprietários e operariado, artigo 2435; ou a contradição entre os artigos 2426: desenvolvimento das actividades económicas e 2427: que permite possuir a terra e a propriedade privada, em conjunto com o artigo 2431: que define os direitos humanos dentro do sector económico (página 513 do texto citado). A contradição entre os artigos 2425 e 2426: capitalismo e socialismo, ambos proibidos por não agirem conforme o definido bem comum dos artigos 1905 a 1912, com conceitos como paz social, interacção entre pessoas e respeito pelas mesmas e o bem-estar social. Comunidade política a reger os destinos dos seres, palavras interpretadas à luz da crença de quem as fala e que parecem desencontradas com as definições da economia dos artigos 2401 a 2443, que se detêm na definição dos pobres, defendidos apenas pela bênção da Divindade e não pela procura de trabalho entre tantos proprietários de bens produtivos. Não é pois de estranhar que a luxúria seja o conceito mais cuidadosamente defendido, entre os artigos 2331 a 2400. Defende uma impossibilidade humana: a castidade entre pessoas sós, noivos, namorados do mesmo sexo e dentro do matrimónio o qual é meramente o recurso para a procriação, como se pode ler nessa terrível frase, introduzida nos citados artigos, que vem das Cartas ou Encíclicas de um dos maiores pecadores da História, Paulo de Tarso que define o Matrimónio como a única alternativa de queimar a lascívia que habita em todo o corpo humano. Lascívia que é definida por Agostinho de Hipona em 398 e 403 da nossa era, dedilhada por Aquino, na Primeiro Volume e na Primeira Parte do Segundo Volume da Summa, reivindicada por Bento XV, e extremamente manipulada pelos catequistas. O escândalo de Bóston e os seus Padres, o que hoje vivemos em Portugal, o que sabemos existir, e há muito, dentro da nossa cultura, que Aristóteles, em 335 e 336 antes da nossa era, defende, ao definir, que todo o ser humano não detentor de bens, é fruto de penetração pela lei e por outro ser humano, do mesmo sexo ou não. Assunto, que, hoje sabemos, acontece na Europa… desde os Romanos, que adquiriram dos Gregos antes da denominada época Cristã no Ocidente.

É, para mim, este o conteúdo do processo educativo, esta série de autores que, nem sabíamos, falavam de educação, trabalho e reprodução humana, com ou sem luxúria. Um dos maiores problemas do homem ocidental, da pessoa ocidental para sermos precisos, é o desejo de juntar o seu corpo ao corpo de quem ama e causar-lhe um prazer de orgasmo, que acaba num grito de alegria individual e, outro de raiva pública, pelas proibições, pelas leis, pela catequese e, especialmente, pelos seus praticantes muitas das vezes actores, ou pelo menos espectadores silenciosos, como tenho presenciado em trabalho de campo, onde muita rapariga e rapaz pré-púbere, são usados para prazer do adulto que os manuseia. Com palavras e com as mãos, como refiro em O Saber Sexual da Infância, Afrontamento,  e No Crescimento das Crianças, Profedições. Esta, parece-me, em países latinos, ser a parte importante, o recheio do processo educativo que nunca é ensinado nas aulas, e que bem falta faz para as crianças entenderem as definições morais sob as quais vivem, tal e qual devem entender as ideias da economia. Quem são os Padres, perante estas ideias? Como pode um médico, advogado, terapeuta, docente, antropólogo, sociólogo, ou outros profissionais, tratar das pessoas, se nem conhece metade dos conteúdos da janela do conhecimento?

vender os produtos confeccionados e manufacturados em família. Ora, todas estas ideias já se encontram na Summa Theologica referida, do dominicano julgado e levado para a fogueira pela Inquisição, por heresia, mas salvo pelos próprios frades ou inquisidores de São Domingos. O texto da Catequese é para ser decorado e para se fazer tal qual manda, entenda-se ou não. Do entendimento por parte da criança, pouca coisa. Se Aquino ensinava sobre Avareza, Usura, Preço de Bens, Juros, Cobiça e Luxúria, bases da Lei Natural regulamentada pela Civil, é bem possível que os próprios missionários não entendessem (e não entendam) o contexto dentro do qual se desenvolve a teoria catequizada que ensina costumes para enriquecer. O próprio Wojtila, actualmente, no seu texto Catecismo da Igreja Católica, diz que a greve é permitida se não houver alternativa entre proprietários e operariado, artigo 2435; ou a contradição entre os artigos 2426: desenvolvimento das actividades económicas e 2427: que permite possuir a terra e a propriedade privada, em conjunto com o artigo 2431: que define os direitos humanos dentro do sector económico (página 513 do texto citado). A contradição entre os artigos 2425 e 2426: capitalismo e socialismo, ambos proibidos por não agirem conforme o definido bem comum dos artigos 1905 a 1912, com conceitos como paz social, interacção entre pessoas e respeito pelas mesmas e o bem-estar social. Comunidade política a reger os destinos dos seres, palavras interpretadas à luz da crença de quem as fala e que parecem desencontradas com as definições da economia dos artigos 2401 a 2443, que se detêm na definição dos pobres, defendidos apenas pela bênção da Divindade e não pela procura de trabalho entre tantos proprietários de bens produtivos. Não é pois de estranhar que a luxúria seja o conceito mais cuidadosamente defendido, entre os artigos 2331 a 2400. Defende uma impossibilidade humana: a castidade entre pessoas sós, noivos, namorados do mesmo sexo e dentro do matrimónio o qual é meramente o recurso para a procriação, como se pode ler nessa terrível frase, introduzida nos citados artigos, que vem das Cartas ou Encíclicas de um dos maiores pecadores da História, Paulo de Tarso que define o Matrimónio como a única alternativa de queimar a lascívia que habita em todo o corpo humano. Lascívia que é definida por Agostinho de Hipona em 398 e 403 da nossa era, dedilhada por Aquino, na Primeiro Volume e na Primeira Parte do Segundo Volume da Summa, reivindicada por Bento XV, e extremamente manipulada pelos catequistas. O escândalo de Bóston e os seus Padres, o que hoje vivemos em Portugal, o que sabemos existir, e há muito, dentro da nossa cultura, que Aristóteles, em 335 e 336 antes da nossa era, defende, ao definir, que todo o ser humano não detentor de bens, é fruto de penetração pela lei e por outro ser humano, do mesmo sexo ou não. Assunto, que, hoje sabemos, acontece na Europa… desde os Romanos, que adquiriram dos Gregos antes da denominada época Cristã no Ocidente.

É, para mim, este o conteúdo do processo educativo, esta série de autores que, nem sabíamos, falavam de educação, trabalho e reprodução humana, com ou sem luxúria. Um dos maiores problemas do homem ocidental, da pessoa ocidental para sermos precisos, é o desejo de juntar o seu corpo ao corpo de quem ama e causar-lhe um prazer de orgasmo, que acaba num grito de alegria individual e, outro de raiva pública, pelas proibições, pelas leis, pela catequese e, especialmente, pelos seus praticantes muitas das vezes actores, ou pelo menos espectadores silenciosos, como tenho presenciado em trabalho de campo, onde muita rapariga e rapaz pré-púbere, são usados para prazer do adulto que os manuseia. Com palavras e com as mãos, como refiro em O Saber Sexual da Infância, Afrontamento,  e No Crescimento das Crianças, Profedições. Esta, parece-me, em países latinos, ser a parte importante, o recheio do processo educativo que nunca é ensinado nas aulas, e que bem falta faz para as crianças entenderem as definições morais sob as quais vivem, tal e qual devem entender as ideias da economia. Quem são os Padres, perante estas ideias? Como pode um médico, advogado, terapeuta, docente, antropólogo, sociólogo, ou outros profissionais, tratar das pessoas, se nem conhece metade dos conteúdos da janela do conhecimento?